Carlos Sezões - Exportar, Exportar, Exportar!
Quarta, 31 Outubro 2012 09:56
Foi uma notícia que passou quase despercebida na comunicação social. Mas é importante, pelo bom caminho que evidencia, por ser um suplemento de esperança e porque mostra que uma parte do Portugal económico-empresarial está de boa saúde e recomenda-se. Segundo o INE, as exportações portuguesas cresceram mais de 10% no último trimestre, em comparação com período homólogo de 2011 – e, por curiosidade, as importações diminuíram 1.5%. Em resultado disto, a balança comercial teve um ganho de 1.275 milhões de euros, diminuindo em 37% o seu défice. Esta evolução está muito relacionada com o aumento das exportações para países fora da União Europeia, para África, América do Sul ou Ásia, na maioria regiões economicamente emergentes, imunes à crise do mundo ocidental.
A notícia evidencia também maior flexibilidade e agilidade da economia, que demonstra conseguir adequar a sua capacidade produtiva a picos de procura – mesmo durante o Verão. Mostra que estamos a diversificar e a consolidar relações duradouras em vez de negócios apenas pontuais, sem continuidade. Mostra visão estratégica e capacidade de investimento e a cada vez maior exploração de economias de escala. E mostra novos e bons hábitos como associações de empresas dentro do mesmo sector ou em sectores complementares – de facto, a cooperação é um dos mandamentos fundamentais destes dias.
Este é o caminho: multiplicarmos, em muitos sectores, as boas estratégias de modernização e de internacionalização, olhando cada vez mais para o mercado global. Fazer o que o calçado, o têxtil, o agro-alimentar, as tecnologias de informação, algum turismo, entre outros, fizeram na última década, com bons resultados e um potencial enorme ainda por explorar.
Todos temos a consciência que estamos num processo de transformação que demorará tempo e que será socialmente doloroso. Passar de um modelo de economia estatizante, com tiques dirigistas, dependente do Estado e dos investimentos em infra-estruturas, para uma economia orientada para bens transaccionáveis, para a inovação e para as exportações. Nem todas as empresas podem fazê-lo, é certo, e muitas continuarão a fazer sentido apenas numa economia de proximidade, local ou regional. Mas é necessário perceber que na exportação de produtos e serviços de qualidade está a receita para um modelo económico sustentável, no Portugal do século XXI.
Se queremos, e bem, manter a nossa qualidade de vida e o Estado social indispensável para servir os mais desfavorecidos, é por aqui que teremos os recursos para suportar tal ambição.
Carlos Sezões
Gestor
2 comentários:
O autor desta crónica esqueceu-se de referir que grande parte das exportações se devem à saída de ouro português para o estrangeiro.
O que é muito estranho porque Portugal não é produtor de ouro. Esse papel está reservado a países como a África do Sul e a Rússia, por exemplo.
Não quero desvalorizar o papel de alguns produtos exportados, nomeadamente aqueles que o cronista refere, mas grande parte das exportações é o ouro das alianças, fios e cordões dos portugueses que, depois de refundidos, são exportados.
E o que leva os portugueses a vender o ouro que possuem, muitas vezes herança dos seus antepassados, são as condições de vida a que sucessivos governos levaram o país.
Não terá o autor do artigo reparado na proliferação das casas que compram ouro?
E se proliferam não será um bom negócio?
E serão apenas casas de compra e venda, ou serão também casas de agiotagem?
Historicamente, quando essas casas aparecem, como espargos no vale do Guadiana, é sinal que o povo está a atingir o ponto de miséria.
Ou não terá o autor visto aquele anúncio que passa em todas as televisões, onde o Sr. António Sala convida as pessoas a desfazer-se das recordações dos seus avós?
Tal como a esta crónica da Rádio Diana, este comentário também se destina a informar - e fazer pensar - os leitores deste blogue.
Ei!!! Tantas exportações!!!
O sr. carlos sezões ou não pode ver, o que é grave ou, não quer ver.
Exportações aumentaram?
Se não sabe leia: Os dados fornecidos ao INE pelos mais diversos canais das nacionais áreas produtivas estão VICIADOS desde há mais de 5 décadas. Por sistemática incompetência GLOBAL (moderna E MUITO VALIOSA palavra) dos seus serviços que, penosamente, se arrastam...até quando??? vamos a ver.
Tem todo o sentido o comentário sobre o ouro que, o sr. sezões AINDA NÃO CONSEGUIU ENTENDER.
Mas, é um comentário que vale ouro.
Dantes dizia-se: Vão-se os anéis mas que fiquem os dedos mas, agora, OS DEDOS QUE FICAM (MILHARES)NÃO SERVEM PARA TRABALHAR.
Já atentou bem nisto sr. sezões???
Nem ouro nem trabalho LEVARAM TUDO.
de prata, por enquanto.
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