terça-feira, 5 de abril de 2011

COLABORAÇÃO - TÓI DA DADINHA

O BORDA D'ÁGUA E O MUNDO RURAL

A idéia de "transcrever" para o blogue alguns curiosos temas desta ancestral publicação (muito do agrado de leitura de minha Mãe –[ pelos seus informes de dados meteorológicos associados ás fases da lua] e que anualmente lhe ofereço, por vezes com dificuldade na aquisição), caminha, alicerçada em muitas horas de conversa que mantive com o Tio Adelino Palhinhas que, quer no cultivo da Horta do Mestre, quer no da Quinta do Arco usava os procedimentos que "ainda hoje" se aconselham nesta publicação. Outros Hortelãos dos periféricos espaços da Vila também assim procederam.

O texto relativo ao mês de Abril é como segue, e, passará de futuro a constar com periodicidade mensal:

BORDA D'ÁGUA


«ABRIL MOLHADO, SETE VEZES TROVEJADO»

- AGRICULTURA
Em Abril mondar e sachar os campos semeados no mês anterior; rega matutina. Plantar batata nas terras mais secas e, no final do mês, nas terras mais fundas. Na Horta semear (no Crescente), abóboras, batata, cenoura, couves, fava, feijão, melão, melancia, nabo, pimento, salsa, etc.. Limpar os rebentos (ladrões) nos enxertos efectuados nas árvores de fruta.

- JARDINAGEM
Semear estrelas do Egipto, girassóis e malmequeres; colher as flores de lilases, margaridas, etc. Plantar begónias, dálias, gladíolos e jarros.

- ANIMAIS
Higiene das vacas leiteiras e separar os vitelos das mães. Tosquia das ovelhas no Minguante.

Com bons êxitos e afectuosos Abraços Rurais.
Tói da Dadinha

5 comentários:

Anónimo disse...

Compadre Tói : o Borda D'água, dantes, nos tempos de antigamente, também fazia uma menção especial aos calmeiros da feira de S. Bento.

Mas era só nos anos bissextos.

Este ano, como é ano comum, pode a rapaziada ficar descansada.

Não há tampas p'ra ninguém.

Anónimo disse...

Estaremos nós na presença de "outro"Engº Sousa velouso de boas memórias ????Espero bem que sim só umpeuqeno reparo é que tanto um como o outro tinham que sujar as unhas na terra não é só manuais que depois na prática é bem diferente.He he he pois é pois é...

Anónimo disse...

Caro comentarista das 23:13 de ontem.

Deixe-me agradecer-lhe a referência que faz à minha "transcrição" do Borda d'Água.
Sabe, quando o caminho da vida já é longo, tendemos a "inventariar" os seus diversos percursos e, um dos meus, "passou" pelo acompanhamento da actividade de meu pai (operário na indústria de transformação de cereais - produtos da terra)e de muitas andanças por olivais, tapadas, hortas e quintas do Arrabalde do Alandroal - ainda de pé descalço.
Estabeleci inquantificáveis laços de amizade e de "meditação" com estes espaços e com as pessoas que naquele tempo por lá labutavam, reforçados por alguns anos ao serviço do Crédito Agrícola Mútuo.
Qualquer vereda, caminho ou travessa de acesso a estes campos fazem parte do meu TODO FAMILIAR.
Daí o interesse por alguma leitura do género e, agora com o Al Tejo, pela sua divulgação.
Para terminar: É muita lisonja sua associar-me ao distinto Engº. Agrónomo Sousa Veloso mas, como saberá, não possuo qualquer título académico.
Sou um simples autodidacta, honrosamente filho da Dadinha e do João "Quésqués".

Abraços agradecidos

Tói da Dadinha

Helder Salgado disse...

Quero associar-me no mundo de recordações agrículas, ao Tói. Embora o meu avô Salgado se estivesse nas tintas para o Borda d'Àgua,a minha avó Joaquina (falava muito da Dádinha) tinha nele uma grande fé. Das recordações que me restam e não mais as esquecerei, desse cantinho mavavilhoso que foi o Monte de Fazenda de Moedas, retenho na lembrança o quase total falhanço do citado livrinho.

Deixem-me recordar um episódio ligado com os hortejos. Na altura, década de 50, 60, muita gente mesmo quem tivesse ou não um bocado de terra fazia horta.

Um dia eu e meu primo Inácio Galrito "o Pega", que foi vistar-me assistimos a rega do tomatal pelo meu avô. O tomatal estava soberbo. Como a saída da água da mangueira do motor estava perto do rego a regar. pouca água se perdia. A determinada altura a água transbordou. O meu avô pediu-nos par lhe alcançarmos o enxandão, enquanto ele com o pé tentava estancar a água. Não encontravamos o enxadão, vem ele a correr pega na ferramenta e ao disparar sobre a terra, aquela desencava~se. Resultado tevesse que parar o motor sem se evitar o alagamento do tomatal.

Claro que eu e o meu primo não conseguimos evitar o riso e se o meu avô era "Azêdo" naquele dia deve ter duplicado ou triplicado.

Um abraço, companheiros
Helder

Anónimo disse...

Ò Sr Coelho, nem necessárias seriam as referências ás suas origems por demais por mim conhecidas, e muito respeitadas.Quanto aos caminhos por onde trilhou caminhos duma ruralidade "já extinta"infelizmente. Eu tambem embora muito mais tarde dada a diferença de idades que nos separam por lá passei e muito aprendi (tive o grato prazer de conhecer o Sr.António Palhinhas de que fala como outros senhores Atónios :Benzito, Palhinhas,Claréu Tátá.
Enfim Homens que nos ensinaram a ser o qe somos hoje.Qualquer referência ou comparação com o Engº sousa Veloso não quiz dizer nenhum desrespeito pelo meu amigo.Antes pelo contrário de miudo via no engenheiro como no meu amigo uma figura muito didática e com muito para ensinar.
Não quiz com o comentário faltar ao respeito antes pelo contrário tentei enaltecer (Salvaguardadas as diferenças )duas figuras que têm ??o dom de ensinar com o simples facto de comunicarem conosco.
Fique bem S.Coelho
Um beijinho á D.Dadinha