domingo, 13 de abril de 2014

COMENTÁRIOS PARA REFLECTIR

Numa postagem em que se abordava a temática do Castelo do Alandroal, sobre obras realizadas, embelezamento do mesmo e sugestões para uma melhor visibilidade e acesso, começaram a aparecer comentários abordando a colocação do que restava e foi adaptado ao pelourinho colocado no Rossio dos Arrequizes frente ao “poial” que sustenta a muralha.
Reconhecendo que os referidos comentários fugiam ao tema proposto, não deixei de dar visibilidade aos mesmos não só porque reflectiam opiniões, como também porque transmitiam ensinamentos sobre a história dos referidos pelourinhos.
Porque em meu entender os mesmos merecem uma melhor divulgação aqui os deixo em primeira página:


Anónimo Anónimo disse...
Sobre o muro encostado na muralha do castelo...
Limpeza da parte superior do muro e caiado de branco como sempre o foi. Manter, nada mais!
Sobre o pelourinho, já que dele se falou...
Retirá-lo quanto mais depressa melhor e colocar uma réplica do original. Se não houver dinheiro para a réplica, simplesmente retirar a aberração. É uma vergonha para os alandroalenses, uma ofensa ao património.
Castelo desolado 
Anónimo Anónimo disse...
"podiam ter investigado um bocado mais ante de ofenderem o significado do Pelourinho"
OH! Senhores!...
"ofenderem o significado do Pelourinho"...
Será que sabe para que servia aquele maldito instrumento e o que representava?
Ali, para exemplo aterrorizador, eram dependuravam pedaços de corpos de desgraçados que caíam na alçada da justiça dos Senhores Feudais, de má memória! Que Deus nos livre!...
Anónimo Anónimo disse...
Pelourinho, popularmente designado também como picota, é uma coluna de pedra colocada num lugar público de uma cidade ou vila onde eram punidos e expostos os criminosos. Tinham também direito a pelourinho os grandes donatários, os bispos, os cabidos e os mosteiros, como prova e instrumento da jurisdição feudal.
Os pelourinhos foram, pelo menos desde finais do século XV, considerados o padrão ou o símbolo da liberdade municipal. Para alguns historiadores, como é o caso de Alexandre Herculano, o termo pelourinho só começa a aparecer no século XVII, em vez do termo picota, de origem popular. A partir dessa altura passou a ser apenas o marco concelhio. Antes dessa altura, segundo Herculano, o pelourinho era uma derivação, de costumes muito antigos, da erecção nas cidades do ius italicum das estátuas de Marsias ou Sileno, símbolos das liberdades municipais. Mas outros historiadores remetem para a Columna ou Columna Moenia romana, poste erecto em praça pública no qual os sentenciados eram expostos ao escárnio do povo.
Parece que antes do século XV terá havido algumas execuções nos pelourinhos. Mas a partir daí não há provas que tal sucedesse, pelo menos em relação às execuções capitais, que faziam na forca depois de ter sido exposto no pelourinho para conhecimento do povo
Percebe agora quando falava no que significava o pelourinho???Parece que ambos temos razão não é? 
às vezes acontece...
Anónimo Anónimo disse...
é o eterno problema de neste País não se responsabilizarem e condenarem quem toma atitudes levianas e faz o que não deve, seja com dinheiros públicos ou património.
De nada serve fazerem uma réplica, as réplicas só em poucos casos tem valor, infelizmente o original já algumas mentes brilhantes se encarregaram de eliminar da face do planeta.
Eu sempre quis ter um relógio Omega, como nunca tive dinheiro para o comprar por graça um dos meus netos ofereceu-me uma réplica, é bonito, até parece verdadeiro, mas não vale nada.

