Esta cronicazinha foi escrita e publicada nos idos de 2008, quando os meus filhos estavam em plena adolescência. Os tempos passaram mas o texto é como se tivesse sido escrito ontem. Aqui fica ele com votos de boa semana.
A frase do título foi escrita por alguém (não me lembro quem) que pretende alertar os pais, e adultos em geral, para o facto de cada criança ser um universo que deve ser respeitado em todas as vertentes. E que o que serve para uns não serve para outros, e mánasêquê… Não concordo. E em vez de estar para aqui com grandes lérias, passo a contar o que aconteceu recentemente cá em casa:
“Domingo vamos TODOS almoçar a casa de um amigo”, anunciei democraticamente, num destes dias, a toda a família. “E vai ser prolongado, como eu gosto”. “Eu não posso”, disse-me o João Miguel. “Tenho de estudar História.” (Deves! - pensei) “Eu também não”, avançou o Pedro. “Tenho de ir ter com o Fabinho para jogarmos Pleisteixón”.(‘Tá bem, abelha!- resmordi) “E eu tenho o almoço de anos da Gabi”, concluiu a Joana. (P’ró ano - murmurei.)
Perante estas manifestações igualmente democráticas por parte da filharada, que eu amo e respeito, olhei para a mãe deles à procura de solidariedade, aclarei a garganta e esclareci: “Eu não PERGUNTEI se queriam ir almoçar à casa de um amigo. Eu ANUNCIEI que íamos TODOS almoçar à casa de um amigo. É substancialmente diferente.”
Os sorrisos amarelos sucederam-se. As bochechas descaíram, flácidas, contrariadas, e a minha fofa, sempre atenta às minhas diatribes, apologista da união familiar, principalmente à hora das refeições – que para ela é sagrada - , abanou a cabeça em sinal de desaprovação. E segredou-me: “Tens de ser mais tolerante, coitadinhas das crianças”.
Os filhos, na verdade, não precisam de manual de instruções. A gente vai-lhas dando aos poucos. As mulheres, sim. Em 10 volumes. E com actualização mensal.
“Domingo vamos TODOS almoçar a casa de um amigo”, anunciei democraticamente, num destes dias, a toda a família. “E vai ser prolongado, como eu gosto”. “Eu não posso”, disse-me o João Miguel. “Tenho de estudar História.” (Deves! - pensei) “Eu também não”, avançou o Pedro. “Tenho de ir ter com o Fabinho para jogarmos Pleisteixón”.(‘Tá bem, abelha!- resmordi) “E eu tenho o almoço de anos da Gabi”, concluiu a Joana. (P’ró ano - murmurei.)
Perante estas manifestações igualmente democráticas por parte da filharada, que eu amo e respeito, olhei para a mãe deles à procura de solidariedade, aclarei a garganta e esclareci: “Eu não PERGUNTEI se queriam ir almoçar à casa de um amigo. Eu ANUNCIEI que íamos TODOS almoçar à casa de um amigo. É substancialmente diferente.”
Os sorrisos amarelos sucederam-se. As bochechas descaíram, flácidas, contrariadas, e a minha fofa, sempre atenta às minhas diatribes, apologista da união familiar, principalmente à hora das refeições – que para ela é sagrada - , abanou a cabeça em sinal de desaprovação. E segredou-me: “Tens de ser mais tolerante, coitadinhas das crianças”.
Os filhos, na verdade, não precisam de manual de instruções. A gente vai-lhas dando aos poucos. As mulheres, sim. Em 10 volumes. E com actualização mensal.
João Luís Nabo
5 comentários:
TÃO BONITO E ÚTIL, E ESSAS DAS MULHERES PRECISAREM, ESSAS SIM DE MANUAL TAMBÉM TEM GRAÇA.
DEVE SER DO ALANDROAL.
COMO É QUE A SENHORA NÃO HÁ-DE ESTAR COM UMA CARA DE CHATEADA NA FOTO POSTADA, LÁ TERÁ DE CERTO AS SUAS RAZÕES.
