quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

POETAS DO MEU CONCELHO - Helder Salgado


O MEU BATEL

Tenho um barco de papel
Barco por mim construído
A bordo deste batel
Tenho o mundo percorrido

Rios, mares e oceanos
Pelo barco navegado
Lugares santos e profanos
Tudo me tem enganado

Vilas, cidades, países
No meu barco de magia
Além das minhas raízes
Tudo o resto é fantasia

Pensei que estivesse certo
No princípio da viagem
O rumo virou incerto
Tu foste uma miragem

Não te encontrei navegando
No mar que te inventei
A minh’alma vai sonhando
No teu porto não atraquei

A esperança que navegou
A bordo do meu batel
Comigo desesperou
Num sofrimento cruel

Todos os mares percorri
Mesmo o mais revoltado
A vida arrisquei por ti
No meu sonho malfadado.

Helder Salgado
10-01-2013.

1 comentário:

Ausenda Ribeiro disse...

Amigo Helder

Nem sempre a vida é cruel
Um poeta apaixonado
Mesmo em barco de papel
Pode achar o ser amado.

Um abraço

Ausenda