Na
Republica dos Chícharos
Palavras-chave
(i)Verdadeiro
vs Falso/ O Estado social é um favor?
(ii)Nova
Ibéria / Os Catalães põem tomates no pão;
(iii)
Escolhas invulgares
(i)
O Al
tejo não se deixa enganar. Não foi nem irá nisso mas, uma das maneiras que a
informação diária dos telejornais tem de baralhar-nos e dar de novo, em regimes
ditos democráticos, é a de divulgar números e indicadores económicos de
diversas fontes e de diversas instituições especializadas tudo monte. E ao
mesmo tempo.
De tal
maneira que ficamos sem saber qual é e onde está a verdade.
O
espectáculo chega a ser insidioso e, claro, abertamente manipulador e
mentiroso desorientando-nos embora sem nos enganar completamente.
Sendo
assim, resta-nos tentar perceber e descortinar algumas ideias fortes e
verdadeiras distinguindo-as das ideias falsas que nos impingem com meia dúzia
de palavras.
À
escala portuguesa, anotem aí, exemplos de uma informação e discussão perigosa e
enganadora:
Ideia
falsa: a versão oficial do Estado português é a de que o Estado social que
temos é demasiado caro…
Ideia
verdadeira: segundo um estudo coordenado por Raquel Varela (“Quem paga o Estado
Social em Portugal?), “(…) o que os trabalhadores pagam para o Estado social é
mais do que o suficiente para cobrir aquilo que recebem.” A investigadora prova
que não só o Estado social é viável, como até criador de superavit.
Acrescenta
que “entre 1995 e 2002 o saldo foi positivo. Mas aí o Governo não explicou o
que fez aos montantes excedentes”.
Precisam
de mais exemplos além desta realidade provada para separarem o trigo do joio
informativo e poderem perceber que esta crise não é culpa nossa?
Ou que
desta austeridade demasiado cega, orientada no sentido do liberalismo
autoritário, não virá a competitividade acrescida que a economia precisa?
(ii) A
nova Iberia
Para
além das interpretações parcelares de mera conveniência politica, o que estas
eleições na Catalunha republicana mostraram, mais uma vez, é que “o
irredentismo catalão” está bem vivo contra o domínio centralista de Castela
desde 1714 quando os catalães foram derrotados e perderam a sua independência.
Repare-se, alias, que os catalães à semelhança dos sérvios continuam a
comemorar uma derrota…
Quanto
à independência total, diríamos que, é uma questão de tempo e de oportunidade
histórica. Seja por via parlamentar já maioritariamente soberanista. Seja por
outra via.
Antes,
ou a seguir à Catalunha, seguir-se-á o País Basco, depois a Galiza e quem sabe
a Andaluzia sendo que esta autonomia até poderá vir a tocar o Alentejo
extremenho.
Face
às novas alianças que vierem, então, a desenhar-se imaginem que podemos vir a
ter já não, a grande Espanha, mais uma nova união, chamada a Ibéria com
17 ou 18 estados federados todavia com uma nova força e capacidade de projecção
politica no cenário internacional. E sobretudo com um maior poder marítimo
e bons portos de mar. Como Antero e não só a pensou!
Percebem
agora porque é que os ditos governantes espanhóis (não digo os galegos…) gostam
tanto e vêm preferindo Lisboa nas férias do Natal e Pascoa?
Se
isto é apenas uma mania algo fantasiosa, e mesmo temerária, da nossa parte,
pergunto se já pensaram no que fez e conseguiu D. João II, o Príncipe
Perfeito e nos celebres e coloridos versos de António Gedeão?
(iii)
O Alandroal visto da Torre
É
uma das notícias do dia que nos toca. Os ingleses não estiveram com meias
medidas. Nomearam para governador do Banco de Inglaterra, um canadiano, Mark
Carney. Sem nenhum problema politico ou institucional.
Imaginem
agora que o Banco de Portugal escolhia para seu Governador um
inglês ou um americano. Já viram a polémica que isso ía dar? Mas, também já
viram as diferenças na governação do B.P. e a coragem politica que separa os
tachos e os tachistas de quem tem e se apresenta com verdadeiras competências
para estes cargos?
Imaginem
ainda, por momentos, que o Ministro das Finanças pedia emprestados uns
conselhos a Bill Gates para relançar a economia portuguesa?
Têm
duvidas que seria um sucesso e que rapidamente Portugal sairia da cepa torta e
do buraco onde estamos?
Imaginem,
por fim, um cenário destes aplicável no Alandroal.
Dá
para perceber que esta pratica vai ser cada vez mais frequente e experimentada,
a diversos níveis, nacionais e locais, incluindo os casos de autarquias locais
que estão em permanente bloqueio das suas tristes finanças?
Acham
que estas mudanças anunciadas e postas em pratica, em Inglaterra, para além de
serem a consequência dos tempos actuais de internacionalização dos problemas
políticos e económicos, pode começar a resultar em tudo quanto é sítio que
tenha situações existenciais (e económicas) semelhantes? (J. Kennedy não
era de ascendência irlandesa, Madeleine Albright de origem checa, N.
Sarkozy de raízes húngaras e B. Obama meio queniano?).
E, por
aqui adiante, Passos Coelho não nasceu em Angola e C. Silva lá no que foi o
reino dos algarves? Em que ficamos?
ANB
(28/11/2012)
1 comentário:
Meu caro A.N.B.!!!!
Tás a dar-me, uma no cravo e outra na ferradura...á priori, comentas a falta de pão para tanto chouriço e aqui penso que te enganaste, não são chouriços, mas sim NABOS...com a lição bem estudada em determinado sentido !!!
Depois, enalteces a escolha dos "beefs" emoldurando uma tecnocracia global liberalista, ou eu me engano muito, ou é disso que já estamos fartos, eu não vou por aí !!!!
A globalização é um falhanço, digam o que disserem, para nós europeus foi uma catástrofe.!!! penso que temos que voltar a ser nós próprios e não marionetas, de um qualquer prestidigitador universal..
Como tal, acho que temos que falar sobre tal assunto.
Um abraço,
HOMERO
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