O GALO DO TIO GASPAR
Mote
Tio Gaspar tem um
galo
Que é danado p’ra
“galar”
Para acalmar o badalo
Já o quiseram capar
I
Bicho feroz e daninho
Julgo, não haver em
redor
Entre as galinhas faz
furor
P’ra encher bem o
papinho
Apanha-as até no
ninho
Forte que nem um
cavalo
Quiseram mesmo
comprá-lo
Cá a mim, custa-me a
crer
Naquilo que ouvi
dizer
TIO GASPAR TEM UM
GALO
II
Se avista uma galinha
Há, de certo,
“galadela”
Seja branca ou
amarela
Vermelha ou
pintadinha
Não lhe escapa,
coitadinha
Corre, corre sem
parar
E se a consegue
apanhar
Não a larga, com
certeza
É de raça portuguesa
QUE É DANADO PARA
“GALAR”
III
Há dias teve tamanha
turra
Então não é que o
malvado
Andava todo emproado
A querer “galar” a
burra?!
Teve que levar uma
"surra"…
Só conseguiu
acalmá-lo
Quando prometeu
levá-lo
Às vizinhas dum
senhor
Galinhas de grande
fulgor
PARA ACALMAR O BADALO
IV
Aquilo não
resultou
Levou-o ao
hospital
A um bom médico, por
sinal
Que logo, ali, lhe
explicou
Um método que ele
estudou
O dono sem o galo
largar
Sai porta fora
a gritar
“Acabar-lhe co’a
função?
Torná-lo galo capão?
Nããão!”
JÁ O QUISERAM CAPAR
Ausenda Ribeiro
1 comentário:
Está bem patente nestas décimas o humor "malandro" da Ausenda.
Um beijo
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