Transcrição da crónica diária transmitida aos microfones da :http://www.dianafm.com/
Eduardo Luciano
Quinta,
17 Maio 2012 07:35
Apesar de
muitos dos nossos concidadãos não saberem, Évora decidiu no ano 2000 integrar
uma rede internacional de cidades que se identificam como Educadoras.
Esta decisão deveria ter, como consequência imediata, o assumir como prioridade da governação da cidade o percorrer de um caminho onde todos os espaços e acções neles decorrentes fossem determinados pelas suas potencialidades educadoras.
Não retirei esta ideia de nenhum manual de conteúdo mais ou menos erudito, fui mesmo buscá-la ao sítio da internet da Câmara Municipal de Évora.
Lá também se afirma que “na cidade educadora, todas as estratégias de desenvolvimento devem ser orientadas para a formação de cidadãos conscientes, atentos e críticos. Nela, órgãos de poder local definem políticas que promovam um crescimento sustentado, fazendo emergir uma sociedade mais justa, melhor formada e mais empenhada e participativa em todas as causas públicas”.
Por esta altura, os que ainda mantêm interesse no que estou a dizer já devem estar a questionar-se o que é que isso tem a ver com a nossa realidade.
Desde logo duas frases vos soam estranhas: “definir políticas” e “estratégias de desenvolvimento”.
Se há coisa que o cidadão comum não consegue vislumbrar nesta gestão autárquica é a definição de qualquer estratégia, seja ela de desenvolvimento ou de qualquer outro objectivo.
Seria muito interessante perceber quais as orientações estratégicas tomadas, desde que Évora se assumiu como cidade educadora, para a prossecução desse objectivo.
Mas ficámos a saber, ainda que de forma enviesada, que, apesar desta ausência de estratégia e intervenção, ser cidade educadora constitui uma prioridade tão premente que fez com que o município se fizesse representar no XII Congresso Internacional das Cidades Educadoras, que se realizou na Coreia entre 25 e 29 de Abril.
Poderia aqui questionar a oportunidade de tal participação, em tempos onde falta dinheiro ao município para as coisas mais básicas, mas ariscaria ser acusado de mesquinhez ou mesmo de desinteresse por algo que considero de importância estratégica para a cidade.
Poderia também lembrar que, em 2010, Évora não participou no XI Congresso alegadamente por causa da situação financeira, mas arriscaria ser acusado de não reconhecer que, entretanto, a responsável pelo pelouro decidiu atribuir ao conceito de cidade educadoras uma importância estratégica fundamental.
Não vou, portanto, tecer qualquer crítica à opção de ir a este Congresso realizado na península da Coreia. Quem tem a tesouraria na mão saberá que milagre faz ou pode fazer.
A questão essencial é outra. Não tendo havido decisão política estratégica para priorizar trabalho particularmente relevante para a construção da ideia de Évora como cidade educadora (os slogans não contam), que experiência poderia transportar a intervenção da senhora vereadora do pelouro?
Parece que o problema foi resolvido de forma, no mínimo, muito imaginativa. Como o lema do congresso era “O meio ambiente verde e Educação Criativa”,
Esta decisão deveria ter, como consequência imediata, o assumir como prioridade da governação da cidade o percorrer de um caminho onde todos os espaços e acções neles decorrentes fossem determinados pelas suas potencialidades educadoras.
Não retirei esta ideia de nenhum manual de conteúdo mais ou menos erudito, fui mesmo buscá-la ao sítio da internet da Câmara Municipal de Évora.
Lá também se afirma que “na cidade educadora, todas as estratégias de desenvolvimento devem ser orientadas para a formação de cidadãos conscientes, atentos e críticos. Nela, órgãos de poder local definem políticas que promovam um crescimento sustentado, fazendo emergir uma sociedade mais justa, melhor formada e mais empenhada e participativa em todas as causas públicas”.
Por esta altura, os que ainda mantêm interesse no que estou a dizer já devem estar a questionar-se o que é que isso tem a ver com a nossa realidade.
Desde logo duas frases vos soam estranhas: “definir políticas” e “estratégias de desenvolvimento”.
Se há coisa que o cidadão comum não consegue vislumbrar nesta gestão autárquica é a definição de qualquer estratégia, seja ela de desenvolvimento ou de qualquer outro objectivo.
Seria muito interessante perceber quais as orientações estratégicas tomadas, desde que Évora se assumiu como cidade educadora, para a prossecução desse objectivo.
Mas ficámos a saber, ainda que de forma enviesada, que, apesar desta ausência de estratégia e intervenção, ser cidade educadora constitui uma prioridade tão premente que fez com que o município se fizesse representar no XII Congresso Internacional das Cidades Educadoras, que se realizou na Coreia entre 25 e 29 de Abril.
Poderia aqui questionar a oportunidade de tal participação, em tempos onde falta dinheiro ao município para as coisas mais básicas, mas ariscaria ser acusado de mesquinhez ou mesmo de desinteresse por algo que considero de importância estratégica para a cidade.
Poderia também lembrar que, em 2010, Évora não participou no XI Congresso alegadamente por causa da situação financeira, mas arriscaria ser acusado de não reconhecer que, entretanto, a responsável pelo pelouro decidiu atribuir ao conceito de cidade educadoras uma importância estratégica fundamental.
Não vou, portanto, tecer qualquer crítica à opção de ir a este Congresso realizado na península da Coreia. Quem tem a tesouraria na mão saberá que milagre faz ou pode fazer.
A questão essencial é outra. Não tendo havido decisão política estratégica para priorizar trabalho particularmente relevante para a construção da ideia de Évora como cidade educadora (os slogans não contam), que experiência poderia transportar a intervenção da senhora vereadora do pelouro?
Parece que o problema foi resolvido de forma, no mínimo, muito imaginativa. Como o lema do congresso era “O meio ambiente verde e Educação Criativa”,
a
representante do município de Évora centrou a sua comunicação em torno da
açorda alentejana. Tal tema teve a vantagem de contribuir para aprofundar as
ideias contidas nos objectivos das Nações Unidas para a Educação e o
Desenvolvimento Sustentado.
Como todos saberemos, a açorda é alimento de muito sustento.
Agora a sério… já que não contribuímos com nada ao menos que a longa viagem tenha servido para trazer de volta os cinco princípios com que as cidades participantes no Congresso se comprometeram.
Sugiro que façam um pequeno folheto e que o distribuam por todas as habitações do concelho. Acrescento uma sugestão ao nível do arranjo gráfico, ao lado de cada compromisso coloquem uma pequena caixa para que os cidadãos possam colocar um “visto” quando acharem que está a ser cumprido.
E, por favor, não me venham dizer que não há dinheiro para mandar imprimir e distribuir a publicação.
Até para a semana
Como todos saberemos, a açorda é alimento de muito sustento.
Agora a sério… já que não contribuímos com nada ao menos que a longa viagem tenha servido para trazer de volta os cinco princípios com que as cidades participantes no Congresso se comprometeram.
Sugiro que façam um pequeno folheto e que o distribuam por todas as habitações do concelho. Acrescento uma sugestão ao nível do arranjo gráfico, ao lado de cada compromisso coloquem uma pequena caixa para que os cidadãos possam colocar um “visto” quando acharem que está a ser cumprido.
E, por favor, não me venham dizer que não há dinheiro para mandar imprimir e distribuir a publicação.
Até para a semana
Eduardo
Luciano
1 comentário:
E a vereadora referida é aquela senhora que, por vezes, aqui opina tendo por base alguns provérbios?
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