Anónimo Anónimo disse...
Deixem estar o que está: sempre é melhor que nada!
O único valor que tem é o histórico.
E só será útil para lembrar o que tem ao longo dos muitos séculos sido a "justiça" dos homens.
 Anónimo disse...
"o que tem ao longo dos muitos séculos sido a "justiça" dos homens"
É para lembrar que falta uma palavra no fim da frase.
Devia dizer: "a "justiça" dos homens" poderosos.
Sim... Porque a "justiça" emana sempre dos poderosos, dos que têm o Poder.
Os juízes apenas condenam ou absolvem no cumprimento das leis, que por norma são feitas pelos poderosos.
Por norma também, os do Poder fazem as leis sempre de modo a que a justiça lhes não possa beliscar neles próprios, quando cometem qualquer tipo de crime. Deixam sempre uma escapatória que os beneficie, ou ilibe, nos casos em que lhes descubram os podres.
Sim, porque os poderosos são pessoas como os não poderosos, e portanto sujeitos a cometerem os mesmos desvios.
Porém acontece por vezes, é que os poderosos de hoje, amanhã podem deixar de o ser… E então, as leis que fizeram para castigar os outros e se safarem a eles, estão agora a beneficiar o lado oposto e a castigá-los a eles…
Isto assim estava equilibrado! Quando fizessem leis, tinham que pensar duas vezes, não fosse o diabo tecê-las…
Bem, mas as coisas não são assim tão lineares. Os poderosos já resolveram esse grave problema, que os poderia afetar a eles, ou os amigos, no caso de lhes fugir o Poder das mãos…
Inventaram a prescrição! No caso de em tribunal não terem possibilidades de limpar o nome, basta-lhes irem adiando a sentença. No fim do espaço de tempo que a lei prevê, os processos perdem a validade, e, o arguido fica limpo, seja de que crime for. Sem cadastro.


11 comentários:

Anónimo disse...

. Na minha modesta e simples opinião o pelourinho ou o que resta dele é um marco do passado do nosso passado. Tem um lugar na história do poder local porque determina que o concelho podia fazer e administrar a sua justiça. Aos homens bons cabia tal poder. Efetivamente era o local onde se expunham os condenados, forma horrivel de mostrar que o crime não compensa. Administrar a justiça fora do jugo dos senhores feudais foi celebrado em cada concelho como oportunidade de libertação do poder dos senhores. Por isso os concelhos preservam e resguardam os seus pelourinhos. Evoluímos, graças a deus, em termos de direitos humanos e a justiça já não obriga a tais demonstrações ... Mas de uma forma ou de outra , concordando ou não com a forma com foi reconstiruído o nosso pelourinho, é um marco da evolução do poder local em portugal ...

Anónimo disse...

Sou leitora habitual deste blogue mas raramente escrevo comentários. Desta vez acho que tenho um bom motivo para o fazer. Tenho assistido a toda esta conversa sobre o pelourinho. Acho que como é costume discute-se muito o acessório e esqueçe-se o fundamental. Se é ou não o verdadeiro pelourinho que lá está, toda a gente sabe que não. E porquê? Porque eu lembro-me de ver durante anos peças soltas do verdadeiro pelourinho do Alandroal ao abandono dentro do castelo e no antigo quintal que havia por detrás do edifício da câmara. Andaram assim até que foram desaparecendo uma a uma. Se hoje não temos pelourinho isso deve-se à total incúria e falta de atenção e respeito pelo património dos sucessivos responsáveis da câmara. A CDU nunca mostrou muita sensibilidade para as questões do património, essa é que é a verdade. Portanto, é de enaltecer o esforço que foi feito para recuperar alguma memória de tão importante monumento do concelho, embora já tarde.

Anónimo disse...

O que ali está não é nada,é mais uma vergonha para o Concelho e uma falta de respeito para quem nos visita, é como tentar vender gato por lebre.
Nem toda a gente é analfabeta e há quem conheça e saiba sobre pelourinhos, quando olharem para aquilo devem dar gargalhadas.
As coisas ou são ou não são, mais vale não ter, assim é que não.

Anónimo disse...

Portanto, é de enaltecer o esforço que foi feito para recuperar alguma memória de tão importante monumento do concelho, embora já tarde.

14 Abril, 2014 10:53

Não concordo,

aquilo é um pelourinho ou uma escultura moderna de um qualquer artista local?
Poderia dizer muita coisa mas o que me apraz dizer olhando para aquela recuperação de um pelourinho que não o é, de um monumento que deveria ser antigo e jenuino e não é, que deveria ter história e não a tem, que não passa afinal de uma falsificação de má qualidade e mau gosto, é o que de facto há pessoas que não tem o mínimo sentido do ridículo, nem sabe o que andou a fazer.
Enaltecer o esforço ou o que quer que seja desse tipo de gente, não obrigado, enalteça o Sr., e por aqui me fico.

Anónimo disse...

