segunda-feira, 21 de junho de 2010

A PROPÓSITO: EU NÃO SABIA; MAS AMADEUS SARABAND FEZ QUESTÃO DE INFORMAR EM COMENTÁRIO AQUI COLOCADO

AQUI O TRANSCREVO PARA CONHECIMENTO DE TODOS:


José Saramago e o Alandroal.
José Saramago, Cidadão do Mundo, também passou pela nossa terra.

Vamos transcrever, com comentários, as suas palavras.
Início de citação :

« ... e volta o viajante à estrada, a caminho do Alandroal, onde pára apenas para se refrescar. Daí, segue na direcção do sul, na direcção de Terena. Quer ver a que é, de todas as igrejas-fortalezas, a mais fortaleza que igreja. Dizem-no as fotografias, e a confirmação está diante dos olhos. Tirassem-lhe a torre sineira e ficava um castelinho perfeito, com os seus fortes merlões ponteagudos e o balcão que facilmente se transformaria em mata-cães, se é que não foi essa a sua primitiva função. Este santuário de Nossa Senhora da Boa Nova, espacialmente, é como uma torre de planta cruciforme e braços iguais, baixa, atarracada, embora dê, dentro, a impressão de ganhar altura. Jóia preciosa da nossa arquitectura medieval, também porque intacta está, a igreja gótica da Boa Nova ficará na memória do viajante. Por outras memórias andou antes, como a de Alfonso X de Castela, que se lhe referiu nas " Cantigas de Santa Maria ". Diz a tradição que a Boa Nova foi mandada construir em 1340 por uma filha de Afonso IV, rei de Portugal. Ora Alfonso X de Castela morreu em 1284. Será a igreja da Boa Nova mais antiga do que se diz, ou haveria outra igreja no lugar desta ? É ponto a esclarecer, como são para esclarecer as enigmáticas pinturas do tecto da capela-mor, que ao primeiro relance parecem ilustração do apocalipse, mas que apresentam figuras que não se encontram no Evangelho segundo S. João. Nos restantes braços da igreja, vêem-se pinturas hagiográficas populares ... »
Fim de citação.

Quem nos últimos dias tem dedicado mais atenção à obra profana do escritor, devia prestar também alguma atenção ao que ele escreveu sobre o património religioso construído. Eu, que lhe conheço bem a obra, desculpem a prosápia, atrevo-me a dizer que foi o escritor português, do século XX, que mais falou dos nossos monumentos religiosos. A começar, desde logo, pelo " Memorial do Convento ".
E também dedicou algumas linhas a Juromenha e à igreja de Nossa Senhora do Loreto.
Se este desabafo não fosse já tão longo, ainda me atreveria a transcrevê-las. Ficará para outra altura, se assim calhar.
Amadeus Saraband
20 Junho, 2010 14:23

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