segunda-feira, 14 de março de 2011

NOTAS SOLTAS - POR SEAN

" Notas Soltas "

Ao correr da pena, duas passagens de Sábado de Carnaval.

Seriam p'raí umas três da matina, quando dois foliões saíram do baile dos bombeiros.
Mascarados.
Um, mascarado de chefe de cozinha, e outro, mascarado dele mesmo.
É maneira de dizer.
Na verdade, nenhum dos dois estava mascarado.
Isto, porque o que vestia a jaleca e o barrete de cozinha é, efectivamente, um belíssimo cozinheiro, portanto, de máscara apenas trazia o bigode que, aliás, se estava sempre a desprender. ( foi preciso um tubo de cola para o manter minimamente no lugar )
O outro, estava muito assertoado, camisola de gola alta, cachecol e boina. Como habitualmente.
Vinham contentes. E bem aviados.
Tomaram como empreitada subir a rua Dr. Manuel Viana Xavier Rodrigues.
Uma empreitada manhosa, já que, durante toda a subida, protestaram contra quem se punha a fazer as ruas todas a subir.
Finalmente, chegaram ao fundo da praça.
Sentaram-se num banco, fumando uma cigarrilha para tomar fôlego e, a seguir, atacaram a subida da praça.
O regresso a casa incluía uma passagem pela rua da Mata, afim de assegurarem que as luzes estavam apagadas e as torneiras não pingavam.
Foi então que, quando passavam em frente dos Paços do Concelho, ziguezagueando na zona dos repuxos, se deu o descarrego.
Foi um ver se te avias, ou antes, se te desavias.
Fim da primeira ocorrência .... vamos agora à segunda.
Mais tarde, lá por volta das quatro da madrugada, um casal, aparentando cerca de quarenta anos, acompanhado dum senhor já com uma certa idade, passava, de regresso a casa, em frente do bar da Lena.
Curiosos, espreitaram para dentro do bar e viram ao balcão três ou quatro pessoas.
Uma delas era uma mulher de mini saia, com umas pernocas muito bem feitas e um rabo empinado.
E um cabelo muito negro que lhe caía pelas costas.
Era o que lhes parecia através do embaciado dos vidros.
Foi então que o homem mais novo, enquanto a mulher o contrariava, disse :
- « É altura de entrarmos, bebermos a última e irmos dormir »
Se bem o disseram, melhor o fizeram.
A Lena, que de esfregona em punho, já estava fazendo as limpezas, lá admitiu aviar mais três minis.
Foi sol de pouca dura.
A rapariga de pernocas bonitas e rabo alçado, era o Luís.
O marido da Lena.
Que estava mascarado.
Calculem !

Estas foram as histórias do Carnaval, que embora em semi-transgressão, por parte deste escriba, ainda podem ser contadas.
Tenho em carteira mais meia dúzia de outras histórias, mas essas, para virem à luz do dia, é necessária a autorização escrita dos intervenientes.

Alandroal, 12 de Março de 2011
Sean

9 comentários:

Anónimo disse...

J... cada vez invetas com mais subtileza.Nós os que estamos longe agradecemos-te.(escrito sem acordo "horto-Gráfico" de nabos)

Anónimo disse...

Essa do desavias é um bom exemplo não haja duvida

Anónimo disse...

Veja lá meu caro Sean se consegue depressa as autorizações escritas dos tais intervenientes, porque as " histórias proibídas " são as mais interessantes.

Anónimo disse...

A miúda das pernas bonitas estava realmente a todo o vapor, foi pena ter acabado por dormir sózinha debaixo do oleado

Anónimo disse...

sou novo nisto mas já me parece que não há muita moral nestas cronicas e tambem me parece que é essa precisamente a intencão de moralismos estamos todos fartos e devem desaviar á vontade

francisco tátá disse...

Parece-me haver por aqui um mal entendido quanto à palavra "desavias".
O Autor do texto poderá (se assim o entender) esclarecer, mas parece-me que este desavias se refere a vomitar (coisa muito normal quando se emborcam uns copos e por vezes inevitável, não escolhendo a hora e o local).
Ora parece-me que "mentes" maldosas tentam vêr no desavias qualquer coisa como "mijanceira". O que não é o caso, pois se assim fosse seria então reprovável e nunca o Autor do texto o consentiria.
Chico Manuel

Anónimo disse...

Senhor Francisco Manuel, tem o senhor toda a razão. Mas seja como for, quando elas entram por um lado por outro têm que sair. E seja por cima ou por baixo, cá dentro é que não ficam.
E não escolhem a hora de sair. Diga-me lá ainda : às três da manhã, em sábado de carnaval, que mal tem mijar na rua ?
Outras coisas muito piores se passam no Alandroal e nem por isso o espanto é tão grande !

Anónimo disse...

Epa os repuxos é que começaram a jorrar água...e os mascarados ficaram pingando!!!
Ninguém percebeu...porra!!!

Le neveu...

francisco tátá disse...

Até que enfim lá chegaram! ou chegou este último comentário.