Aproveitemos o Mar!
Carlos Sezões
Quarta, 05 Outubro 2011 08:55
O Dia Mundial do Mar celebrou-se no passado dia 29 de Setembro, numa efeméride que passou quase despercebida. Para Portugal este não é um tema qualquer. Temos uma longuíssima linha de costa, beneficiamos da maior zona económica exclusiva da União Europeia e detemos uma herança histórica formidável como país marítimo. Como podemos aproveitar estas características e atributos, perguntar-me-ão? De muitas formas e com impactos positivos em termos de economia, emprego, conhecimento e inovação.
Em primeiro lugar, apostar na área dos transportes marítimos e da gestão portuária. Mais de metade das mercadorias (produtos e matérias-primas) que transitam no comércio mundial fazem-no por mar. O comércio marítimo tem registado um crescimento enorme (com as exigências de novos terminais e plataformas logísticas associadas). Portugal está numa situação geográfica única, podendo assumir-se como interface na relação Europa – América – África e ainda aproveitar a aposta europeia no transporte marítimo de curta distância. De referir ainda outro ponto forte adicional, a disponibilidade de infra-estruturas recentes e da capacidade instalada.
Depois, teremos o sector da náutica de recreio e do turismo náutico. Quer por motivações desportivas ou apenas pelo lazer das férias, estas são áreas de seduzem anualmente milhões de turistas, com elevadíssimas taxas de crescimento.
Em termos económicos, não podemos esquecer a pesca, a aquicultura e as indústrias alimentares inerentes. Aqui, a exploração de áreas de potencial aquícola, novos modelos de comercialização do pescado e valorização da sua indústria serão, a meu ver, linhas estratégicas fundamentais.
A nível energético, teremos um sector com um potencial elevadíssimo, assente nas modalidades renováveis das ondas, das marés e da chamada eólica off-shore.
Por último, teremos a área da construção e reparação naval. Teremos de fazer uma aposta forte na modernização, reconversão ou criação de novos estaleiros com vista às necessidades de mercado de grandes unidades e de embarcações de recreio.
Esta aposta não será, por si só, a solução mágica para todos os males da economia portuguesa - mas pode seguramente ajudar. E esta é mais uma daquelas áreas em que os diagnósticos estão feitos…resta-nos apenas executar.
Carlos Sezões
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