quarta-feira, 30 de junho de 2010

O SABER NÃO OCUPA LUGAR (Rubrica de J.P.)

OS MAUS INSECTOS, EM PERÍODO DE VERÃO


Com a Chegada do Verão e com ele aparecem todas as legiões de insectos que, além de infestarem os nossos aposentos, picam e mordem para além de trazerem um número incalculável de doenças que, sem as quais, ninguém o negará, todos nós passaríamos sem elas, ás mil maravilhas.
Muito embora, raramente a morte de uma pessoa se possa atribuir directamente a picadas de insectos, certo é que estes são muito mais perigosos na nossa saúde do que geralmente se julga.
Desde que se adquiriu a convicção de que o mosquito é um dos grandes agentes na propagação do paludismo e da febre-amarela, os homens da ciência, começaram com as investigações acerca da parte da responsabilidade que a outros insectos, correspondem as nossas doenças, sabendo-se que á partida, muitas destas devemo-las ás moscas.
A mosca vulgar obsequeia-nos com muitos dos germes, tais como a oftalmia, a herpes e as variadas formas de eczemas em muitos países mais quentes, onde encontramos a cólera e o tifo.
Muitos destes germens não provêem das moscas, não sendo estas que no-los transmitem directamente, pois sabe-se que na generalidade que por hábito não picam no homem mas, depositam sobre as substâncias comestíveis que posteriormente entrarão na cadeia alimentar.
Uma simples mosca põe cerca de 120 ovos de cada vez, efectuando posturas doze a treze num só verão, assim bem se poderá compreender a importância de se declarar guerra sem tréguas a tão peçonhas criaturas.
Para tal, não é necessário matá-las, valendo mais rende-las pela fome. Se porventura o lixo e os desperdício de toda a espécie estiverem bem tapados, para que os insectos não lhes possam, chegar e dessa forma seria muito fácil dizimá-las e depressa as veríamos desaparecer.
Em países onde se cuida da higiene, todas as despensas e muitas casas de jantar, estão durante o verão providas de portas e janelas de tela muito fina que fecham hermeticamente e assim o ar pode entrar, mas os insectos não.
Seremos nós os culpados destas pragas, que, durante o período estival, podem invadir os nossos aposentos, dado que as moscas se criam nas cavalariças e nas estrumeiras, sendo uma necessidade afastá-las pelo perigo que estas representam.
Não sendo possível, o melhor é tentar manter os quartos às escuras durante as horas de sol e precaver-se com redes finas, no sentido de lhe dificultar a entrada.
Para além das moscas vulgares, existem outras que causam verdadeiros prejuízos, o tavão que tanto atormenta os bois que para além de picar, deposita os ovos no pêlo do gado, o qual ao lamber-se, os ingere, criando larvas no interior do corpo, ocasionando graves doenças, sendo que os gamos e os veados morrem com bastante frequência dos ataques destes tavões.
JPBR10319

A PREVISÃO DO TEMPO NA ANTIGUIDADE

Antigamente, a previsão do tempo fundava-se em observações locais e quase não haverá país montanhoso que não possua os seus adágios meteorológicos.
Assim, os Atenienses reparavam se estava sereno ou nublado o cume do monte Himeto, e os romanos observavam se no Poente havia ou não havia nuvens, para poderem avaliar se o tempo seria sereno ou chuvoso; os judeus seguiam a mesma regra, como em geral, todos os povos do Mediterrâneo, e até mesmo Jesus Cristo disse, segundo S.Lucas: Quando virdes que a nuvem se levanta do Poente, crede que a chuva estará próxima.»
Não significando isto, que o vento tenha soprado sempre de Poente, antes de vir a chuva; o vento dirige-se por norma sempre para o centro de toda a depressão, e se este centro estiver a Poente, o vento virá de nascente e não soprará quando a depressão em direcção oposta, senão quando a depressão se tiver afastado do nosso horizonte.
Assim se explica como Zéfiro, o vento do Ocidente, tem sido sempre considerado, como aquele que empurra as nuvens do céu e traz o bom tempo; por tal motivo Lucrécio o fez arauto do Amor: «núncio de Vénus» avança o alado Zéfiro, e Flora derrama flores e perfumes no caminho de ambos; o próprio Homero o havia já apontado como vento dominante, nos Campos Elísios.
Do mesmo modo as gentes campesinas vêem um mau presságio, no voar baixo das andorinhas, na inquietação dos gatos, das galinhas ou das rãs, na inércia das abelhas etc.etc., assim os antigos se serviam de observações semelhantes para dar os seus prognósticos do tempo.
Do Arco-íris e da cor e forma das nuvens, se tiraram também presságios, fundados todos em experiencias, onde as diversas formas de nuvens, umas atrás das outras, quando se aproximam da tempestade: primeiro aparecem longos filamentos, chamados os cirros; depois aparece a escuridão dos cirro-cúmulos, nuvens em flocos, e redondas, comparáveis a borregos, ou bolas de algodão; estes cúmulos aumentam de tamanho e densidade, até se fundirem num enevoado baixo e geral que, precede imediatamente a chuva.
A observação científica do tempo faz-se hoje em todo o mundo culto, pelos Observatórios ou oficinas meteorológicas de cada país, dotadas de barómetros, termómetros, pluviómetros e aparelhos mais recentes, estando em correspondência telegráfica entre si, para comunicarem uns com os outros, os resultados das suas respectivas observações, traçando as linhas isobáricas e pontos em mapas, onde aparecem as mesmas pressões atmosféricas, para a publicação do «Boletim Meteorológico», com todos os dados coligidos diariamente.
A precisão dos dados, a soma dos elementos disponíveis em cada Observatório e a base científica em que se apoiam as conclusões, são firme garantia de acerto geral e se fazem as previsões do tempo, com finalidades práticas.
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