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Martim Borges de Freitas - Esperança na Vuvuzela
Sexta, 18 Junho 2010 11:47
Até pareceria mal não vir falar do Mundial !
Já o tenho dito: relativamente a futebol não sou nem fanático nem doente. Sou apenas um seu amante e um simples adepto. Nem mesmo quanto à "Selecção de Todos Nós" passo disso mesmo, de um adepto. Mais fervoroso, às vezes, menos noutras. Um adepto que, todavia, acompanha de perto tudo o que se passa com e em torno da Nossa Selecção.
Começou o Mundial de futebol de 2010. O primeiro realizado em África, na África do Sul. Mesmo que quiséssemos, não nos seria possível ignorá-lo, tal a torrente de informação que vai jorrando em torno do Mundial. Pela minha parte, nem sequer sou daqueles que o quer ignorar. Como se vê!
Portugal lá está presente através da sua Selecção Nacional de Futebol. Desta vez, comandada por Carlos Queirós. Para além de ter jogado a fase de qualificação para o Mundial de 2010, a Selecção Nacional efectuou vários outros jogos de preparação para a sua fase final. Os críticos e a imprensa em geral, foram pensando, dizendo e escrevendo que Carlos Queirós é uma absoluta nulidade e que a Selecção Nacional de Futebol, a Nossa Selecção, enquanto equipa, não presta para nada. Até a mim, que não sou um particular fã de Carlos Queirós, a generalidade das notícias e dos comentários me pareceram – já antes e agora também - injustos e mais do que injustos, orientados. Apesar de tudo, os portugueses, em Portugal e no estrangeiro, não têm regateado o apoio à Selecção das Quinas.
É claro que uma vitória da Selecção Nacional no primeiro jogo da fase final do Campeonato do Mundo de futebol, teria alterado toda a visão que existe, quer quanto à equipa e aos seus jogadores individualmente considerados quer quanto a Carlos Queirós. A realidade é que a Selecção Nacional já jogou o primeiro jogo e, valha a verdade, não mostrou grande coisa. Tem-se dito que há hoje um síndrome novo no futebol, o síndrome-da-derrota-no-primeiro-jogo-do-mundial. O medo quanto a uma derrota no jogo inaugural de um qualquer mundial ou europeu – medo que, dizem, se tem notado mais neste Mundial - parece-me ser verdadeiro, porque incutido. Hoje, claro, tudo é muito mais cerebral, mais metódico, mais frio, mais artificial. Talvez por isso se compreenda o medo. Mas eu sou daqueles que ainda acha que o primeiro jogo de qualquer uma fase final de um campeonato com as características das fases finais dos campeonatos do mundo ou europeus de futebol, é o jogo onde justamente mais se pode arriscar. Porque ainda há tempo para recuperar, caso haja algum deslize. Mas, enfim ... deixemos a teoria para quem percebe mesmo de futebol!
Bem sei que nem todos os jogos podem ser grandes jogos. Preferiria, evidentemente, que todos os jogos – e, em especial, aqueles em que Portugal participasse - fossem jogos emocionantes, onde as selecções jogassem bem e mostrassem um futebol bonito. E, claro, que Portugal ganhasse. Mas, ainda estamos no início. Acredito que, no Mundial das vuvuzelas, lá mais para diante, na fase das eliminatórias, ainda possamos assistir a grandes jogos, onde a Selecção Portuguesa será parte. Pode ser que esteja enganado! Mas, numa altura em que se vai perdendo a esperança em quase tudo, deixem que a vuvuzela se faça ecoar e seja, também ela, símbolo de esperança.
Martim Borges de Freitas
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