sexta-feira, 11 de novembro de 2011

11 De NOVEMBRO – DIA DE S. MARTINHO

O Calendário litúrgico, consagra este dia a S. Martinho.
Não sei se o Santo seria “amigo dos copos”, o certo é que é nesta data que os tasqueiros aproveitam para dar a provar a água-pé e os tintóis e branquelas, fazendo jus ao ditado “em dia de S. Martinho vai à adega e prova o vinho”.


Nunca foi uma tradição muito cultivada no Alandroal, talvez por falta de adegueiros, por não sermos uma zona onde a produção própria esteja fomentada, mas uma coisa é certa não é por falta de “consumidores”.
Que eu me lembre a última produção particular de fabrico de vinho, foi feita pelo Salvador Colunas, de parceria com o Manuel Coelho na adega do primeiro, onde presentemente está instalado o Café a Muralha. Tive o prazer de o provar e estava de truz... “boa pomada”! Nos tempos correntes, alem dos vinhos de marca, comercializados, mas pouco divulgados, propriedade do Engenheiro Martins, também o Alberto Ramalho no seu restaurante “Adega dos Ramalhos” tinha produção própria.
No entanto, a tradição de se “empinarem uns copos”, neste dia não é nada comparável ao que vi noutras localidades, por onde deambulei como sejam Reguengos, Borba, Amareleja, Vidigueira e outras.
Neste dia manda também a tradição, que o vinho novo, seja acompanhado de castanhas assadas, casamentos, (para quem não sabe trata-se de uma “sandes” de passa de uva com miolo de noz) e culminado com um marmelo assado, para que quando a fermentação do vinho lá para as tantas, comece a produzir efeitos se, celebre com ruídos, provenientes da “massa intestinal”, terminando assim com estrondoso “foguetório” a homenagem ao vinho novo.

Também no Alandroal a comercialização da castanha assada, não é explorada, e que me lembre a última pessoa a exercer tal mister foi a “Velha Sequeira”, que montava o negócio junto à barraca do Torcatinho, e enquanto um fornecia os sólidos (castanha assada) o outro fornecia os líquidos (o bagacinho), o que combinava às mil maravilhas.
Enquanto residi no Alandroal e de parceria com o “SOUSA” (sempre ele) ainda tentamos manter a tradição, e o certo é que entrando eu com o capital (100 mil réis) e ele com a mão-de-obra (assar castanhas). O cheiro da castanha assada fazia-se sentir nesse dia de S. Martinho.
Juventude de agora...não deixem morrer as tradições!!!
Xico Manel

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