quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA FM


A visita do ocupante e a Greve Geral
Eduardo Luciano

Quinta, 17 Novembro 2011 11:37
Os representantes da famigerada troika vieram de visita ao país para se certificarem de que os seus planos estavam a ser cumpridos.
Pelo caminho deixaram elogios ao governo e à sua determinação em empobrecer o país. Gostaram dos níveis de desemprego, da economia paralisada e da forma servil como se está a ir para além do pacto de agressão que os partidos do “centrão” assinaram.
Mas não ficaram completamente satisfeitos. Sugeriram mais sacrifícios para os mesmos deixando recados no sentido do despedimento de funcionários públicos, da redução de salários no sector privado e outros conselhos que irão servir, no futuro próximo, para suportar uma nova vaga de ataques aos direitos dos trabalhadores.
O contentamento do primeiro-ministro, que não conseguiu disfarçar aquela coisa provinciana de sorrir de satisfação sempre que um estrangeiro utiliza o elogio no discurso quando se refere a Portugal, fez lembrar as rábulas do “bom aluno” quando Cavaco ocupava o mesmo lugar.
Sabemos hoje onde nos trouxe a forma aplicada como se portou em relação às exigências da Europa do clube dos ricos, com a destruição do aparelho produtivo nacional a troco de dinheiro para betão e alcatrão.
Num futuro próximo veremos que a determinação que a troika tanto elogia nos levou ao descalabro económico, a mais miséria, a mais desigualdade e, por incrível que hoje nos pareça, a mais endividamento.
Na conferência de imprensa realizada pelos representantes da troika foi ainda elogiado o papel do “partido da oposição” (dito assim mesmo referindo-se a um dos parceiros que assinaram o pacto de agressão).
Depois de ouvir as palavras do líder parlamentar do PS, percebem-se melhor os elogios e mesmo a suposta ignorância relativamente à composição da Assembleia da República.
De facto depois das palavras de congratulação pela avaliação que os senhores inspectores realizaram (não estava de chapéu na mão porque a sua utilização caiu em desuso), quis vincar que era oposição afirmando "Queremos lembrar que o Governo é o representante de Portugal junto da troika e não o representante da troika junto de Portugal.”
Não se ouvia nada de tão duro desde a já famosa “abstenção violenta” anunciada por Seguro para a votação do Orçamento de Estado.
Mas nem tudo foi negativo neste conjunto de declarações dos subscritores do pacto de agressão. Quem os ouviu com atenção ficou a perceber claramente que vêm aí mais sacrifícios, menos rendimento para o trabalho, mais desemprego e, pelo caminho que as coisas estão a tomar, o criar do ambiente ideal para ir amputando a democracia para além dos limites constitucionais.
Espero que os trabalhadores portugueses interpretem as palavras do ocupante e dos colaboracionistas como um apelo à participação na Greve Geral do próximo dia 24 de Novembro.
Sem resistência, sem luta, esta gente irá até ao último cêntimo do salário, até ao último direito conquistado.
O dia 24 não é o fim nem o princípio da resistência que levará à derrota desta política. Mas pode ser um momento decisivo.
Até para a semana
Eduardo Luciano

1 comentário:

Anónimo disse...

Se o povo fosse POVO, como já houve em tempos mandava a Troika para o seu pais de origem, ordenava banca rota ao Banco nacional Europeu, e o mais importante, os chulos dos nossos politicos seriam recambiados com apenas bilhete de ida para o tal país onde judas perdeu as botas.
Se o povo fosse Povo arregaçava as mangas defendia a nossa constituição, os direitos dos trabalhadores e honrrava a menória de todos aqueles que lutaram por um país justo e livre........


MEL....