Transcrição das Crónicas de Opinião transmitidas diariamente
aos microfones da Rádio Diana/FM
Quarta, 02 Outubro 2013 10:28
Inicio
hoje, a convite da direção da Radio Diana uma colaboração semanal, todas as 4
feiras.
Assumo
este espaço de cidadania, sem tutelas partidárias, em nome dos interesses
locais e da região Alentejo para partilhar, reflectir temas da atualidade, e
poder, também, junto de todos e cada um de vós, prestar aqui, neste espaço
radiofónico, um apoio na divulgação e partilha de temas e anseios de todos.
Esta é a forma aberta, livre, de cidadania activa que permite que todos
e cada um de vós se sinta parte deste projecto.
Esta
semana, o tema são ainda as eleições autárquicas do passado domingo, não para
falar de culpas do passado, dos factores conjunturais, mas para falamos de
futuro.
E
esse é de todos e para todos construído pelo que importa fazer aqui e agora uma
análise propspectiva.
Os
eborenses votaram. Alguns menos de metade que o poderiam ter feito, optaram por
dizer ”ausente”!
Se
entendo e respeito esta vontade não posso partilhar da sua expressão pura e
dura e aceita-la, enquanto tal, de ânimo leve.
Quando
nos abstemos, alguém decide por nós e por força de razão perdemos argumentos.
Em
Évora no domingo dia 29 de setembro 50,3 % dos eborenses optaram por esta via.
3, 8
% votaram em branco e ainda 2, 3% dos votos expressos foram nulos.
São
as regras da democracia, dirão uns, verdade, mas em meu entender é muito!
Muito
afastamento da realidade de um concelho com 56.000 habitantes, uma taxa de
desemprego, média de 10, 6 %, um valor de taxa de envelhecimento alto e onde
18, 5 % dos habitantes são licenciados.
Será
que a resposta para a elevada abstenção se pode retirar ser uma das
consequências da austeridade que tem tido efeito mais marcante em populações
que se ocupam maioritariamente nos serviços do estado? Sejam funcionários
públicos, cujo ajustamento salarial, e os quase 34 % de
pensionistas
e reformados do concelho marcam o perfil da população de Évora?
É,
sem dúvida, uma análise possível que a todos deve servir de base para reflexão.
Sobre
os resultados eleitorais os números são como o algodão…
Évora
quis mudar, e mudou, votando maioritariamente na CDU.
Se
por um lado, Carlos Pinto de Sá, presidente eleito, tem o seu desempenho
facilitado, pela experiencia acumulada em mm movo, vê o seu trabalho com uma
carga acrescida da responsabilidade por gerir um território que se quer voltar
a afirmar, de novo, na cultura e identidade forte de Évora Património da
Humanidade, no turismo efetivo, no desenvolvimento económico e social emergente
das necessidades da atual crise nacional, a que não faltarão, de certeza, as
exigências do cumprimento de uma campanha intensa de promessas e de mudanças.
E o
povo votou esse projecto.
Vamos
deixar agora trabalhar quem ganhou, para depois avaliar, porque uma cidade
constrói-se com todos e não apenas para alguns.
Este
é um tempo diferente para Pinto de Sá e a sua equipa, mas é acima de tudo isso
mesmo, o seu tempo, um tempo em que não haverá estados de alma para “ESTADOS DE
GRAÇA”, porque tempo já esta cidade e os seus habitantes, perderam demais, nos
últimos 12 anos.
Cumprimentos
e votos de uma boa semana.
Silvino Barata Alhinho
1 comentário:
Quero saudar o Al tejo por continuar a proporcionar aos seus leitores as crónicas da rádio Diana/FM
São crónicas muito interessantes, não só porque bem escritas, mas também porque nos dão uma amostragem plural das opiniões políticas, sociais e culturais, que coexistem no distrito de Évora.
Um leitor assíduo do Blog
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