Quarta, 20
Fevereiro 2013 11:12
Veio esta
semana a público o estado de abandono em que se encontra a carreira de tiro de
Évora. Inaugurada há três anos por dois secretários de Estado do Governo
socialista, a infraestrutura, fundamental para o treino operacional das forças
de segurança, nunca foi utilizada por não reunir condições de segurança.
Os 150 mil
euros gastos na obra acabaram por servir apenas para uns escassos minutos de
propaganda do regime, já que a má qualidade dos materiais utilizados provoca
ricochete dos projéteis e põe em risco a segurança dos atiradores.
Ainda há poucas semanas, aqui ao lado, as gentes de Beja
queixavam-se de, durante o mesmo Governo de José Sócrates, terem sido ampliadas
as instalações do instituto politécnico com tal megalomania que, agora, não
existem alunos suficientes para ocupar a obra realizada.
Um exemplo que
se repete no Aeroporto Internacional do Alentejo que prometia levar para Beja
milhares de passageiros e, passados quatro anos, apenas conseguiu dar fim a
mais de trinta milhões de euros, já que passageiros não se avistam por aquelas
paragens, talvez por falta da imaginação que o então ministro da Economia,
Vieira da Silva, considerava necessária para criar oportunidades de exploração
da infraestrutura e torná-la interessante.
Enquanto se
deslumbrava com estes projetos, o Governo socialista esqueceu-se de concretizar
a construção do Hospital Central do Alentejo, que Santana Lopes tinha deixado
com concurso pronto a ser lançado e que incluía uma vertente de hospital
universitário.
O adiamento por
cinco anos do lançamento do concurso, não por restrições orçamentais como as
que agora o País enfrenta mas tão só por opção política, ficará para sempre
ligado ao Partido Socialista como uma impressão digital.
Vem isto a
propósito da moção, apresentada pelo PS e aprovada na última reunião da Câmara
Municipal de Évora, exigindo ao Governo que retome o projeto de forma célere.
Da importância
do novo hospital para o Alentejo estamos todos cientes. Tão claro já não será,
contudo, este acordar estremunhado do Partido Socialista, que quando, em 2005,
ouviu António Serrano anunciar o adiamento da obra por cinco anos não esboçou o
mais ténue gesto de protesto.
Mudam-se os
tempos e as prioridades, até para as obras do regime. No Governo, o PS pensa na
propaganda. Na Oposição preocupa-se com as pessoas. Folgo por ver esta mudança.
São os socialistas sempre bem-vindos ao círculo dos que defendem políticas
humanistas, nem que essa aproximação seja por conveniência de retórica em ano
de disputa eleitoral.
Até para a
semana, se Deus quiser!
Florival Pinto
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