Aqui ficam :
MOTE
(Desconheço Autor)
Caldeta de peixe do rio
Na V mostra do Alandroal
Feita por gente com brio
Não encontra outra igual
(Desconheço Autor)
Caldeta de peixe do rio
Na V mostra do Alandroal
Feita por gente com brio
Não encontra outra igual
Glosas
1ª
Barbo fresco na cozinha…
Poejos da ribeira e tomate,
O alho também faz parte
E meia cebola cortadinha.
Miolo de pão ou farinha
Um decilitro d’azeite de fio,
A pimenta, se assim decidiu
Mais as sopas de pão duro…
Chamam a este sabor puro
Caldeta de peixe do rio.
2ª
Num tacho junta-se o azeite
E os temperos, tudo bem pisado,
O peixe previamente arranjado
Mais a cebola por cima deste.
Tomate moído quanto baste…
Miolo ou farinha da nacional,
Cobrir d’ água fria natural
E ferver em lume brando ao fogão,
Servir quente com sopas de pão
Na V mostra do Alandroal.
3ª
De diversas formas a arte
Se manifesta dentro da gente,
Preparar a sopa sabiamente
Da cultura também faz parte.
Se vens de visita desejar-te
Uma boa caldeta à beira-rio,
De todas a que mais aprecio
Com peixe acabado de pescar...
Eis a arte de bem cozinhar
Feita por gente com brio!
4ª
Caldeta feita a preceito
Deve ser bem condimentada,
Assim também um soneto
Obedece a métrica acertada.
Pelas gentes confeccionada
De sabor único, tão especial,
É no concelho do Alandroal
Muito apreciada esta iguaria…
Com tal requinte e sabedoria
Não encontra outra igual!!
Matias José
15 comentários:
Bingo! Das que li até à data por aqui, premiadas ou não premiadas no concurso de poesia, sem dúvidas as melhores. Venham mais para a gente desfrutar da boa poesia popular!
Não me levem a mal os seis primeiros lugares, mas, para mim, estas são as melhores décimas deste ano. Muito bem feitas, Parabéns!
O anonimo de 19 Março, 2014 17:44
disse:
"premiadas ou não premiadas no concurso de poesia, sem dúvidas as melhores"
Elas podem ter tudo quanto você talvez goste e gostos não se discutem.
Agora falo para quem as fez.
Devia tê-las lido com atenção antes das enviar para o Concurso.
Quer que lhe diga porquê?
Boa ementa amigo cabé!
MAGNÍFICAS, MATIAS JOSÉ !!!
De todas as que já li, são, sem sombra de dúvida, as MELHORES !!!
Sem qualquer desprimor para os premiados!...
"Quanto a factos, não há argumentos"
" A identificação dos júris" não é revelada para evitar assédios que
poderiam ser prejudiciais para a decisão."
Passado que foi o período de perigo
dos "assédios", já é mais que tempo
do mesmo sair do anonimato, aliás,
nunca deveria ter sido.
Li aqui alguns comentários muito pertinentes e com os quais concordo inteiramente. As normas destes concursos também têm que ser alteradas. Não temos que fazer igual aos outros, temos é que fazer bem e seguindo as normas de qualquer outro concurso !
Também agora acabei de ler um comentário apontando os erros técnicos de algumas décimas premiadas...
Tudo isto é lamentável Srs. Jurados !...
Deveremos continuar a permitir que o Júri seja "Anónimo e Soberano"?
Sobre "erros técnicos de algumas décimas premiadas..."
Por falar disso: tenho reparado e continuarei a reparar.
As décimas da Ausenda não têm erros técnicos.
Nas décimas de Matias José são pelo menos 9. Rio e Alandroal estão em duplicado. Há palavras que era para rimarem e não rimam.
A última décima então, nem rima nos lugares certos. Mas há quem goste assim... Enfim se é disto que gostam quem serei eu para mudar o gosto das pessoas?
"Deveremos continuar a permitir que o Júri seja "Anónimo e Soberano"?"
Pois claro!
Olha se não fosse...
Vocês envergonham as pessoas sérias deste concelho.
Amigo Chico Manel:
Esclarecer os leitores do Altejo (principalmente os mais amantes de poesia) que as décimas de Carlos Alberto Biga Camões Galhardas não poderiam ter sido classificadas em lugar de prémio.
E porquê?
Como, e muito bem escreveu um amigo na publicação das poesias premiadas até ao 6º lugar...
Disse assim:
"Décimas “furadas” premiadas no II Concurso de Poesia do Alandroal.
Na minha terra o Júri é mais rígido. Estes dois, o 4º e o 6º não eram premiados.
Nas décimas as palavras que servem para rimar não podem ser duplicadas. Qualquer palavra que sirva para rimar só pode ser usada uma vez.
O 4º premiado tem as décimas furadas 2 vezes.
A palavra (Guadiana) está repetida e a palavra (Alandroal) também.
3ª Décima: “Encostada ao (Guadiana)”----- 4ª Décima: “Lucefecit e (Guadiana)”
2ª Décima: “Na V Mostra do (Alandroal)”----- 4ª Décima: “E dar ao(Alandroal)”
O 6º premiado furou as décimas 1 vez.
A palavra (Alandroal) está repetida.
II Décima: “Na V Mostra do (Alandroal)”----- IV Décima: “Que venha ao (Alandroal)”
É verdade que o Júri é soberano mas devemos sempre denunciar estas situações para que de futuro as corrijam.
Observador sem pretensão a criticar a organização que nada tem a ver com este erro técnico dos jurados."
----------------------------------
Agradeço o comentário muito esclarecedor e que desconhecia de todo. Como se pode verificar, as décimas que escrevi estão «furadas» (penso que repeti três vezes a palavra que serviu para rimar) e como tal não poderia entrar nos seis primeiros lugares (os de prémio).
