A
CHUVA
O vento soprava do sul
O céu de nuvens cavado
Ficou sem a cor azul
Enchendo-se de nublado
Começou a chuva a cair
Com brandura, miudinha
Fiquei a ver e a ouvir
Pela janela da cozinha
Nas terras ressequidas
As águas se entravam
As flores agradecidas
No seu pé rodopiavam
Relâmpagos reluziam
Serpenteavam na terra
Muitos trovões se ouviam
Lá atrás daquela serra
Corriam apressadas
Pessoas pelas ruas
Mal agasalhadas
E todas molhadas
Pareciam estar nuas
Crianças divertidas
Sapateavam nas poças
Mesmo impedidas
Faziam orelhas moucas
Um chapéu voava
Pela estrada fora
Aqui e ali, rebolava
Era já uma hora
Um dia poético
Um dia feliz
Um dia patético
E você o que diz?
Ontem ouvi bem
A força que tinhas
Pingas eram mais de cem
Grossas e redondinhas.
Ó chuva que acordas
Quem está a dormir
Toma lá cuidado
Que partes o telhado.
Maria Antonieta Matos
DIA CHUVOSO
Ah…Quanto elevado se sente o pensamento
Quando o dia, lá fora corre atormentado
No aconchego, as brasas falam ao silêncio
Faúlhas fazem ver o céu estrelado
Adeus dia chuvoso que na calçada
Cascatas, fazes, e abraças os teus rios
Ao vento que ouço aos assobios
Rangendo portas em desafinados desafios
Enches de lismos, despes o branco do casario
Tiras-lhe a cor e o matizas de rabiscos
Lacrimeja o beiral contente aos salpicos
O escuro se ilumina, cessa o vento e o frio
O reflexo dos regatos alinda a calçada de xisto
Flores nascem na rua, entre pedras e nichos
Maria Antonieta Matos
O vento soprava do sul
O céu de nuvens cavado
Ficou sem a cor azul
Enchendo-se de nublado
Começou a chuva a cair
Com brandura, miudinha
Fiquei a ver e a ouvir
Pela janela da cozinha
Nas terras ressequidas
As águas se entravam
As flores agradecidas
No seu pé rodopiavam
Relâmpagos reluziam
Serpenteavam na terra
Muitos trovões se ouviam
Lá atrás daquela serra
Corriam apressadas
Pessoas pelas ruas
Mal agasalhadas
E todas molhadas
Pareciam estar nuas
Crianças divertidas
Sapateavam nas poças
Mesmo impedidas
Faziam orelhas moucas
Um chapéu voava
Pela estrada fora
Aqui e ali, rebolava
Era já uma hora
Um dia poético
Um dia feliz
Um dia patético
E você o que diz?
Ontem ouvi bem
A força que tinhas
Pingas eram mais de cem
Grossas e redondinhas.
Ó chuva que acordas
Quem está a dormir
Toma lá cuidado
Que partes o telhado.
Maria Antonieta Matos
DIA CHUVOSO
Ah…Quanto elevado se sente o pensamento
Quando o dia, lá fora corre atormentado
No aconchego, as brasas falam ao silêncio
Faúlhas fazem ver o céu estrelado
Adeus dia chuvoso que na calçada
Cascatas, fazes, e abraças os teus rios
Ao vento que ouço aos assobios
Rangendo portas em desafinados desafios
Enches de lismos, despes o branco do casario
Tiras-lhe a cor e o matizas de rabiscos
Lacrimeja o beiral contente aos salpicos
O escuro se ilumina, cessa o vento e o frio
O reflexo dos regatos alinda a calçada de xisto
Flores nascem na rua, entre pedras e nichos
Maria Antonieta Matos
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