quarta-feira, 29 de maio de 2013

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA PELA DIANA/FM

Transcrição da crónica diária transmitida aos microfones da :http://www.dianafm.com/

                                         Que futuro para as universidades?

Quarta, 29 Maio 2013 12:42
O ministério da Educação prepara-se para reduzir o número de vagas de acesso ao ensino superior e encerrar as licenciaturas com menos de 20 alunos.
Ainda que o despacho que regulamenta a fixação de vagas não tenha sido publicado, o que deverá ocorrer até ao final desta semana, as orientações transmitidas aos membros do Conselho de Reitores (CRUP) e do Conselho Coordenador dos Politécnicos (CCISP) durante as reuniões que decorreram no final da semana passada com o secretário de Estado do Ensino Superior apontam para uma redução de um terço das vagas.
Dito assim, poderá parecer que o Governo quer reduzir o numero de alunos que frequentam o ensino superior mas, na verdade, mais não é do que eliminar as vagas que no ano passado ficaram por preencher quando, das 52298 postas a concurso, cerca de 12300 não receberam candidaturas.
Na Universidade de Évora, por exemplo, foram as engenharias a registar o maior desinteresse, contribuindo de forma muito significativa para as 175 vagas que ficaram por preencher neste estabelecimento de ensino.
As questões que deveriam ser colocadas e, sobre essas, não ouvi até agora nenhuma intervenção são a adequação da oferta à procura e o papel que os estabelecimentos de ensino superior podem desempenhar no desenvolvimento do interior do País e na fixação de populações nos territórios mais despovoados.
De facto, são milhares os alunos que todos os anos se vêem obrigados a recorrer ao ensino privado para obter formação superior em áreas onde as vagas do ensino público se mostram insuficientes. Quando se encerram cursos sem candidatos, seria o momento para aumentar as vagas naqueles onde o ensino público se tem mostrado incapaz de satisfazer a procura e o País é deficitário de técnicos.
Por outro lado, esta redistribuição de vagas não poderá alhear-se do impacto que as universidades têm nas economias locais do interior. Encerrar um curso em Lisboa não é o mesmo que o fazer em Vila Real, na Covilhã ou em Évora.
Aumentar a oferta nestas regiões, atraindo para aí estudantes e professores, poderia constituir uma importante alavanca para dinamizar a sua economia e, a médio prazo, inverter a tendência de despovoamento do interior.
Serão todos os estes factores que se esperam sejam ponderados no despacho do ministro Nuno Crato. Aguardemos!
Até para a semana, se Deus quiser!

Florival Pinto

1 comentário:

Anónimo disse...

Vai aguardando sentado.