Sobre a atribuição dos prémios não me pronuncio... excluindo, como é evidente, o 4º e 6º lugares. As décimas estão "furadas", tais como as minhas.
Um abraço para Chico Manel que postou a minha poesia, e outro para quem nos esclareceu de forma correcta sobre um dos requisitos importantes na construção das décimas populares.
Fiquem bem!
Eu sinto orgulho em pertencer ao Concelho do Alandroal.
Esta terra tem tido desde sempre, gente disposta a fazer valer os nossos valores, tanto patrimoniais como culturais.
Temos uma história riquíssima, que tem merecido até a atenção de grandes poetas, como Camões, que enaltece nos Lusíadas o Pêro Rodrigues e sobre ele escreveu:
Na mesma guerra vê que presas ganha
Estoutro Capitão de pouca gente;
Comendadores vence e o gado apanha,
Que levavam roubado ousadamente.
Outra vez vê que a lança em sangue banha
Destes, só por livrar com o amor ardente
O preso amigo, preso por leal:
Pêro Rodrigues é do Landroal.
Num assomo de profecia… Só podia ter sido isso; falando da rica poesia do nosso concelho, Camões escreveu também sobre os valores poéticos mais altos que se “alevantam”, como a da poesia aqui publicada.
Eu sou levado a associar esta estrofe de Camões, ao que está a passar-se agora, depois de ler alguns comentários aqui presentes.
Leiam o que Camões escreveu nos Lusíadas:
Cessem do sábio Major e do Miranda
As grandes poesias que fizeram;
Cale-se do Limpas e do Pinto a propaganda
E a fama das vitórias que tiveram;
que eu canto o poeta ilustre em demanda
a quem os Astros e os Amigos fama deram.
Cesse tudo o que esta Musa antiga canta,
que outro valor mais alto se alevanta!
É assim. Espero que a organização dos Concursos de Poesia, para o ano que vem, não tenha que recorrer aos mesmos jurados.
Isso seria inadmissível! Temos no nosso concelho mais de meia dúzia de pessoas, que, não estão satisfeitos com os resultados…
Pela minha parte, essa meia dúzia de pessoas tem competência, mais que suficiente, para desempenharem o digno papel de jurados, no apuramento dos premiados do próximo Concurso.
E, ao invés deste ano, ficarão certamente satisfeitos, com os resultados.
Jerónimo Major.
Pese embora as décimas estarem furadas, a sua entoação é perfeita. Dignas de figurar em cartão de visita ou folheto a criar para uma próxima semana do peixe do rio. Quem nos visite leva a ementa da caldeta dentro do bolso. Parabéns ao poeta e a todos os poetas. A vossa poesia popular é uma parte importante da cultura do nosso povo.
Carlos Alberto Biga Camões Galhardas, é um SENHOR, Poeta!
Tem qualidades hoje pouco usuais.
Ninguém estava à espera e nem ele era obrigado a dar a explicação, que no seu comentário li sobre as suas décimas.
É um modelo de humildade, que bem podia ser seguido pelos que neste espaço, contrafeitos com os resultados, até já querem mudar as regras existentes em todo o País, para a classificação dos poetas concorrentes.
Desejo para ele tudo quanto haja de bom, porque também ele é um homem bom.
A sua poesia este ano não foi premiada, mas ele, merecia e merece o nosso reconhecimento, pelo seu exemplar e pouco vulgar comportamento.
Saudações poéticas
de: um poeta amigo.
"Anónimo disse...
Sobre "erros técnicos de algumas décimas premiadas..."
Por falar disso: tenho reparado e continuarei a reparar.
As décimas da Ausenda não têm erros técnicos.
Nas décimas de Matias José são pelo menos 9. Rio e Alandroal estão em duplicado. Há palavras que era para rimarem e não rimam.
A última décima então, nem rima nos lugares certos. Mas há quem goste assim... Enfim se é disto que gostam quem serei eu para mudar o gosto das pessoas?
20 Março, 2014 17:22"
Peço a quem fez este comentário que nos faça o favor de apontar os 9 erros técnicos que fala, bem como apontar as palavras que eram para rimar e não rimam e onde estão os erros na última décima em que diz a rima não estar nos lugares certos.
É que eu só encontro dois erros técnicos: na primeira e terceira décima a palavra "parte", e na segunda e quarta décima a palavra "Alandroal" são duplicadas na rima.
Sobre a palavra "rio" que aparece na primeira e terceira décima, é muito duvidoso tratar-se de erro. Uma das rimas termina em rio, a outra termina em beira-rio, daí a minha dúvida. São a mesma palavra?
Quanto ao resto que está no comentário 20 Março, 2014 17:22, nem vale a pena comentar. Uma miséria franciscana!
CONCORDO INTEIRAMENTE E REFORÇO O COMENTÁRIO DO DIA 21, DAS 01:55, COM EXCEPÇÃO DE:
"que bem podia ser seguido pelos que neste espaço, contrafeitos com os resultados, até querem mudar as regras existentes em todo o País, para a classificação dos poetas concorrentes."
O EXEMPLO DE HUMILDADE DESTE GRANDE POETA, devia ser seguido pelo Júri do Concurso que já era tempo de levantar o véu, identificar-se e vir públicamente assumir os erros cometidos, pedindo assim desculpa aos concorrentes pelos seus lapsos!
É pena que estes comentários não estejam mais visíveis, pois assim já não serão conhecidos por uma grande parte dos visitantes.
Esperemos que o comentador a quem foi solicitada resposta, o consiga fazer. Se assim não fôr é porque não é capaz.
Enviar um comentário