ENGANAR
A JUSTIÇA PODE DAR MAU RESULTADO
A “coisa” passou-se no Café do Tyrileni, café situado na
Praça, onde outrora foi a Pensão da Ti Matilde e presentemente dependência Bancária
da C.C.A,
Como habitualmente pela tardinha os “compinchas” reuniam-se
para o habitual petisco acompanhado da tradicional garrafinha de tinto.
O pitéu era carne frita, vulgo “migos” que por serem
demasiado grandes, ou talvez para “avultarem”, o Rato se apressou, com a
tradicional navalhinha, a cortar em pedaços mais pequenos.
O Luís Saial, talvez porque a “larica” apertasse ia com o
garfinho “catando” aqui e ali os pedacinhos cortados. Está quieto que eu ainda não acabei de cortar – dizia o Rato.
E o Luís… nada, cada vez “picava” mais.
Já te disse que
esperasses que acabe de cortar, tas aqui tas a levar uma “orelhada” .
Como continuasse a insistir levou mesmo. Mas a mesma foi
puxada de mais e “escangalhou” o nariz do pobre Luís, a pontos de o partir.
A “coisa” foi séria e meteu G.N.R. que tomou conta da ocorrência,
lavrou o respectivo auto, arrolou as testemunhas, entre elas o Zé Colunas, que
era um dos convivas, e remeteu para Tribunal.
Audiência marcada, vitima e queixoso frente a frente, e
testemunhas em sala à parte, entre elas também eu e o Humberto apenas como
testemunhas abonatórias.
As ditas testemunhas eram ouvidas pelo Meritíssimo uma a uma
e sem a presença das outras.
Quando chegou a vez do amigo Zé Colunas, e como bom rapaz
que sempre foi, não quis tomar qualquer partido, e optou por …NÃO
SEI. NÃO ME APERCEBI DE NADA, ESTAVA LÁ MAS NÂO VI NADA
Posto isto, o Senhor Dr. Juiz, não insistiu em mais
pormenores e dispensou o amigo Zé Colunas.
Seguiu-se o Humberto, que de imediato informou nada ter
visto, dado não estar presente, e que apenas ali estava como testemunha
abonatória de ambas as partes. E perante a insistência do Dr. Juiz se sabia os
motivos da desavença o mesmo informou com pormenores toda a cena.
Mas se não estava
presente como pode relatar o que aconteceu? Indagou o Juiz.
FOI O ZÈ COLUNAS QUE
ME CONTOU. ELE ERA UM DOS QUE ESTAVA NO PETISCO,
Bem a “coisa” não teve resultados mais gravosos, porque o
Meritíssimo se limitou a passar um correctivo ao “mentiroso”, e a decretar uma
pena suspensa ao réu.
Chico Manuel
P.S. – O Rato e o Zé
Colunas foram dois grandes amigos que precocemente nos deixaram.
Foi a pensar neles que
me acudiu à memória esta história.
Por certo, os
familiares me irão perdoar trazer à memória factos que marcaram a nossa vida,
Para eles, estejam
onde estiverem, que descansem em Paz, e que saibam que os verdadeiros amigos
nunca se esquecem.
5 comentários:
Esta cena passou-me ao lado, nem o Zé Colunas, que falei aqui em Almada pela últma vez antes dele morrer, nem o meu parente Rato me a contaram. E este era um dos meus grandes companheiros, que aparecia, de surpresa. no Monte, para me ir buscar para o cinema, o que inquietava a minha avó, que tinha que prestar contas de mim ao meu pai. É bom embora comovente recordar os amigos.
Helder
Ia-te buscar por certo numa motorizada. Tanto que eu andei com ele nessa motorizada a caminho desses bailaricos fora.
Uma vez viemos de uma Festa de Monte Juntos cinco na motorizada. E chegamos todos ao Alandroal.
Bons e velhos tempos
Chico
Apenas um breve reparo, Xico , o café não era do Tyrilene mas sim do Balancé, penso eu, porque foi o café que existiu a seguir á pensão da Tia Matilde.
Um abraço
João Pua
Estimado Amigo,
Gostei da história.
Agora que de novo o encontrei irei ler com assiduidade seus belos posts.
De Bangkok um abraço amigo
Tens razão amigo João. Era o Balancé.
A PDI não perdoa.
É um prazer voltar ao contacto com o amigo Fontes Cambeta. Também irei seguir o "Mar do Poeta" e por vezes retirar certas postagens.
Um abraço a ambos
Chico Manuel
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