O nosso Colaborador e Poeta Popular José Chilra lembrou-se
de uma figura típica que volta e meia aparecia no Alandroal a TI MARIA QUADRADA
e dedicou-lhe estas quadras que ilustrou na perfeição com um companheiro que
sempre a acompanhava.
Aqui ficam em homenagem a uma mulher que sempre teve “vida
dura”,
Glosas dedicadas a uma peixeira da minha aldeia que chamavam
Maria Quadrada
Maria do Rio
Maria do Rio
Mote
Voltei para traz, no tempo
Lembrou-me da “Ti Maria”
Atrás dum burro cinzento
Com uma canastra de enguias
I
Vinha do Rio Guadiana
Para vender peixe na praça
Essa mulher cheia de raça
Pescadora alentejana.
Com a tarrafa e a cana
No rio, que era o seu sustento
Para seu maior desalento
O moinho já não moía
Para ver a “T Maria”
Voltei para traz, no tempo.
II
A “Ti Maria” da Cruz
Nasceu num velho moinho
Onde casou com um vizinho
Um Espanhol Andaluz.
Três filhos, deu à luz
Essa mulher quem diria
Pequena cheia de energia
Tinha tempo para amar.
Um dia estava a pescar
Lembrou-me da “Ti Maria”.
III
Era vista a horas mortas
Fosse de Inverno ou de Verão
Para ganhar dinheiro para o pão
A noite não tinha portas.
Não desviava as suas rotas
Não cedia ao desalento
Alheia ao rigor do tempo
E às bruxas de encruzilhada
A “Ti Maria” era uma fada
Atrás dum burro cinzento.
IV
Com a vida equilibrada
A “Ti Maria “ peixeira
Foi a viver para Ribeira
Para junto de uma cunhada
Vendeu o burro e a albarda
E o barco na freguesia
Deixou saudades, diria
O seu pregão peculiar.
Venham ver peixe a saltar
Numa canastra de enguias.
José Chilra
Voltei para traz, no tempo
Lembrou-me da “Ti Maria”
Atrás dum burro cinzento
Com uma canastra de enguias
I
Vinha do Rio Guadiana
Para vender peixe na praça
Essa mulher cheia de raça
Pescadora alentejana.
Com a tarrafa e a cana
No rio, que era o seu sustento
Para seu maior desalento
O moinho já não moía
Para ver a “T Maria”
Voltei para traz, no tempo.
II
A “Ti Maria” da Cruz
Nasceu num velho moinho
Onde casou com um vizinho
Um Espanhol Andaluz.
Três filhos, deu à luz
Essa mulher quem diria
Pequena cheia de energia
Tinha tempo para amar.
Um dia estava a pescar
Lembrou-me da “Ti Maria”.
III
Era vista a horas mortas
Fosse de Inverno ou de Verão
Para ganhar dinheiro para o pão
A noite não tinha portas.
Não desviava as suas rotas
Não cedia ao desalento
Alheia ao rigor do tempo
E às bruxas de encruzilhada
A “Ti Maria” era uma fada
Atrás dum burro cinzento.
IV
Com a vida equilibrada
A “Ti Maria “ peixeira
Foi a viver para Ribeira
Para junto de uma cunhada
Vendeu o burro e a albarda
E o barco na freguesia
Deixou saudades, diria
O seu pregão peculiar.
Venham ver peixe a saltar
Numa canastra de enguias.
José Chilra
3 comentários:
Se me lembro! tambem vendia melancias do melhor
Lembro-me bem da Ti Maria..., ou a chegar ao Alandroal pela entrada da escola, ou percorrendo a vila, a vender peixe do rio... e as belas melancias muito bem lembradas.
Gosto das décimas..., onde esteja, a Ti Maria merece-as.
Um abraço.
AC
Boa noite, gostaria de informar que consta um pequeno erro nas quadras. Onde aparece "três filhos" está errado, não foram 3, foram 5. De qualquer modo um muito obrigado pelas quadras dedicadas á minha bisavó. Sinal que não passou em vão.
JR
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