In: MEMÓRIAS II
AMOR
Quão terno e doce enlevo é o amor
Inútil esforço meu p´ro descrever!
Talvez um não sei quê de bem querer,
Queimando em incandescente rubor.
Defini-lo é meu enorme desejo,
Por isso, suspiro, sofro, anseio.
Exprimi-lo será, enfim, por meio
Dum ardente, terno, sentido beijo?
Pondo então fim a este meu tormento
E de entre todo o juízo que faço,
Meditando, assim, em qualquer momento
Afirmo que o amor é pois um laço,
Que ao ouvir em uníssono lamento
Segura dois corações a compasso.
FELICIDADE
Felicidade, sopro que s´esvai.
Rápida brisa passa pela gente.
Tão curta, tão veloz que mal se sente
Breve momento, entra e logo sai.
Passa por vezes bem perto de nós
Sem um afago, sem um só olhar;
Pé ante pé caminha devagar,
Sorrateira, nem lhe ouvimos a voz.
Nesta vida dum constante sofrer,
Suspiro oprimido numa ansiedade,
Sentindo o que digo, ouso dizer:
Que sendo este bem uma raridade,
A esperança que nós temos, é crer
Que ela se encontre na Eternidade.
ILUSÃO
Pequena realidade vivida
No mais recôndito da fantasia.
Místico de real e de magia
Às vezes suporte da própria vida.
Sonhar é recordar momentos belos
Em segredo guardados para nós,
Ou inventá-los para viver a sós,
Sonhado na cadeia dos seus elos.
E nesta prisão dou largas à dor.
Minhas lágrimas liberto, cantando
Triste canção feita hino de amor.
Uma esperança eu vou acalentando,
Que à minha vida dá sempre mais cor.
Assim, de sonho em sonho, navegando.
Autora- Ausenda Ribeiro
1 comentário:
Lindo, Terno e Comovente !
Um beijinho do mano
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