Francisco Costa
Terça, 26 Outubro 2010 07:34
A bipolarização protagonizada pela direita e pelos comunistas em Évora em 1987 havia de retirar ao PS a sua representação parlamentar e colocá-lo numa situação sombria de que este só haveria de recuperar em 1991.
Em 1995 os socialistas eborenses engrossam o movimento que haveria de eleger António Guterres 1.º Ministro e iniciam um processo histórico que consolidou e reforçou a sua base eleitoral, ganhando sucessivamente as eleições legislativas e fazendo do Partido Socialista o mais votado no Distrito.
A par disso e apresentando os melhores candidatos o PS foi conquistando também sucessivamente mais autarquias e invertendo a balança a seu favor.
Note-se que o PCP chegou a deter 13 das 14 autarquias e que hoje lhe restam apenas 4 dessa totalidade. Quanto à direita o seu poder autárquico acabou por ser reduzido a zero.
Sem demérito para nenhum outro Vitor Martelo e José Ernesto d'Oliveira serão as figuras emblemáticas desta conquista no plano autárquico. O primeiro porque e desde 1976 até 2009 se manteve Presidente de Câmara da que chegou a ser a única autarquia socialista em todo o distrito. O segundo porque destronou o histórico comunista Abílio Fernandes da também histórica posse dos comunistas na Câmara de Évora. Estávamos em 2001 e o PCP via-se arredado do poder na Capital de Distrito alentejana, o que dura até hoje.
Este sucesso teve por base uma receita simples: empenho, coesão interna, bons dirigentes, bons candidatos e boas estratégias. Mas acima de tudo concretização. O capital político dos socialistas no distrito está assente na obra que se vê. Daí que o nível de confiança das pessoas no partido e apesar das dificuldades, continue a ser tão elevado.
Isto é um legado e um estímulo a Capoulas Santos, que viu a sua consagração como Presidente da Federação dos socialistas num Congresso historicamente participado, com todas as figuras de proa do PS a seu lado e com a aprovação da sua moção estratégica aprovada por unanimidade.
Capoulas Santos, político que dispensa apresentações, consegue assim dois feitos extraordinários neste processo: contar com todo o capital político e experiência dos seus antecessores (onde tem parte incontestável) e fazer uma renovação dos órgãos do partido, dando espaço à nova geração de políticos, altamente qualificada, nascida já neste quadro de sucessos do PS.
E prepara-se para estender esta influência positiva para lá das fronteiras do Distrito.
O PS, para o efeito, não tem outro dirigente tão bem posicionado.
Francisco Costa
1 comentário:
Vai lá vai esse e os novos quadros nascidos neste contexto estão todos apresentados.Xuxinhas de trazer pelo partido estamos bem no distrito como no país...
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