A sensibilidade da CDU, sobre o património construído do Alandroal, está bem expressa no facto de ter sido a segunda autarquia do país (logo a seguir a Évora), a publicar um livro sobre arqueologia concelhia.
Se bem me lembro chamava-se "Carta Arqueológica do Alandroal", e foi publicado já há mais de 22 anos.
Talvez a comentadora das 10:53 fosse, por essa altura, muito nova para se lembrar dessa publicação, mas como eu colaborei, sob a orientação do professor Manuel Calado, na pesquisa que deu origem a esse livro, não posso deixar de lhe dizer que a incúria que atribui à CDU não é justa, pois era essa força política que estava no poder.
Devo também dizer-lhe que o professor Manuel Calado, com o apoio da câmara, não se limitou a dizer-nos para procurarmos "cacos". Deu-nos também aulas de arqueologia. A mim e a cerca de outros dez jovens mais. Alguns desses jovens (menos jovens agora, naturalmente), ainda hoje referem em conversas avulso, o seu gosto por esse tema.
O presidente da altura, sr. Inácio Melrinho e o então vereador Sr. João Ribeiro, muitas vezes apareciam no terreno a inteirar-se da forma como corriam os trabalhos.
Desculpe não concordar consigo
É tudo o que tenho para lhe dizer.

Anónimo disse...

Toda esta polémica acerca dum pelourinho, que se não sabe onde está e ninguém fala do que devia falar.
Quem é que tem o pelourinho?!
Quem o tem que apareça com ele. O pelourinho não se desintegrou. Se alguém tem uma ideia de onde ele está que diga!
Então, peças Boa tarde.
do património local, que consideramos importantes, desaparecem assim sem mais nem menos, como se fossem fumo e nunca mais se sabe para onde foram desviadas, porquê? Onde estão as estatuetas da fonte? E os sinos? Da Igreja da Fonte Santa e esse aqui mesmo no centro da vila? Não valem uma pesquisa séria para se descobrir o seu paradeiro? Se não continuarmos atentos vai o resto e aí ficamos nós a falar de nada! Sim, porque não vai sobrar nada! Vamos pôr todos a cabecinha a trabalhar, incluindo as autoridades, para que se descubra o que todos precisamos saber.
Quem é que anda aqui a desviar o nosso património dos lugares onde ele pertence?
É urgente que se descubra e essa pesquisa nunca devia terminar enquanto não der o resultado que nos interessa. Ou já estamos mesmo habituados a ser roubados e o roubo já nem é crime?

francisco tátá disse...

O titulo da postagem diz tudo: «Comentários para reflectir».
E só pela reflexão que faz a propósito do roubo do nosso património valeu a pena toda a polémica gerada pela mesma.
Pode ser que alguem reflicta sobre o assunto e tome as medidas que sugere.
Tiro o meu chapéu às suas pertinentes considerações
Chico Manuel

Anónimo disse...

Um livro em 30 anos é a OBRA da CDU no património! Até deviam de ter VERGONHA de falar disso com tudo o que não fizeram e tudo o que deixaram degradar ou PIOR!! Ao mesmo tempo o presidente Martelo ali de Reguengos foi INVESTINDO SEMPRE em Monsaraz e assim está aquela vila com MILHARES de turistas por ano!!! Nessa altura qual era a desculpa, também não havia dinheiro? Meu pobre Alandroal, continuas abandonado pela sorte!

Anónimo disse...

Sr. Administrador.
Ao ler o comentário de 14 Abril, 2014 18:19 verifiquei que o "Boa tarde" ocupou o local errado.
O cursor estava posicionado nesse sítio e, aconteceu.
Devia ter lido texto antes de enviar...
Peço desculpa.

Anónimo disse...

Sobre o que se faz ou não se faz do património e da forma como ele é tratado e recuperado poderíamos fazer mais "tratados". O problema é que com o património as coisas, não só no Alandroal, vão de acordo com a corrente, não são fruto de um trabalho contínuo e planeado. Depois são também fruto da arbitrariedade, sensibilidade e disponibilidade politica e financeira. Haverá sempre quem goste quem "desgoste", quem seja a favor quem seja contra ... eu por exemplo não concordo com a requalificação do castelo... a mármore a mim chateia -me solenemente...mas a opção foi feita, está feita e só poderemos desejar que a próxima intervenção traga algo de melhor... concordaria que sempre que houvesse uma restruturação de fundo no património fosse sempre sujeita previamente a consulta pública ... concordaria ainda que o património (todo e qualquer) fosse cuidadosamente tratado e aconselhado por especialistas, sem interesses que não fosse a preservação do que é nosso, na salvaguarda da história e da memória dos homens...

Anónimo disse...

há por aqui vários comentários muito interessantes sobre o património do alandroal. é um assunto sério que merece ser encarado com muita seriedade. pena é que alguns comentadores não se aguentem e deixem estalar o verniz e de tudo façam uma guerra política, como o comentador das 18:59