BRASIL/PARAGUAY
Faz de conta que estamos no Jardim das Meninas, giroflé, giroflá, observando os passos da direita dita liberal, falando desta Cimeira europeia e de um novo e precário modo de vida. Ou de como, dificilmente percebemos, a falta de segurança e previsão que nos fazem ter sobre a nossa própria existência.
Imaginemos que a discussão se estendia ao modo como a maioria dos políticos, enriquecem a altas velocidades em Portugal, privatizando a justiça, lambendo fraldas da I. Média.
Imaginemos que, de facto, devia haver vida para além do deficit e deste orçamento. Haverá mais túneis escondidos?
POOR TUGAL vai deixar de ser um país viável durante esta década (ou mais) com mais um período de desespero e dores sociais intensas durante os próximos cinco anos?
Imaginemos que, na Europa, os deputados europeus, os comissários e os funcionários deixam de ganhar fortunas mensais como nababos. Suponhamos que os eurocratas de Bruxelas deviam deixar de formatar, mandar menos nos destinos e história de cada país.
Será que é por este (e outros) conjunto (s) de situações inaceitáveis?
1. Que a minha situação de português devedor aos bancos europeus é, de tal grandeza, que tenho, por seguro, que me vai faltar muito tempo e dinheiro para pagar as comissões, juros, amortizações dos empréstimos que devo, sem ter culpa e sem ter assinado prazos tão curtos por baixo. Mesmo que, por enquanto, eu ainda não deva um tostão aos bancos portugueses embora já me vá apetecendo a falcatrua e comece a faltar paciência…
2. A situação é, será de tal ordem, que há milhões de portugueses que, antes mesmo de terem nascido, já são devedores de centenas de milhões de euros? Do mesmo modo que os meninos alemães são ricos antes de serem dados à luz?
3.Já todos terão percebido que o subsídio de natal e de férias foram definitivamente à vida. Era uma vez!
Diga-se de passagem que também nunca entendi porque é que os reformados tinham subsidio de férias.
Claro que, no caso português, a originalidade é à nossa maneira, percebendo-se “o porquê. Mas não seria de começar já em 2012/13 a assumir isso mesmo? Com carácter e verdade politica. Basta mandar “umas bocas duplas” do Brasil/Paraguay começando assim a preparar o terreno para aumentar a idade das reformas?...
4. O par Merkozy lá se encheu de alguma lucidez politica e tomou três ou quatro medidas que, temporariamente, vão resolver o problema do Sul da Europa comunitária. O problema é que este Directório europeu com a aprovação da recapitalização da banca, mandou-nos mais um presente envenenado, na medida em que pôs os bancos alemães a coberto da sua exposição à divida grega, acabando definitivamente com o que era, já foi o chamado projecto de construção europeia pensado pelos seus pais fundadores. Até um qualquer novo pré ou pós guerra com vários nacionalismos armados à espreita?
5. Quando os velhos morrerem, os novos desertarem de Portugal e emigrarem, a gente vai reparar que vamos viajar todos ao mesmo tempo num comboio social chamado pobreza? E que um grupo de políticos nos vendeu apenas os cavacos de uma quimera em vez de semear e praticar ideias com futuro e de solidariedade no presente?
6. Será que doravante os passos que nos fizerem dar são apenas mais uma via para ficarmos todos medrosos, sem estratégia e enquanto país definitivamente de rastos à mercê finalmente de uma nova mas forçada união ibérica?
Contra o saque imediato de 4 salários e todos os cortes anunciados, estamos condenados a dormir numa cama de pedra, pedros e pregos. Sem jardim, sem Meninas e com relvas assim?
Até digo mais: é socialmente sustentável que os maus exercícios dos diversos poderes em cena, cá por dentro e lá fora, possam vir a ser piores, acrescentando pessimismo onde há necessidade urgente de termos uma nova confiança nos principais actores políticos? Melhores saudações
BN Alandroal
(31/X/2011)
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