quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE PELA RÁDIO DIANA/FM

                  A realidade e ficção

Quinta, 23 Janeiro 2014 10:31
E começaram a chegar os recibos aos pensionistas e funcionários públicos. À semelhança do que aconteceu no ano passado por esta altura, o rendimento disponível baixou significativamente para todos.
As televisões andaram num corrupio a filmar recibos e a entrevistar as vítimas do assalto, colocando questões tão inteligentes como perguntar a uma pensionista, que viu a sua pensão de sobrevivência baixar para pouco mais quinhentos euros, qual seria a estratégia para fazer face às despesas com ainda menos dinheiro.
Nos último tempos o governo tem tentado vender a ideia que estamos no caminho da recuperação, com o desemprego a diminuir e o país a dar passos largos para sair da crise.
Algumas pessoas que conheço foram dizendo que provavelmente a coisa até estava a resultar e, quem sabe, talvez este fosse o caminho da solução dos problemas do país.
Optei por não argumentar, por esperar pelo final do mês para voltar a conversar sobre o fantástico sucesso do ajustamento português.
Perante mais cortes e aumentos de impostos sobre o trabalho, perante um olhar desolador sobre o resultado líquido da conta, perante a dureza da 55555 realidade transferida para a conta bancária, ouvi um pouco de tudo mas ninguém se atreveu a cantar loas ao caminho percorrido.
Talvez lá mais para o fim do ano, quando a memória pregar a partida e mascarar as diferenças pelo efeito da habituação, alguns voltem a dar o benefício da dúvida.
Por agora não há declarações de governante ou comissário europeu, que os consigam convencer que o caminho do sucesso é por cima do empobrecimento de quem trabalha. Uma simples folha de papel destruiu o mito e leva ao desespero de quem a recebeu.
Já agora, deixem-me contar uma anedota protagonizada por um ministro. Durante o debate na Comissão de Saúde, o ministro afirmou que quando sair vai deixar o SNS mais favorecido.
Os deputados da coligação multiplicaram-se em elogios manifestando o seu orgulho nos feitos da equipa ministerial.
A coisa foi de tal monta que o ministro se viu obrigado a recusar os louros, distribuindo-os pelo Ministério Público e Polícia Judiciária, no combate à fraude relacionada com medicamentos.
Parece que temos um país dividido entre uma pequena minoria que imagina uma realidade inexistente e uma imensa maioria que é atropelada por uma realidade impressa num recibo de salário ou pensão.
 Até para a semana
Eduardo Luciano


2 comentários:

Anónimo disse...

porque não filmam os recibos daqueles que auferem milhares mensais de reforma!!!

tão piedosas que andam as redacções das TV´s ao só consentirem tais obras "de filmagens"

PORQUE SERÁ???

A LUTA terá mesmo de continuar e dia 1 de Fevereiro todos em Évora, ás 11 horas, na Praça 1º. de Maio.

Enquanto é tempo "que venham as gravatas, as boinas, os chapéus, os lacinhos, os pelicos e os capotes, PORQUE ELES NÃO PÁRAM DE NOS ROUBAR.

Antes magros mas honestos, cá no mato ... do que gordos e corruptos, na boca do gato. JAMÉS.

31 de Janeiro

Anónimo disse...

Dá pena ver um povo como o Português (o meu povo)entregue a esta cobardia coletiva, será que já nada o indigna? Nada já o faz agir e unir-se como o fez em relação á causa timorense???Que saudades desses tempos pelo que representaram para nós como povo e também obviamente pelo resultado obtido pelo povo de timor. Estaremos nós á espera que seja agora Timor a libertar-nos desta corja de gaiatos ladrões????