Não é intenção do autor denegrir ou vilipendiar a imagem das personagens. Antes pelo contrário apenas pretende prestar-lhes justa homenagem, como figuras de relevo que foram no quotidiano da vida do Alandroal, onde granjearam nome pelos feitos cometidos e que hão-de perdurar na mente de todos aqueles que com os mesmos conviveram.
Estejam onde estiverem, tenho a certeza que não deixarão de sorrir e ficar gratos por serem relembrados.
Quem assim não o entender…paciência. Estarei sempre disposto a humildemente pedir desculpas.
A propósito de um comentário do Hélder quando aqui se evocou a figura do Mata Pintos, recordou o mesmo algumas personagens (infelizmente já desaparecidas), entre elas o Zé Trinta (pai do saudoso amigo Sousa).
Já que no Alandroal nada existe que o relembre, fiquem sabendo que o seu nome chegou longe e alguém deu o seu nome a um dos ”locais de culto” que ele mais apreciava.
Aqui fica o testemunho:
Chico Manel

11 comentários:
O amigo Zé Trinta: Um dos melhores agentes de marketing e publicidade que já conheci.
Isto, num tempo em que estes conceitos, eram praticamente desconhecidos.
E até apregoava : « dão-se alvíssaras a quem encontrar um chapéu cinzento que desapareceu da cabeça do dono, ontem, dia de vendaval »
Nos intervalos da sua actividade de agente de vendas e marketing, vendia água ao domicílio - das bispas e da fonte - era só pedir por boca.
O que será feito do megafone que usava ? !
Um amigo que se lembra "perfeitíssimamente bem" do que atrás fica dito.
Olha .... Olha .... Então eu que tenho mais de quarenta anos, e que sempre me lembro de haver água canalizada lá em casa e nunca tinha ouvido falar de venda de água ao domicílio, vou acreditar que esse Sr. Trinta ganhava assim a vida ?
Ou que, pelo menos, completava assim os seus rendimentos !
Quem escreveu o outro comentário deve estar a brincar com isto !
E o fadista a quem o vento levou o chapéu, não ia a correr atrás dele ?
Só no Alandroal.
Uma terra a ser inventada todos os dias !
Este tipo de comentario não fazia cá falta nenhuma,respeite-se a memória dos que já partiram, e respeite-se tambem a vontade que os que ainda cá andam tem de os lembrar.
OH amigo há 40 anos era capaz de já haver água canalizada, mas olhe que nem todos tinham posses para a ter em casa. Mas há sessenta não havia e eram os aguadeiros ( o meu avô Teófilo foi um deles e deixou essa missão aos meus tios),que se deslocavam às Bispas para trazerem água além dos cantaros cheios na Fonte.
Mas havia mais.., o Marcolino, o Murteira e outros entre eles o Zé Trinta..
Era também ele que com o tal megafone apregoava o peixe que chegava, os perdidos e achados e também vendia rifas nas quais saiam garrafas de anis.
Levava as encomendas chegadas na camioneta da carreira a casa dos fregueses. Enfim era pano para toda a obra, mas acima de tudo um excelente homem.
Parabens ao primeiro comentador pela sua excelente memória. Tudo o que escreveu é a pura das verdaes.
Chico Manuel
Não vale a pena engalfinharmos por causa disto.
O sr. - não, não é assim, é com letra grande - o Sr. Zé Trinta, era um homem muito estimado pelos alandroalenses.
Todos os que têm mais de cinquenta anos sabem isso.
Ponto final a esse respeito.
E não me parece que o comentário das 17:33, seja desrespeitador dessa estima.
A meu ver, o que esse comentador questiona é o Alandroal como terra real.
O que não me admira, pois sendo eu um alandroalense de gema, que nunca daqui saíu, não trazendo, portanto, vícios de fora, ou visões estrangeiradas, também por vezes me interrogo se vivo numa terra real ou imaginária.
Aqui acontece tudo, e não é d'agora. Calculem que numas crónicas escritas no século XIV, já lá vão mais de seiscentos anos, um homem de letras, muito conceituado, disse :
« no Landroal correm mais os da pé c'os da cavalo ».
E esta, hein ?!
Vá lá a gente acreditar nisso !
Suponho que é essa perplexidade que o comentador das 17:33 nos quer transmitir.
Quanto ao resto, não encontro na sua prosa nada que possa desmerecer as qualidades do Sr. Zé Trinta. Nem enxovalhar a sua memória.
Tenho um amigo, também alandroalense, que costuma dizer que nada é mais surreal que a própria realidade.
E convenhamos, o Alandroal, por vezes, parece uma terra de ficção.
