quarta-feira, 2 de novembro de 2011

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA FM

O sector social que necessitamos
Carlos Sezões

Quarta, 02 Novembro 2011 09:49
Há cerca de 15 dias atrás, a Associação Alentejo de Excelência debateu em Vila Viçosa o tema da Economia Social e, em concreto, o seu papel no actual combate à crise. Este evento contou com a presença do Ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, entre outros oradores que trouxeram uma visão multidisciplinar desta questão.
A relevância desta questão é facilmente justificada: as instituições do chamado Terceiro Sector têm hoje o seu espaço de actuação cada vez mais vasto e importante, focando-se no bem-estar e desenvolvimento social e cultural das comunidades em que se inserem. Das fundações às organizações não governamentais dedicadas à ajuda ao desenvolvimento, das organizações religiosas às associações de índole cultural e recreativo ou de intervenção ambiental, centenas de entidades e milhares de pessoas trabalham hoje com foco numa missão social e sem olhar a fins lucrativos, na maioria numa óptica de voluntariado, dando origem a uma efectiva Economia de proximidade, a uma economia Social
Foram expressas preocupações que julgo muito importantes. Primeiro, os desequilíbrios se verificam ainda nas sociedades actuais em termos económicos, sociais e ambientais, os quais serão um impedimento ao desenvolvimento sustentável e a uma economia solidária. Depois, a importância de favorecer o florescimento de projectos de inovação social apostados em colocar em prática ideias criativas, à medida das necessidades das comunidades e de segmentos específicos de uma população local.
Salientou-se o imperativo de reformar os actuais sistemas de apoio social, com especial ênfase no seu carácter ainda “burocrático” e na falta de meios no terreno para uma acção mais eficaz. E, não menos importante, a necessidade de passarmos de uma óptica de assistencialismo para uma óptica de capacitação progressiva de indivíduos, famílias e comunidades – na conhecida fórmula de “não dar apenas o peixe mas também ensinar a pescar”.
O papel de complementaridade entre Estado e Sector social foi também enfatizado – essencialmente apostar da subsidiariedade, isto é, deixar a quem está no local e conhece os problemas o encargo de actuar, com maiores níveis de eficiência e eficácia.
Destaco, por último, o Programa de Emergência Social, que servirá de almofada às situações de maior exclusão. Projectos como o Banco de Medicamentos, o mercado social de arrendamento, o programa nacional de microcrédito, a distribuição de refeições ou o programa de literacia financeira, serão essenciais para fazer face à situação de crise que todos conhecemos. Talvez, com este trabalho profícuo entre Estado e Instituições Sociais que agora será alavancado, ganhemos em Portugal o sector social forte e interventivo que todos necessitamos.
Carlos Sezões

2 comentários:

Anónimo disse...

OU se institucionalize de vez a caridadezinha não é sr Carlos?

Anónimo disse...

1º. Gostariamos de saber o montante dos custos desta iniciativa promovida por ONG's, sem fins lucrativos!!!, desta degradadíssima região e de quem os suportou, é que talvex dessem para "ajudar" algumas dessas ONG's que se encontram á beira da falência. ESTARÃO EM BREVE.

2º. Estado e Instituições Sociais. Mas qual Estado Sr. Carlos Sezões?
Então 30 anos de "esmifrar" ao Estado (que os srs. atiraram para o ESTADO de coma) não são suficientes para perceber QUAIS FORAM AS BOAS!!! ORIENTAÇÕES POLÍTICAS das últimas três décadas e meia?

Pirata eu? Cadê os outros?

I.P.S.S.