terça-feira, 10 de agosto de 2010

A PROPÓSITO...

O ENSINO EM PORTUGAL


A propósito de um texto aqui transcrito do Dr. Alexandre Laboreiro e que versava Aspectos culturais no contexto da I República – e no qual se dava a conhecer a metodologia do Ensino na altura, lançámos uma réplica aos nossos colaboradores para que opinassem sobre o assunto.
Aqui ficam os comentários dos que acederam à nossa “provocação” :

Pedem-me um comentário sobre esta critica.

Mas uma vez que não sou muito competente para me alongar e aprofundar nesta questão limito-me a fazer um comentário que me ocorreu.
No que diz respeiro à cultura não tenho muitas palavras, é assunto muito complexo com muitas vertentes, não seria num comentário que escreveria tudo o que merece. Apenas digo que está muito mal entregue em Portugal.
Na educação em geral posso dizer que vamos de mal a pior e com tendências para piorar.
Não esqueçamos a Instrução parte integrante da educação, que está má! mas vai progredindo.
Existe uma vertente na educação que todos sentem mas que ninguém se lembra, e é a ela que temos de apontar o dedo. A influência da família na educação.
As escolas todos os dias se distanciam mais dos pais, os pais com todos os problemas que tem para sobreviver neste país, o stress do dia a dia, etc. Todas estas atitudes levam a que os filhos tenham uma educação na escola precária.
A verdadeira educação só pode ser dada nas famílias e nas escolas mutuamente, através dos Pais e Professores. Logo são estes que com os seus exemplos e ensino transmitirão aos filhos/alunos novos os valores que constituirão as regras de comportamento na sociedade, e que criam assim um ambiente em que todos poderão desenvolver-se a si e aos outros de uma forma equilibrada e harmoniosa. Vão ver e aceitarão as dificuldades, trabalharão e esforçar-se-ão por as ultrapassar, e depois, claro gozarão dos benefícios que daí resultam.
Vejam os exemplos dos países mais desenvolvidos, o Ocidente.
Há 30 anos atrás criaram-se escolas em quase todas as freguesias, hoje faz-se o contrário! Tudo isto nos primeiros anos de ensino.
No ensino superior os cursos mais estimados,(medicina, direito, etc…)nas universidades de mais prestígio tem competitividade de entrada, o mesmo não se passa com outros cursos e outras universidades. Aqui a competitividade é nula, as universidades menos prestigiadas com cursos menos prestigiados, tem alunos com médias de 9,5, são alunos que demonstram falta de incapacidade para estudar, onde na maioria dos casos a culpa não é do aluno mas sim do sistema escolar incompetente.
Este comentário é apenas um pouco do que eu acho da "porcaria" de ensino que temos actualmente.
Elso Balixa
19 Julho, 2010 19:29

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Foi aqui publicado, há dias, um texto do Dr. José Laboreiro cujo título “Aspectos culturais no contexto da I República”, o qual tenho todo o gosto em comentar, se me o permitem.

