Em jeito de homenagem ao J.P., ás tentativas de fazer vingar um jornal
local, aos mentores de vários projectos nesse sentido e a todos aqueles que
lutam pela sua localidade natal ,mas principalmente às Hortinhas e suas gentes
aqui vos deixo o texto e introdução enviado pelo conterrâneo João Pedro Roma.
Chico Manuel
Deixo aos meus conterrâneos um trabalho escrito, sem autor mas com um
sabor de grandeza de quem o escreveu, embora com défice de escrita, não obsta
que muitas das interrogações e incerteza, tivessem ou tenham respostas felizes
e consentâneas com a franqueza e humildade com que foram expressas, ao tempo.
Como amigos, agradeço a disponibilidade de todos e de cada um, no
sentido de que algo tenha sido feito, indiciando que muitas delas, tenham
merecido ou estejam prestes a ser esclarecidas, num esforço acrescido para que
algo mude no nosso Concelho.
Um abraço para os Alentejanos de
uma figa
jpbr.
MOMENTOS E RECORDAÇÕES DA NOSSA GENTE - Ano 1987
FOTO RANCHO HORTINHAS
A propósito de trabalho expresso
nas páginas 4 e 5 mas, sem identificação do autor em «A Voz do Alandroal»
datado do exemplar Nº1- 01/09/1987, peço permissão para lembrar uma das suas
passagens, com o seguinte título – «HORTINHAS
TERRA DE MATO»
Falando da nossa Aldeia Antiga, seu
nome era Aldeia do Tojal. Era realidade, os campos estavam cobertos de mato com
bastantes tojos, daí veio o nome de Aldeia do Tojal, foram os cabreiros que a
baptizaram, era quem andava pelos campos, foram eles que começaram a construir
as primeiras casas de terra e pedra arrancada nos campos.
A Aldeia começou a crescer a
agricultura desenvolver-se as necessidades eram muitas, principalmente em
frutos e deram em aproveitar vários gemedores de água e em volta fizeram várias
hortas, construíram paredes de pedra amuralhado para resguardar as suas hortas
do gado da caça etc., e foi assim que apareceu o nome de «Hortinhas».
Nessa altura foi morto um homem
chamado «Charro» que foi atado á cauda de um cavalo que o levou até junto do
local denominado «Castelo Velho», perto da ribeira do Lucifecit, onde junto a
uma pedra caíram os seus restos mortais, ainda hoje essa pedra tem o nome de
«Pedra do Charro». Esse homem foi na altura acusado de defender os direitos dos
homens.
A dois quilómetros de Hortinhas
fica o «Castelo Velho», foram os cartagineses que construíram essa obra para
sua defesa, ultimamente tem estado em degradação, são monumentos antigos que
tendo o seu valor, é pena termos governos que deixam degradar as nossas
antiguidades.
Continuando a falar dos tempos
antigos, a maneira como as pessoas se divertiam, havia bailes quase todos os
dias, nas casas uns dos outros, a mocidade juntava-se, iam buscar um que
tocasse armónica e assim passavam as noites; antes de nascer o sol já tinham de
estar ao pé do trabalho, da ceifa, da lavoura e dos gados, andavam quilómetros
a pé para chegar ao local, era a escravidão do homem; mas havia quem estivesse
deitado até alto sol, depois o bom almoço o esperava, o pobre desgraçado, o
triste gaspacho o esperava e sem azeitonas, depois vinha a hora da merenda o
pão tinha que ser molhado, o toucinho estava rançoso, era assim a vida.
Continuamos a falar agora do
presente, em mil novecentos e sessenta e oito apareceu uma ideia de construir
um Centro Cultural, que desse possibilidade à Juventude de se divertir de uma
maneira diferente, dentro de uma Associação onde os seus direitos são iguais e
trabalhar para a nossa cultura se desenvolver, foi em vinte nove do seis de
oitenta e dois que uma Comissão Instaladora deitou mais à obra e fez uma
Associação com o nome de Centro Cultural e Desportivo de Hortinhas, tem como
finalidade fomentar a cultura e o desporto e ensino dos seus associados.
O Centro Cultural criou una
tradição festas Populares, com vários espectáculos culturais. Em quinze do nove
de oitenta e quatro um Rancho Folclórico com o nome de «Espiga de Trigo», nome
este com as características de nossa Aldeia essencialmente agrícola. Tivemos em
conta as tradições antigas, na dança e cantares, o trajo, os hábitos e
costumes, os nomes das músicas, por exemplo «Hortinhas é nossa Aldeia». «Namorico
no Campo, «Alentejo é Lindo», «Danças e Cantares da Nossa Aldeia».
Trabalhamos para o desenvolvimento
da cultura, somos um Centro que regularmente é visitado pelos sócios,
masculinos e femininos de várias idades temos uma pequena Biblioteca onde a leitura
é importante, temos várias iniciativas, em mil novecentos e oitenta e seis
realizámos uma exposição de utensílios agrícolas de versos e quadros, e peças
de louça antiga.
Passaram por esta iniciativa, em
visita centenas de pessoas, demos oportunidade aos mais novos de conhecer os
utensílios que o avô ganhava o pão e aos mais velhos relembrar o trabalho duro.
Construímos graças à colaboração do
povo desta Aldeia, um Posto Médico que não tem tido da parte dos Governos o
apoio necessário e convincente para o melhor funcionamento.
Brevemente vamos ter uma
iniciativa, em dezanove e vinte de Setembro, uma exposição de artesanato do
Concelho com grande influência na Freguesia, estarão presentes os artesãos:
Francisco dos Telhados, Joaquim Parrança, Caetano José, Balancé, Martinho José,
Manuel Ribeiro e várias mulheres que participam efectuando no momento os seus
trabalhos.
A esta iniciativa daremos todo o
apoio cultural. Nesta data vamos comemorar o terceiro ano de existência do
Rancho Folclórico, também com várias iniciativas: Baile e Festival Folclórico.
Queremos chamar a atenção das
entidades oficiais para esta iniciativa cultural pedindo o seu apoio
financeiro; fala-se muito em cultura mas não para lhes dar apoio, criticamos a
Câmara do Alandroal pela desigualdade que está fazendo na atribuição de
subsídios, vai para três anos que não recebemos qualquer importância.
A Câmara prometeu que este ano iria
dar, mas que tinham pouca disponibilidade, teríamos de aguardar. Afinal havia
dinheiro, em Junho de oitenta e sete o Grupo de Futebol do Alandroal, recebeu
sessenta mil escudos, os Bombeiros, a Banda também receberam e o Centro
Cultural do Alandroal todos os meses, afinal onde está a descentralização?
Teremos que ir todos para o
Alandroal para fomentar a cultura, o desporto etc.etc.
1 comentário:
SR.PEDRO ROMA ainda cá está o homem que nesse tempo já era contra as injustiças e assim continua e continuará mas sempre valorizando a cultura com honestidade.É verdade que o testo sem autor não seio porque razão o nome não foi colocado, foi lido por mim aos microfones da rádio do ALANDROAL e radio do redondo comentário que deixei nas rádios são coisas de quem trabalha para um futuro melhor e gosta de ver boas acções sem apregoar mas fazer é esse o meu sentido vou desbravando caminhos para que as nossas gentes do concelho possam ter outra forma de ver e defender ideais de progresso e defender os homens e mulheres mais capazes de conduzir o nosso destino.aqui deixo o nome do autor zico maneiras de hortinhas um abraço para Pedro Roma Chico Manel
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