Quarta,
23 Outubro 2013 10:25
Quando se reflecte sobre a actual situação económica que o
país atravessa acredito que o ouvinte tal como eu se interrogue sobre as várias
dimensões do problema e se questione, também, como e em que áreas podemos
encontrar algumas pontes ou a luz ao fundo do túnel, na ânsia de encontrar
caminhos sustentados para o futuro.
Sectorialmente considero que o Turismo é uma área relevante que projecta
aquém a além-fronteiras os valores da identidade cultural e patrimonial do povo
português.
A região Alentejo, tem tido nestes últimos anos, nesta
área, uma posição de destaque, fruto de uma boa gestão geopolítica que se soube
unir em torno da causa, percebendo as mais-valias do sector.
Crescemos em dimensão e escala, com ofertas qualificadas,
e uma forte aposta na promoção e comunicação que potenciou múltiplos produtos,
apostou em áreas até então inexploradas e foi por diante ganhando prémios,
turistas, maior número de visitas e eventos relevantes de dimensão nacional e
internacional.
Tentando ter uma visão Geográfica identifico 4 eixos
fundamentais
Em primeiro lugar o litoral alentejano, que se afirma e
sustenta agregado, também, em patamares entre o turismo de maior poder
económico, desde a península de Troia, quase até ao Algarve, numa extensão de vários
quilómetros de areal onde se encontram praias classificadas de entre as
melhores do mundo.
Depois há Alqueva e aí os famosos projectos turísticos PIN
de Sócrates, Roquete e Aprígio Santos, pouco foram além do papel, defraudando
toda as expectativas com que foram lançados em 2008 e espera-se assim, que esta
zona e os investimentos ali a fazer sejam uma realidade, muito para além do
parco trabalho realizado pelo já extinto – Polo de Alqueva.
Em relação a Beja que sejam encontradas pontes, sim mas
pontes aéreas para que o investimento de milhões ali realizado, no Aeroporto,
seja, um dia, mais leve nos bolsos de todos nós e cumpra a sua missão, também,
na área do turismo.
O quarto e último eixo dedico-o a Évora.
Sim, Évora, Património da Humanidade, com a sua
centralidade geográfica, onde se situam a maior percentagem de hotéis de cinco
estrelas de todo o Alentejo, merece uma atenção diferente, mais cirúrgica, por
parte dos poderes responsáveis pelo turismo.
Depois de ganharmos escala e dimensão, é tempo de, e sem
qualquer sobranceria ou bairrismos, colocar a cidade, de novo, num ciclo de
crescimento turístico, qualificado, assente no seu património edificado mas,
também, naquilo que tem de ser a marca da cidade.
Faz falta uma cidade de cultura, e um gabinete da cidade
que faça não só a defesa e valorização do património como apresente uma
programação que entre nos circuitos e redes de eventos das cidades patrimoniais
e de cultura, ainda que de média dimensão. O exemplo recente do Fórum Eugénio
de Almeida é um bom ponto de partida.
Termino fazendo votos para que Carlos Pinto de Sá e Ceia
da Silva se encontrem, brevemente, porque Évora merece mais e melhor!
Continuação de boa semana.
Silvino Barata Alhinho
Évora, 23 de Outubro de 2013
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