Mote
Cheguei então a Terena
E avistei lindo castelo
Com tinteiro e uma pena
Escrevi tudo que era belo
Glosas
1º
Eu a Terena fui ter
Para tratar de um negócio
Tinha estado á do Poncio
E no Montalto a abastecer
Passo então a descrever
Passei então por uma arena
De linda aldeia morena
E de uma grande beleza
É a Venda com certeza
Cheguei então a Terena
2º
Vi serras e vi vais
Alandros e amendoeiras
Acácias e laranjeiras
Estorninhos e pardais
Ribeiros com seus caudais
Uma vaca com vitelo
Pipas de vinho a martelo
As lindas casas de Lajes
Senhoras de belos trajes
E avistei lindo castelo
3º
Pus-me á espera da senhora
Como tinha combinado
Surgiu então no outro lado
Num carro cor de cenoura
Avistei grande lavoura
Vi uma linda açucena
Lá na paisagem serena
E escrevi para memória
Esta pequenina história
Com um tinteiro e uma pena
4º
Levei a câmara digital
Para documentar a paisagem
Arbustos de linda ramagem
E antes do Alandroal
Avistei Terena afinal
E ao som do violoncelo
Mastiguei um caramelo
Diante então deste cenário
Tirei a pena do armário
Escrevi tudo o que era belo
XXXXXXXXXXXXXXX
AS RUÍNAS DE UM MONTE
QUE NOS LEVAM A IMAGINAR
AO OBSERVAR O HORIZONTE
DESTE ALENTEJO SEM PAR
1-
Apesar dessa paisagem
Feita de fragmentos caiados
Pedaços de cal outrora erguidos
Singela beleza surge da margem
Com eucaliptos de linda ramagem
De um rio que tem de fronte
Feita de pedra uma linda fonte
Conseguem-se ver lindas fachadas
E na minha tela restauradas
AS RUÍNAS DE UM MONTE.
2-
E com a tela e o pincel
Levanto a beleza caída
De cal e de telhas despida
De fornos e cortiços de mel
De canteiros á frente do quintal
Das lebres e coelhos a saltar
Do velho agricultor a lavrar
Pois são de cal estes fragmentos
Na memória dos pensamentos
QUE NOS LEVAM A IMAGINAR.
3-
Misturo as tintas com pincéis
Com a alegria e brilho das cores
Com a referência das flores
Dos cactos, bichos e animais
Encontro sempre motivos tais
Para enaltecer o velho monte
Tendo o lindo rio de fronte
É assim que eu lindo vejo
O esplendor do nosso Alentejo
AO OBSERVAR O HORIZONTE.
4-
E aqui deixo a minha opinião
Para restaurar a nostalgia
De quem saiu daqui um dia
Mudar para alegria a solidão
E devolver o cheiro ao pão
Ao se aproximar o por do Sol
Ouço os pássaros a cantar
As cegonhas ao ninho regressar
Quem disse que não era lindo?
Levantando o que foi caindo
DESTE ALENTEJO SEM PAR.
1 comentário:
Poetas do nosso concelho
Só para se ver como, aproveito a ideia da quarta décima do poeta Victor Pisco, para fazer diferente aproveitando grande parte das palavras usadas por ele.
Em minha opinião
Sinto ainda a nostalgia,
Que senti quando um dia
Parti p’ra ganhar o pão.
Persegue-me a solidão
Por tão longe da terra estar.
As cegonhas ao regressar,
Lembram-me um sonho lindo:
Eu também, reconstruindo,
O meu velho ninho, ao voltar!
Poeta com nome, oculto.
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