A Casa onde Nasci | ||||||||||||||||||||||||
I | IV | |||||||||||||||||||||||
A minha pobre casinha | Entravam pelo telhado | |||||||||||||||||||||||
Toda de branco caiada… | Que já quase não existe. | |||||||||||||||||||||||
Na lareira mascarrada | Olho-a e fico triste | |||||||||||||||||||||||
Funcionava a cozinha. | Ao vê-la naquele estado. | |||||||||||||||||||||||
Com duas divisões tinha | Foi do meu avô, coitado, | |||||||||||||||||||||||
Um quarto sem janela, | Nove filhos a herdaram. | |||||||||||||||||||||||
Duas camas à luz da vela | Alguns deles lá moraram, | |||||||||||||||||||||||
E a banquinha de cabeceira… | Meus pais não foram exceção: | |||||||||||||||||||||||
Era uma velha cadeira: | Em parte da habitação | |||||||||||||||||||||||
Porta passava sem ela. | Três filhos lá se criaram. | II | V | |||||||||||||||||||||
Porta passava sem ela… | Três filhos lá se criaram… | |||||||||||||||||||||||
Um pano dependurado, | Mas meu pai num grande enredo; | |||||||||||||||||||||||
Fazia de cortinado | Minha mãe, deixou-nos cedo | |||||||||||||||||||||||
Nessa entrada singela. | E as vidas se complicaram! | |||||||||||||||||||||||
A velha porta, naquela | O que ele e os filhos penaram… | |||||||||||||||||||||||
Divisão que dá pra fora, | Nem quero nisso pensar. | |||||||||||||||||||||||
Estava aberta toda a hora | É da casa que quero falar: | |||||||||||||||||||||||
Pra ter luz no interior. | Um dia, mudou de dono!... | |||||||||||||||||||||||
Encostava-se ao sol-pôr | Mas votada ao abandono, | |||||||||||||||||||||||
Com uma pedra por escora. | Ali está, a definhar. | |||||||||||||||||||||||
III | VI | |||||||||||||||||||||||
Com uma pedra por escora | Ali está, a definhar… | |||||||||||||||||||||||
Bastava a porta empurrar, | As casas, são como nós: | |||||||||||||||||||||||
Para que pudesse entrar | Vem o fim e ficam sós | |||||||||||||||||||||||
Alguém que mais se demora. | E já não há volta a dar. | |||||||||||||||||||||||
Ainda lembro agora | É mesmo prá acabar, | |||||||||||||||||||||||
Já tanto tempo passado… | Outras novas vão surgir! | |||||||||||||||||||||||
O chão, era lajeado, | Tudo se vai repetir | |||||||||||||||||||||||
Eram velhinhas as telhas, | Neste ciclo infinito, | |||||||||||||||||||||||
Vento, chuva e abelhas, | E o que é agora bonito, | |||||||||||||||||||||||
Entravam pelo telhado. | Acabará, por cair. | |||||||||||||||||||||||
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Produzido por: Versos Diversos | em Janeiro de 2014 |
3 comentários:
mais uma vez.... 5 estrelas!
Grato a todos…
Mais uma vez estou a ler
Palavras de simpatia,
Pela minha poesia
Que quero agradecer.
Longe de me envaidecer,
O vosso gentil apreço,
Que eu nem sei se mereço
Leva-me a continuar,
A fazer versos pra vos dar
E a quem os lê agradeço.
De: Versos Diversos
Nada tem que agradecer,
Poeta com muito Valor!
Tem feito por merecer,
continue, se faz favor.
Uma admiradora
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