terça-feira, 19 de outubro de 2010

AO CORRER DO TECLADO - RÚBRICA DO AL-KALATY

HISTÓRIAS…,CONTADAS À MINHA MANEIRA!
O CHEFE DO ESTADO ESPANHOL EM 1949, DE VISITA A PORTUGAL


Em determinado sábado do ano de 1949, mais precisamente no dia 22 de Outubro, tinha eu os meus 5 anos de idade, chegou a Lisboa em visita diplomática e de amizade, o Generalíssimo Franco que, na véspera, havia saído de Vigo, calorosamente aplaudido e vibrantemente aclamado, a bordo do Miguel Cervantes.
Foi no Terreiro do Paço o desembarque, acolitado pelas duas esquadras das nações irmãs, à sombra das bandeiras que segundo a reza…, souberam dar mundos ao mundo.
O povo de Lisboa, manifestando-lhe entusiasmo, secundou significativamente a cordialidade e a grandeza de tal recepção oficial, onde o exército português desfilou garbosamente perante o caudilho de Espanha, que na Câmara Municipal proferiu o período lapidar e do mesmo alto significado político: A Espanha Velha, mas plena de juventude, abraça a cidade de Lisboa e afirma Portugal a sua grande amizade.
No banquete oficial no Palácio da Ajuda, seguido de recepção de Estado, os dois chefes Ibéricos reafirmando a fraternal amizade peninsular, Franco exclamou: «Portugal e Espanha constituem baluarte permanente de uma civilização ocidental, que é ainda o de subsistência do espírito europeu».
Instalado principescamente no palácio de Queluz, o caudilho foi desde logo, o homem do dia, pois em Diário do Governo foi publicado um Decreto-Lei investindo-o no posto de General do Corpo de Generais do exército português, em plenitude para usar os distintivos do respectivo grau hierárquico.
Reciprocamente, o Boletim Oficial madrileno publica o Decreto nomeando o chefe de Estado português, Tenente-general do Exército Espanhol, com todas as prorrogativas e honras correspondentes â sua elevada hierarquia
Perante esta panóplia de actos públicos, ouve ainda o ensejo do registo de algumas palavras, mutuamente pronunciadas e de significado político e social.
Assim, o Generalíssimo exclamou: «Se o apego a velhas fórmulas e uma preguiça mental podem tornar-nos ainda incompreendidos em determinados sectores externos, os nossos povos têm, como compreensão, a satisfação e a vantagem de sentir que levam grande avanço, a muitos outros».
Onde o Ministro da Guerra português replicou: «Irmãos pelo sangue, obrigados pela geografia de viver de paredes-meias numa mesma fé que nos une nos mesmos ideais que nos animam, nos mesmos interesses que nos prendem».
Em visita para o centro do País, chegou a Coimbra, onde foi empossado de Honóris Causa, tendo como patrono o Cardeal Cerejeira, seguindo para Leiria, Alcobaça e Batalha, regressando a Madrid, num quadrimotor do Ministério do Estado Espanhol.
Cada qual tirará deste acontecimento, bem assim, das palavras proferidas nas diversas circunstâncias, as ideias que melhor entenderem, certo é que, de cabeça baixa… como sussurro…, se dizia explicitamente que em virtude do estreitamento de relações na Península, os fortes aliados na defesa da civilização cristã, se assumiam contra as arremetidas moscovitas.
171010 JPBR

2 comentários:

Anónimo disse...

Sigo com algum interesse estes escritos do AL- KALATY. No entanto, acho que ele coloca demasiada seriedade no que escreve.
Assim, e para lhe dar um exemplo da forma como o humor também pode fazer parte de qualquer crónica, atrevo-me a contar uma passagem que me chegou do Além.

O relator é o próprio Franco, esse mesmo, o Generalíssimo. E fala na primeira pessoa do singular.

Início de citação

" ... tendo eu morrido, logo Deus Nosso Senhor, me chamou para o céu.
Nem pela cabeça me passava que me chamasse para outro lado, devo dizer.
Passados que foram uns dias, durante um passeio por "las barriadas del cielo", encontrei o Almirante Carrero Blanco que, como todos sabem, foi chefe de um dos meus governos, e que tinha morrido uns anos antes.
Depois dos efusivos cumprimentos e dos abraços, mais que naturais, entre dois velhos companheiros que tinham combatido juntos as hordas de " rojos ", que tentaram fazer da Espanha uma democracia,
implantando a II República, lá pelos idos de 1931, reparei que ele tinha em volta da cabeça uma espécie de arco, ou auréola, como queiram.
Fiquei beliscado no meu ego, pois muito mais santo tinha sido eu, e não estava assim santificado.
Então, deu-me a justificação : aquilo não era nenhuma auréola, era o volante do automóvel que lhe tinha ficado espetado na cabeça que nem Deus lho conseguia arrancar. "

Fim de citação.


Para que se compreenda o que o Generalíssimo Franco quer dizer,ao contar o seu encontro, no céu, com o Almirante Carrero Blanco, deve o autor destas linhas acrescentar, que esse mesmo Almirante foi vítima de um atentado perpetrado por nacionalistas bascos, e o automóvel em que seguia, depois da explosão da bomba, atingiu a altura dum 5º andar.

Não há, nesta história, um mínimo de ficção. Basta ir à História e procurar.

Mas também não é por isso que deixa de ser uma boa anedota.


A.S.

Anónimo disse...

E por cá quando se espeta um volante nos cornos dos filhos da puta que nos f ram?????