quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O DESTAQUE VAI PARA AS HORTINHAS

Vasculhando os arquivos dei com esta “peça” enviada pelo João Pedro no inicio deste projecto que ao principio deu pelo nome de Alandro al e que presentemente se chama Al Tejo.
Em jeito de homenagem ao J.P., ás tentativas de fazer vingar um jornal local, aos mentores de vários projectos nesse sentido e a todos aqueles que lutam pela sua localidade natal ,mas principalmente às Hortinhas e suas gentes aqui vos deixo o texto e introdução enviado pelo conterrâneo João Pedro Roma.
Chico Manuel

Deixo aos meus conterrâneos um trabalho escrito, sem autor mas com um sabor de grandeza de quem o escreveu, embora com défice de escrita, não obsta que muitas das interrogações e incerteza, tivessem ou tenham respostas felizes e consentâneas com a franqueza e humildade com que foram expressas, ao tempo.
Como amigos, agradeço a disponibilidade de todos e de cada um, no sentido de que algo tenha sido feito, indiciando que muitas delas, tenham merecido ou estejam prestes a ser esclarecidas, num esforço acrescido para que algo mude no nosso Concelho.
 Um abraço para os Alentejanos de uma figa
jpbr.

MOMENTOS E RECORDAÇÕES DA NOSSA GENTE - Ano 1987
FOTO RANCHO HORTINHAS
A propósito de trabalho expresso nas páginas 4 e 5 mas, sem identificação do autor em «A Voz do Alandroal» datado do exemplar Nº1- 01/09/1987, peço permissão para lembrar uma das suas passagens, com o seguinte título – «HORTINHAS TERRA DE MATO»
Falando da nossa Aldeia Antiga, seu nome era Aldeia do Tojal. Era realidade, os campos estavam cobertos de mato com bastantes tojos, daí veio o nome de Aldeia do Tojal, foram os cabreiros que a baptizaram, era quem andava pelos campos, foram eles que começaram a construir as primeiras casas de terra e pedra arrancada nos campos.
A Aldeia começou a crescer a agricultura desenvolver-se as necessidades eram muitas, principalmente em frutos e deram em aproveitar vários gemedores de água e em volta fizeram várias hortas, construíram paredes de pedra amuralhado para resguardar as suas hortas do gado da caça etc., e foi assim que apareceu o nome de «Hortinhas».
Nessa altura foi morto um homem chamado «Charro» que foi atado á cauda de um cavalo que o levou até junto do local denominado «Castelo Velho», perto da ribeira do Lucifecit, onde junto a uma pedra caíram os seus restos mortais, ainda hoje essa pedra tem o nome de «Pedra do Charro». Esse homem foi na altura acusado de defender os direitos dos homens.
A dois quilómetros de Hortinhas fica o «Castelo Velho», foram os cartagineses que construíram essa obra para sua defesa, ultimamente tem estado em degradação, são monumentos antigos que tendo o seu valor, é pena termos governos que deixam degradar as nossas antiguidades.
Continuando a falar dos tempos antigos, a maneira como as pessoas se divertiam, havia bailes quase todos os dias, nas casas uns dos outros, a mocidade juntava-se, iam buscar um que tocasse armónica e assim passavam as noites; antes de nascer o sol já tinham de estar ao pé do trabalho, da ceifa, da lavoura e dos gados, andavam quilómetros a pé para chegar ao local, era a escravidão do homem; mas havia quem estivesse deitado até alto sol, depois o bom almoço o esperava, o pobre desgraçado, o triste gaspacho o esperava e sem azeitonas, depois vinha a hora da merenda o pão tinha que ser molhado, o toucinho estava rançoso, era assim a vida.
Continuamos a falar agora do presente, em mil novecentos e sessenta e oito apareceu uma ideia de construir um Centro Cultural, que desse possibilidade à Juventude de se divertir de uma maneira diferente, dentro de uma Associação onde os seus direitos são iguais e trabalhar para a nossa cultura se desenvolver, foi em vinte nove do seis de oitenta e dois que uma Comissão Instaladora deitou mais à obra e fez uma Associação com o nome de Centro Cultural e Desportivo de Hortinhas, tem como finalidade fomentar a cultura e o desporto e ensino dos seus associados.
O Centro Cultural criou una tradição festas Populares, com vários espectáculos culturais. Em quinze do nove de oitenta e quatro um Rancho Folclórico com o nome de «Espiga de Trigo», nome este com as características de nossa Aldeia essencialmente agrícola. Tivemos em conta as tradições antigas, na dança e cantares, o trajo, os hábitos e costumes, os nomes das músicas, por exemplo «Hortinhas é nossa Aldeia». «Namorico no Campo, «Alentejo é Lindo», «Danças e Cantares da Nossa Aldeia».
Trabalhamos para o desenvolvimento da cultura, somos um Centro que regularmente é visitado pelos sócios, masculinos e femininos de várias idades temos uma pequena Biblioteca onde a leitura é importante, temos várias iniciativas, em mil novecentos e oitenta e seis realizámos uma exposição de utensílios agrícolas de versos e quadros, e peças de louça antiga.
Passaram por esta iniciativa, em visita centenas de pessoas, demos oportunidade aos mais novos de conhecer os utensílios que o avô ganhava o pão e aos mais velhos relembrar o trabalho duro.
Construímos graças à colaboração do povo desta Aldeia, um Posto Médico que não tem tido da parte dos Governos o apoio necessário e convincente para o melhor funcionamento.
Brevemente vamos ter uma iniciativa, em dezanove e vinte de Setembro, uma exposição de artesanato do Concelho com grande influência na Freguesia, estarão presentes os artesãos: Francisco dos Telhados, Joaquim Parrança, Caetano José, Balancé, Martinho José, Manuel Ribeiro e várias mulheres que participam efectuando no momento os seus trabalhos.
A esta iniciativa daremos todo o apoio cultural. Nesta data vamos comemorar o terceiro ano de existência do Rancho Folclórico, também com várias iniciativas: Baile e Festival Folclórico.
Queremos chamar a atenção das entidades oficiais para esta iniciativa cultural pedindo o seu apoio financeiro; fala-se muito em cultura mas não para lhes dar apoio, criticamos a Câmara do Alandroal pela desigualdade que está fazendo na atribuição de subsídios, vai para três anos que não recebemos qualquer importância.
A Câmara prometeu que este ano iria dar, mas que tinham pouca disponibilidade, teríamos de aguardar. Afinal havia dinheiro, em Junho de oitenta e sete o Grupo de Futebol do Alandroal, recebeu sessenta mil escudos, os Bombeiros, a Banda também receberam e o Centro Cultural do Alandroal todos os meses, afinal onde está a descentralização?
Teremos que ir todos para o Alandroal para fomentar a cultura, o desporto etc.etc. 


1 comentário:

zico maneiras disse...

SR.PEDRO ROMA ainda cá está o homem que nesse tempo já era contra as injustiças e assim continua e continuará mas sempre valorizando a cultura com honestidade.É verdade que o testo sem autor não seio porque razão o nome não foi colocado, foi lido por mim aos microfones da rádio do ALANDROAL e radio do redondo comentário que deixei nas rádios são coisas de quem trabalha para um futuro melhor e gosta de ver boas acções sem apregoar mas fazer é esse o meu sentido vou desbravando caminhos para que as nossas gentes do concelho possam ter outra forma de ver e defender ideais de progresso e defender os homens e mulheres mais capazes de conduzir o nosso destino.aqui deixo o nome do autor zico maneiras de hortinhas um abraço para Pedro Roma Chico Manel