sexta-feira, 8 de outubro de 2010

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM

Transcrição da crónica diária transmitida aos microfones da :http://www.dianafm.com/

Martim Borges de Freitas - PSD: Uma decisão difícil


Sexta, 08 Outubro 2010 11:21
Disse, há quinze dias, que este ano íamos ter uma originalidade quanto à discussão e aprovação do Orçamento do Estado e que se tratava de um "visto prévio" que Bruxelas teria de dar ao Orçamento do Estado. E disse que, por essa razão, o Orçamento do Estado português para 2011 estava, já hoje, definido. Entretanto, o Governo português resolveu, por força da pressão exercida por todos os agentes internos e externos, tomar um conjunto de medidas com vista ao cumprimento das metas estabelecidas quanto ao défice das contas públicas. Sem que tenha explicado o que é que falhou desde que, em Maio, o PSD deu a mão ao PS (ou, como diz o PSD, ao país), a verdade é que novas medidas foram adoptadas.
Apesar de não ser esse o objecto da crónica de hoje, não posso, no entanto, deixar de assinalar que um Governo, que tanto se tem enganado, continue ainda a governar Portugal. Dizem os mais sabedores que tem a ver com a circunstância de ninguém querer governar o país no estado em que ele se encontra. Talvez seja assim. Mas é quando o mar está revoltoso que se vê a qualidade do timoneiro ...!
Voltemos à questão do próximo Orçamento do Estado. Se é verdade que Bruxelas só aceitará um Orçamento que vá ao encontro das tais metas para o défice das contas públicas e se o Governo o vai mesmo apresentar nesses moldes, porque será, então, que o PSD continua a insinuar um voto contra o Orçamento quando todos apelam para que não o faça?
Sem querer entrar no campo da futurologia, parece-me que, até à aprovação do Orçamento para 2012, digo bem, para 2012, até, por conseguinte de agora a um ano, haverá pelo menos três oportunidades para o país poder mudar de rumo.
Uma, a primeira, é agora. O PSD vota contra o Orçamento, a crise política vem ao decima, instala-se e é, então, preciso resolvê-la. Dizem, de novo, os mais sabedores que o PSD seria trucidado se isso viesse a acontecer. Mas, seria mesmo? E o país, não será importante pensar também no país? O país, dizem ainda os sabedores, sairia prejudicadíssimo. Se é assim, de quem é, então, a responsabilidade? Seria do PSD, que votaria contra o Orçamento para 2011 na convicção, como todos vêm reconhecendo, de que Portugal estará muito pior em 2011?
A segunda oportunidade, não se verificando a primeira, acontecerá após as presidenciais. Mas, aí, é preciso que seja apresentada uma Moção de Censura na Assembleia da República e que ela seja aprovada, já que me parece que Cavaco Silva não fará o que Jorge Sampaio fez. Ora, admitindo que uma Moção de Censura possa ser apresentada pelo PSD ou pelo CDS, para que seja aprovada, será preciso, se não estou em erro, que o PSD e o CDS a votem favoravelmente e que, mesmo assim, haja uma ajuda de algum dos partidos à esquerda do PS. Sabendo os partidos à esquerda do PS que, se o Governo cair, lhe sucederá um governo mais à direita, suponho que, salvo se quiserem entrar numa lógica de ganhos políticos marginais, se tornará difícil derrubar o Governo. Nesta altura, o Governo poderá, no entanto, cair por si, mas para isso não será necessária nenhuma Moção de Censura.
Resta a terceira (e última) oportunidade, que é a da votação do Orçamento do Estado para 2012. Creio que, se essa terceira oportunidade surgir, é porque o Governo está a cumprir. E se está a cumprir, então, será o grande vencedor face à crise e, nesse caso, nenhum partido quererá a queda do Governo.
Eis porque penso que o PSD tem, hoje, a mais difícil das decisões para tomar desde que Passos Coelho foi eleito líder.
Martim Borges de Freitas

1 comentário:

Anónimo disse...

Penso que a terefa mais fácil, será votar contra o Orçamento feito á custa de quem trabalha neste País.
Deixar passar este govervo é aprofundar ainda mais a crise, que esta governo já mostrou que é incapaz de controlar.
Cada vez há mais desemprego, cada vez mais fábricas, indusrias e comercio fecham mais as portas, cada vez o número de contribuintes a pagar a crise é menor. Aqueles que provocaram esta crise, continuam impunes e sem julgamento
como é normal neste Governo.
Todos sabemos, sem qualquer dúvida que este Governo foi de longe o pior desde o 25 de Abril, portanto não esperem que alguém além dos PS,s vote a favor .Reirem a disciplina de voto e vejam se todos os Socialistas votam a favor.
Será difícil qualquer Partido governar Portugal nesta situação de crise, porque o Governo está como a Câmara do Alandroal, sem ponta por onde se lhe pegue.
Por isso fico muito satifeito com a queda deste Governo que tanto mal tem feito a quem trabalha e
se houver eleições que tamém perca por sete votos, embora a derrota
deste Governo PS vá ser muito grande, é tempo de mandar o Sr.Socrates para casa e a viver do ordenado minimo Nacional, para se aperceber das dificuldades em que
colocou tantos milhares de PORTUGUESES.