(Continuação do dia anterior)
VIAGEM ALENTEJO / EXTREMADURA. IDA E VOLTA 2ª PARTE
( Ou fragmentos da vida de uma família raiana ).
Como a noite estava a chegar, foram aparelhar a charrette para que, logo que chegasse o mano Rufino, se meterem a caminho. Francisco foi ainda chamar o hortelão, homem de toda a confiança, para os acompanhar naquela acção que todos sabiam arriscada. Entretanto chegou o irmão que faltava. Apesar do tempo ainda estar quente, vestiram-se os capotes e, debaixo destes, as espingardas atacadas, prontas para qualquer emergência. Lá abalaram a caminho da alcaria.
Algumas horas depois estavam de regresso. Vinham acompanhados por Juan António Casablanca e por sua filha Antónia Casablanca.
.... e Guadalupe José Rodriguez Potra, mãe de Carmen, terminou assim o seu relato, virando-se para Rufino Casablanca :
- " Estes dois viriam a ser, anos depois, tua mãe e teu avô " -
Rufino Casablanca
Badajoz - 1980
Nota da narradora
( o texto que se segue é a transcrição, tal como a guardei na memória, do que contou o João José Rodriguez Potra, meu pai, ao tio Lorenzo, quando este lhe pediu informações detalhadas sobre a morte do Rufino
José Rodriguez Potra.
Estávamos, como era habitual depois do jantar, na grande cozinha, junto à lareira. )
1940
Os Rodriguez Potra, embora vivendo no monte das Courelas em Capelins, possuíam uma outra herdade junto à igreja de Nossa Senhora da Fonte Santa, conhecida por monte do Meio. Casa grande, desproporcionada até com a dimensão da herdade, que era muito pequena. Nessa casa vivia o Rufino José, acompanhado por aqueles refugiados da guerra civil espanhola de que já falámos, Juan António Casablanca e sua filha, Antónia Casablanca. Estes refugiados viveram sempre nesse monte, sem nunca terem documentos espanhóis ou portugueses. Legalmente, pura e simplesmente, não existiam.
(Prossegue...)
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