Em tom irónico, a República gastou, por assim dizer, um vasto cartaz de variedades num curto período de tempo. Isto é, “chegou e disse… pôs o chapéu e foi-se”. Foi, de facto, um período – não só este como o que lhe precede e sucede – de grandes intelectuais a todos os níveis.
Claro está que, concordo com o autor deste tema quando reconhece na República uma mais valia para o país, nos seus variados aspectos.
Uma comparação que ajudará a perceber a evolução desde a República até aos dias de hoje é: A I República, o Estado Novo e a II República poderiam equiparar-se a três personagens – a saber, o avô, o pai e o filho. O avô (I República) é a personagem que já viveu a vida, possui uma vasta cultura e uma educação fora do normal. O pai (o estado Novo) é um personagem que impõe respeito, e quando ele quer é austero, duro e rigoroso. Continua com um conhecimento fora do normal, pouco menos que o anterior, e, com uma cultura excepcional. A II República (se assim lhe quisermos chamar) é a personagem do jovem. Não um jovem qualquer, mas um jovem desapaixonado, indisciplinado, com alguma formação mas muito aquém. Ele é um viciado pelas modas, porém não tem interesse pela cultura, não ama a sabedoria e muito menos a Loucura. Não obedece aos pais, tão pouco liga aos avós porque lhes acha cotas. É um indeciso errante. Não sabe decidir por si próprio.
Portanto, como se pôde ver por esta comparação, é tudo isto que caracteriza os nossos tempos. E, com certeza, o Dr, Laboreiro corroborará com a minha opinião.
Da educação vigente legámos a informação. Muito poucos são aqueles que se formam! Informam-se! Pois, se somos informados, a cultura não há-de esperar muito de nós.
Vejam se concordam com o meu pensamento: os nossos avós com a 3.ª ou 4.ª classe sabiam imenso de história, de português, algumas coisas de latim, e na matemática eram ases. Os nossos pais, felizmente, ainda apanharam tempos bons, também eles usufruíram de uma boa qualidade de ensino (refiro-me aos cotas a partir da casa dos sessenta), souberam amar a sabedoria e por ela se interessaram. Os jovens, nós?! Uma pouca de Chica larica! Infelizmente não tivemos a educação dos nossos pais. Na escola começámos a tratar os professores com aquela Liberdade, deixámos de ter acesso aos clássicos, a língua materna terminou e o grego também já lá vai. Começámos a escrever por códigos, não dominamos a gramática, a matemática também não. Julgamos que sabemos tudo e não sabemos nada.
A nível cultural, para não invocar a palavra cultura que é um termo mais ambíguo, gostamos de mega concertos e de preferência que estejam na moda, com pólvora à mistura. Porque as danças, a nível masculino, é para aqueles que têm uma maneira esquisita de estar; o teatro, apesar de ser engraçado, é uma seca autêntica; ver uma exposição de pintura é tempo perdido, a não ser que seja uma exposição daquelas de salão erótico (e até mesmo a estes nem todos vão para não serem caçados).
Em geral, reduzimo-nos a isto. Ora uma pergunta pertinente: qual o jovem que já leu o “Húmus” de Raúl Brandão?
Deixámo-nos dominar por uma cultural ocidental assente no hedonismo, concentrados em nós próprios, “na minha vida”, no “eu”, nos interesses que “a mim” dizem respeito, e os outros que se lixem! Esquecendo que com os outros podemos aprender tantas coisas. E, que mesmo a cultura e a educação começam no outro e com o outro.
E, já alongado, por aqui me fico.
Boa semana, e se for o caso bom fim-de-semana.
Por: Trevor 12
Julho 2010
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 A 1ª REPUBLICA PORTUGUESA 1910 / VERSOS REPUBLICA INÍCIO SÉCULO XXI

