segunda-feira, 28 de novembro de 2011

3 SONETOS DA AUSENDA

In: MEMÓRIAS II

                AMOR

Quão terno e doce enlevo é o amor
Inútil esforço meu p´ro descrever!
Talvez um não sei quê de bem querer,
Queimando em incandescente rubor.

Defini-lo é meu enorme desejo,
Por isso, suspiro, sofro, anseio.
Exprimi-lo será, enfim, por meio
Dum ardente, terno, sentido beijo?

Pondo então fim a este meu tormento
E de entre todo o juízo que faço,
Meditando, assim, em qualquer momento

Afirmo que o amor é pois um laço,
Que ao ouvir em uníssono lamento
Segura dois corações a compasso.

          FELICIDADE

Felicidade, sopro que s´esvai.
Rápida brisa passa pela gente.
Tão curta, tão veloz que mal se sente
Breve momento, entra e logo sai.

Passa por vezes bem perto de nós
Sem um afago, sem um só olhar;
Pé ante pé caminha devagar,
Sorrateira, nem lhe ouvimos a voz.

Nesta vida dum constante sofrer,
Suspiro oprimido numa ansiedade,
Sentindo o que digo, ouso dizer:

Que sendo este bem uma raridade,
A esperança que nós temos, é crer
Que ela se encontre na Eternidade.

           ILUSÃO

Pequena realidade vivida
No mais recôndito da fantasia.
Místico de real e de magia
Às vezes suporte da própria vida.

Sonhar é recordar momentos belos
Em segredo guardados para nós,
Ou inventá-los para viver a sós,
Sonhado na cadeia dos seus elos.

E nesta prisão dou largas à dor.
Minhas lágrimas liberto, cantando
Triste canção feita hino de amor.

Uma esperança eu vou acalentando,
Que à minha vida dá sempre mais cor.
Assim, de sonho em sonho, navegando.

Autora- Ausenda Ribeiro

1 comentário:

Anónimo disse...

Lindo, Terno e Comovente !

Um beijinho do mano