segunda-feira, 21 de março de 2011

COLABORAÇÃO - DR BERBEM

"Barbas de molho"

Se bem entendemos, estas movimentações sociais, a uma escala nacional (com a eleição de Obama), regional (no norte de África) e global (desde Tianamen), a que vimos assistindo desde Fevereiro,sobretudo dos mais jovens,dizem-nos que está criada a primeira oportunidade histórica (via Facebook) de perceberem que, se não forem Eles a movimentar-se...ninguém o fará por eles.Lá como cá!
Os sujeitos da História devem começar a construir-se cedo. A internet é um meio. Não é um fim. Quanto à música costuma ser, desde pelo menos Mozart, um bom e universal instrumento catalizador de emoções e acção. Como,aliás, sucedeu com a influência dos Beatles no caso da Europa.E da minha geração.
Quanto à legitimidade que apresentam relativamente aos problemas sociais vividos pela sua geração,pelos seus estados e pelas sociedades que integram,diria também que, os mais jovens, já perceberam que as coisas não podem continuar assim. Nem na forma. Nem no conteúdo. No cado dos "Homens que Lutam" pode até não se gostar da música...mas, bem vistas as coisas, de alguma que eles tenham e transmitem havemos neles, ter de admirar.
Ou seja, não tem que haver cargos e presidentes vitalícios. A corrupção não pode perpetuar-se. Inovar é preciso.
Os países (como o mundo) precisam de uma maior liberdade, e igualdade de direitos e deveres no seu próprio seio. As organizações internacionais como a ONU têm mesmo de servir a Humanidade. Os diversos poderes devem ser exercidos de uma forma democrática. E não, de uma forma violenta,irresponsavel e desequilibrada.
 São principios gerais a que qualquer sociedade interna e externamente, devia obedecer para que os povos não se vissem obrigados a provocar rupturas e revoluções sociais sempre imprevisiveis e de dificil superação.
Contudo um dos problemas, é que nem sempre aqueles que detêm o poder estão dispostos a partilhá-lho. Veja-se agora o caso de Kadafi.
Um outro problema, é o de que não tem aparecido lideranças capazes e sérias. Nelson Mandela é, em África, uma excepção. Lula da Silva na América do sul outra. Duvidamos que Obama o venha a poder ser. Pese embora o facto de ter sido o autor do Discurso mobilizador do Cairo. Lembram-se?
Em sintese, o mundo irá provavelmente confontar-se neste século XXI com uma agitação crescente que o levará entre a paz e a guerra por caminhos que,apesar de tudo, não têm de ser piores do que aqueles que o século XX viveu.
Sobretudo, se forem os mais jovens em cada geração, a terem uma certa e crescente capacidade de intervençao.
É uma parte do expectável. É o que se deseja. É a minha opinião, ao comentar as interrogações existenciais que o F.M. nos coloca neste seu oportuno exercício de se pôr (e bem) a olhar e a tentar comprender o mundo que nos calhou viver.
Com as melhores saudações
António Neves Berbem

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo quase na totalidade com o seu ponto de vista, menos num pequeno detalhe, se os Homens da Luta fazem chegar mensagem escolheram o modo errado de o fazer que é a tentar cantar e tocar coisa que não sabem.
Fica mesmo só a mensagem, mas a falar ou a contestar aquele tipo de coisas E O POVO PÁ temos por cá muita gente a faze-lo e com mais graça, até o verdadeiro povo, que não é nem quer ser artista circense com todo o respeito para essa nobre arte.
Com mensagem ou sem mensagem um país que se deixa representar musicalmente por aquela nulidade é de facto um País muito pobre em tudo.

Carlos Bica