Sobretudo agora, que andam por aí uns cronistas ( inclusive neste blog ), que a pintam duma forma como eu nunca a tinha visto.
E já por cá ando há uns bons anos.
Ora se essas crónicas, as que o blog agora publica, por azar nosso, forem lidas daqui a uns cem ou duzentos anos, ninguém vai acreditar que assim foi.
Eu próprio, que vivo nesta época, já nelas não acredito, o que pensarão os que as lerem daqui a dois ou três séculos.
Vejam o irrealismo da situação :
Teria o Sr. Zé Trinta alguma vez pensado que as suas técnicas de marketing e publicidade, iriam hoje ser estudadas nas universidades ?
Cautela .... nada de atirar pedras a um comentador que pensa que o Alandroal é uma terra inventada todos os dias
Desculpem lá esta seca !
Louvo a pespecácia do autor do texto e da fotografia (penso ser o F Manuel). Demonstra que tem sempre presente o Alandroal e se recorda da figura do Zé trinta, desse simpático prestador de serviços e de aguadeiro, que assim foi, pobremente mas com honradez ganhando a vida, por isso o recordei não só no comentário, quando o revisor da setubalense, de nome António e natural de Reguengos de Monsaraz,mandou arrancar a camioneta que parou no choupal (que já foi) para o Zé se apear, mas também no livro a Horta do Pigeiro. Ele como muitos outros, que nos legaram os bons costumes e a boa educação merecem ser sempre lembrados. No Lar de Terena que ontem visitei estão dois irmãos do Zé Borrão. Dei o texto que no blog passámos ao João. Agradeceu chorando e recordou o ZÉ com estas palavras "ao de cima de àgua ainda o conseguia acompanhar, mas lá debaixo nem de perto nem de longe, era um artista". e não se cansou de me agradecer.
E nós Homens deste blog, sem sermos "artista" também exercemos a arte de homenagear quem na vida nos legou os bopns costumes e a boa educação.
Um abraço.
Hélder salgado
.
O comentador de 10 out.17h33 diz que tem mais de 40 anos e sempre se lembra da agua canalizada e diz muito bem, só que hoje talvez o comentador vai comprá-la ao supermercado porque não há quem a vá levar a casa, são outros a governar a vida e de que maneira.Só para fazer uma pequena ideia digo-lhe que com o preço atual de um garrafão agua do Luso dava para comprar 236 cântaros de barro mas só a agua. PS:O garrafão mas ao preço do super.
Gostei..., adorei..., vibrei com o comentário do anónimo das 17:33, com um final em beleza e dizendo a grande verdade apanágio da nossa querida terra. Diz ele: «Só no Alandroal. Uma terra a ser inventada todos os dias!»
Obrigado anómino das 17:33! Obrigado e bem haja alguém que reconhece, finalmente, o Alandroal como uma terra que sabe inventar-se todos os dias. Quantas terras por esse país fora, e também quantos estupores, não gostariam de ter essa capacidade de inventar todos os dias qualquer coisa que lhes aliviasse a pasmacêra do dia a dia. Até hoje inventámos muita invenção no Alandroal. Saiba o anónimo das 17:33 que no Alandroal se inventaram, entre outras, invenções claro: o peido mestre..., os pirolitos..., e um remédio para despachar manhosos..., etc.
Nunca tivemos foi habilidade para inventar a estupidez, pois desde sempre soubemos que o nosso "amigo" com mais de 40 anos veio ao mundo incumbido dessa missão.
Quanto ao Zé Trinta atesto o que foi dito. Foi sem dúvida um predecessor do markting. Tenho boa memória da sua figura e estilo.
Sem outro assunto e agradecendo o seu reconhecimento, em nome de muitos alandroalenses que me acompanham, envio-lhe o famoso peido mestre inventado no Alandroal: "cheira bem e não faz mal esta invenção do Landroal"
AC
Caro AC, subescrevo tudo o que disseste, é uma realidade que somos uma terra a ser inventada todos os dias, sinal da nossa propensão para criar,escrever,pintar,trabalhar,etc,etc,etc,
Fico muito feliz, que nos apelidem de terra a ser inventada, afinal estamos todos vivos e bem!!!...
Um abraço,
HOMERO
Eu não tenho 40 anos, ainda faltam uns quantos. Mas bastantes vezes fui à Fonte da Neca e às Bispas buscar agua para beber em casa. E tinha agua canalizada em casa!
Há pessoas e pegam em tudo para dizer mal! Enfim...
Cumprimentos
Martin
E ainda há quem vá a essas fontes buscar água e creio que se fosse autorizado a sua venda teria clientes.
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