Naquele tempo já todos os portugueses esperavam um movimento de guerrilha, viesse ele de onde viesse, para assim as pessoas se entenderem melhor, pois a revolução implantada, não foi considerada como um acto de surpresa, sendo o termo final da conquista do poder, e do último baluarte das instituições monárquicas que já desde 1906, constantemente recuavam e tinham perdido, quase por completo a iniciativa governativa.
Já nessa altura o partido Republicano estipulava as questões governativas a discutir, a intensidade que se deveria dar, como os pontos a focar no país político, aquilo que porventura estaria ai seu alcance, muito embora o partido estivesse muito longe de estar em maioria.
Os antagonismos com tudo aquilo que cheirasse a monarquia, definhava a cada passo e, depauperava o ambiente, onde de imediato as respostas Republicanas não se faziam esperar, dado que desde 1890.as regras existentes para os problemas nacionais, eram encarados apenas politicamente
Com a crise de 1891, a forma como a monarquia estava perante o Ultramar, as questões do tabaco, a conversão do comércio externo, os adiantamentos á Família Real, o sufrágio restrito, provavam plenamente que os problemas eram ainda mais fundos que o que se supunha.
Os republicanos defendiam até á exaustão, que a questão monárquica não deixava que o círculo se alargasse e pudesse beneficiar muitos outros, apresentando-se com novas energias e aptos para o confronto de ideias, na resolução de problemas políticos candentes, e, que importava chamar outros dirigentes com a maior das brevidades.
Com a radicalização das regras do jogo, a rigidez do regime monárquico, contrapõe-se e confronta-se com o radicalismo Republicano tendo este sido acusado de tratar-se de um partido de agitação e não defensor das responsabilidades governativas.
Chegando ao ponte de João Chagas tivesse dito nessa altura que, o Partido Republicano era a única força que podia ter mão no povo, na sua revolta, onde as massas neutrais, e até conservadores da monarquia, passaram a não sentir a luta como sua, sendo essencial tal motivo para o triunfo da revolução.
Qualquer que tivessem sido os seus defeitos e lamentações, Alpoim visava a transformação do Partido Progressista num partido de massas; João Franco a transformação do Partido Regenerador, numa força doutrinária e de programa, além de eleitoralmente forte.
Tentativas tardias conseguiram transformar os seus partidos de quadros em partidos modernos com os ajustes necessários para os sufrágios crescentes que se adivinhavam no horizonte.
Com íntimos revolucionários a borbulhar, os Republicanos davam a cada momento, como próxima e inevitável a revolução, sabendo-se que em 28 de Janeiro de 1908 falhou a 1ª tentativa e em 1 de Fevereiro do mesmo ano, são mortos o Príncipe herdeiro e o Rei, sem que a tragédia tivesse mudado a situação.
Mais tarde e já em 1910 os Republicanos desenvolveram uma estratégia, subdividida em quatro planos complementares mas distintos -, o conspirativo civil, o de rua, o eleitoral e o conspirativo militar., os movimentos e as tácticas não se fundem, muito embora confluam, a governação só ataca os conspiradores, em face da agitação de rua e esta cobre e alimenta-se da agitação parlamentar, derivando um estado insurreccional explorado a fundo, tornando-se a verdadeira causa de vitória republicana.
Sem essa situação da populaça, invocando a vitória e no exacto momento colocando os civis ao mesmo tempo que as forças militares, porventura em 5 de Outubro de 1910 não se teria chegado ao êxito, ainda com a complementaridade de muitas das acções desconhecidas, na distância dos anos percorridos.
Com toda esta resenha, se poderá ainda que em deduções, fazer a analogia daquilo que outrora se passou, comparado com os conhecimentos dos dias de hoje…

10/7/22 JPBR



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2 comentários:

Anónimo disse...

Mesmo com boa vontade não se consegue entender o que os comentaristas dizem.

Por favor, falem apenas daquilo que sabem.
Misturam alhos com bugalhos e o resultado é uma amálgama de questões, que nem os próprios comentadores entenderão se se derem ao trabalho de lerem o que escreveram.
O facto de terem à disposição um espaço livre como é este blog, não lhes dá o direito de se colocarem numa posição ridícula e opinar sobre tudo e mais alguma coisa.

Tenham pena de quem abre este espaço e espera encontrar algo de interessante.

A comentarem desta maneira até envergomham o articulista

E desculpem a franqueza.

Anónimo disse...

Pois eu gostei do comentário do Trevor 12! E parece que também me soa a que este "eu", "a mim" "para mim" chegaram muito com os novos tempos e com a nossa democracia, que muita gente não entendeu e usou e abusou, chegando a este bonito estado do ESTADO! Licenciados em qualquer coisa que só se tratam por Dr. isto, Dra. aquilo, e que nem ao menos aprenderam a fazer frases bonitas, quanto mais alguma coisa de útil, mas olham do ALTO qualquer semelhante que não tenha canudo e que não mereça o digníssimo tratamento de Dr.; todos sabendo muito dos seus direitos (isso sim), poucos sabendo algumas das suas obrigações! Todos usando e abusando desses mesmos direitos (tenho, direito a isto, tenho direito àqulo, etc.,etc.) mas esquecendo-se que os direitos de uns terminam onde começam os de outros! Enfim, seria assunto para uma tarde inteira, mas quem sou eu?