Quando nos turvam as imagens com música, nada mais nos resta do que retribuir tal engulipanço despropositado, com outro engulipanço propositado.
Todo o aborrecimento tem um princípio e manifesta muita ansiedade por um fim. Aqui é a dica , não do avô do Dótour , mas um clik “ ligue o som!” e estenda-se em clikes pela imagética fora. Afinal estamos perante um videogame p/ adultos concebido por um mecanico de imagens poetizadas com email em sapo.pt.
Fica-se curioso em se saber da extensão, ou seja do que nos acontecerá até ao último clik. Pelo meio pensa-se no clike “ é proibido publicar ou difundir”. A ser levado à letra terminaria aqui o jogo. Mas nestes virtuais sítios um pouco como outrora nas tascas muitas coisas são permitidas. Também aqui o filosofar como busca do se falar do nada ou do coisissíma nenhuma...acontece.É tal procura reflexiva de um qualquer sentido nem que seja, para uma possível “sensação de felicidade”. Clika pois para seres feliz!
Até aqui entende-se o jogo, mas e da música do mesmo? Carago, convocam o norueguês mas porquê? Este seu mornning mood ainda que traduzido por manhã é porquê? Foi de manhã que soaram as campainhas da criatividade ao mecanico de imagens poetizadas? Talvez! Se me é permitido meter a colherada em prato alheio, assentava que nem uma luva, a outra do mesmo: King’s Hall in the Plain ( adaptação, claro está da In The Hall of the...montes e cabeços ) ou, porque não, La Traviata do Verdi. Exacto! Por isso mesmo, pelo ‘verdi’ das maravilhosas pastagens.
Depois...Bom, o ‘depois e o antes’ é como o ‘ter e o ser’ servem-se juntos. O ser e o ter soam-me melhor são verbos. É que o “eu tenho” e o “eu sou” complementam os raciocínios, e se oferecidos simultanemante, de uma só penada, permitem-nos atingir a tal de felicidade. Contudo a minha predisposição para reflexões metafísicas terminam aqui.
Seguiram-se os cliks entretanto e as “edénicas paisagens” e os étimos alqueivados, que bom! Ajustados todos estes bicónicos semãnticos percebe-se que tanta água acabaria por afogar as azinheiras. Tanto mais que no “edénico” espaço espartilhado por abruptas paredes de betão e um morfologia que não se compadece com rectilinidades humanas pontilham, isso sim, as plásticas garrafas, as latas descoloridas, as fraldas do angélico cócó dos não menos angélicos rebentos cujos papás poetas emborcam “mines” umas atrás de outras. Se se reparar com cuidado até a pernalta cegonha tenta passar despercebida nesta composição burlesca.
Outra dádiva do criativo são as suas curiosas observações sobre o povoado. Destaca os dois grupos escultóricos onde a animalária não se distingue com a evidência necessária, ficando sem se saber se se exaltam os animais de quatro patas ou os de duas ou se todos juntos. Os aperaltados moços pegam o toiro ou são pega deste? E o resoluto javali de dentes dourados, pensa nos tenros lombos de cão ou fixa-se nos ‘ditos’ do dono destes? Na realidade e continuando a clikar percebe-se que o engenho e a arte expande-se para o arquitectónico onde uma esquadrada aldeia mantém o figurino de uma outra existente a poucos metros dali. Mas claro está afogada como convém pela incúria e incapacidade de outras resoluções. Até a salvação dos mortos aconteceu pela vida dos vivos.
O ancoradouro, onde balsas motorizadas se pavoneiam libertas de preconceitos e amarras aos feriados e fins-de-semana, faz inveja a marinas de outras paisagens. A marina de vilamoura revê-se nesta sua prima interiorizada, a marina da amieira. Até porque marinas há muitas. E continuando nos clikes propostos pelo poeta mecãnico de imagens, eis-nos perante o “orágo de s.lourenço/ debruadode azul intenso” a essência desta poética é sem dúvida a difícil resolução da rima...aliás, precisamente de “reflexos de encanto” eu acrescento “ daqui desando”.
Monsaraz.22Jun10
Leitor
Baseado numa sequência de imagens, com proibição de reprodução (no entanto e como são referidas no texto deixo apenas três)
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