CARLOS RABANETE
Há pessoas que não precisam que as enterrem, elas conseguem fazê-lo sózinhas, foi o caso...
O Sr. Nabo NÃO É do Alandroal.
Para acabar de vez com comentários que nada têm a ver com o conteúdo do texto e que apenas refletem uma conduta imprópria a raiar a imbecilidade de quem os fez, esclareço:
O Doutor João Luís Nabo é natural de Montemor, possui um Mestrado, leciona o curso de Inglês na Escola Secundária de Montemor. É licenciado em Línguas e Literatura Modernas pela Universidade Clássica de Lisboa e Mestre em Criação Literária Contemporânea.
Musico, Compositor e Maestro compôs várias peças Sacras e fundou o Coral de S. Domingos, alem de muitas outras incursões por prestigiados Corais. Presentemente Dirige os Corais de S. Domingos de Montemor e o Coral Tomás Alcaide de Estremoz.
Fundou e foi Director do Jornal Folha de Montemor e tem vários livros editados: "Alentejo Sem, " Fim", "O Lago e Outras Histórias Depois", "Águas Mil" " Um Poço de Contos" (Colaboração), "Outros Contos de Vila Nova" entre outros.
A fotografia que documenta o artigo (pelos vistos não ao alcance de todos) é o da sua Esposa, também ela Docente na Escola Secundária de Montemor, e os filhos a que se refere são fruto do seu casamento.
Perante "isto" e face aos comentários "bisbilhoteiros" achavam que os mesmos teriam algum cabimento aqui?
Administrador
O Doutor João Luís Nabo é natural de Montemor, possui um Mestrado, leciona o curso de Inglês na Escola Secundária de Montemor. É licenciado em Línguas e Literatura Modernas pela Universidade Clássica de Lisboa e Mestre em Criação Literária Contemporânea.
Musico, Compositor e Maestro compôs várias peças Sacras e fundou o Coral de S. Domingos, alem de muitas outras incursões por prestigiados Corais. Presentemente Dirige os Corais de S. Domingos de Montemor e o Coral Tomás Alcaide de Estremoz.
Fundou e foi Director do Jornal Folha de Montemor e tem vários livros editados: "Alentejo Sem, " Fim", "O Lago e Outras Histórias Depois", "Águas Mil" " Um Poço de Contos" (Colaboração), "Outros Contos de Vila Nova" entre outros.
O CARO XICO PUBLICA O QUE QUER PORQUE O BLOG É SEU, MAS EU SEM OFENDER SEJA QUEM FOR ACREDITO QUE O SR. DR. JOÃO NABO É TUDO ISSO QUE O SR. FRANCISCO MANUEL DIZ E TALVEZ AINDA MAIS, O QUE FAZ QUE O SR. SEJA MAIS PONDERADO NOS COMENTÁRIOS QUE FAZ, PORQUE ISSO DAS MULHERES TEREM QUE TER MANUAIS E SEMPRE ACTUALIZADOS, PODERÁ SER PARA AS MULHERES QUE O SR. DR.ACHA, ASSIM COMO PARA CERTOS HOMENS QUE BEM NECESSITAM DE ACTUALIZAÇÃO COMO DEVE SER O CASO DE SUA EMINENCIA.
PARA PESSOA TÃO INSTRUÍDA NÃO SE DESCULPA O COMENTÁRIO RACISTA COMO O QUE AQUI LEMOS, MAS DE FACTO O MACHISMO CONTINUA ESCONDIDO, ANDA VIVO E POR AÍ, E NÃO ESCOLHE GENTE "CULTA" OU INCULTA, ELE ESTÁ EM TODO O LADO DA SOCIEDADE, ATÉ NOS DOUTORES E GENTE " ILUSTRE".
LÁ DIZ O DITADO QUE QUEM NÃO SE SENTE NÃO É FILHO DE BOA GENTE.
PAULA AMENDOEIRA
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