AS SESSÕES NOCTURNAS
Sabe bem recordar o passado quando o mesmo nos transporta aos tempos da adolescência, à descoberta do inatingível, aos sonhos inconcebíveis…é assim como um bálsamo que nos faz esquecer a idade, as limitações o passar dos anos que nada perdoam.
Muito aqui se tem lembrado o Domingos Maria Peças, com fundamento, diga-se de passagem (tem rubrica própria neste espaço, desde a sua fundação), e recentemente valorizada pela colaboração do R.C. que nos recorda obras primas só possíveis graças há perspicácia do Sr. Domingos.
O Doutor Xavier e o Sr. Domingos, são talvez os responsáveis pela existência deste espaço (foi baseado em escritos sobre estas personalidades que o Luís resolveu criar o Alandro – Al.).
Posta esta introdução e “RECORDANDO O PASSADO” vou hoje recordar as “sessões nocturnas,” que tinham lugar após a exibição do filme programado e exibido.
Temos que recuar aos anos 50 , 60 onde tudo era proibido e pornografia (quanto mais proibida mais saborosa) podia até dar direito a “calaboiço”.
A “malta” chegava à “Artística” e perguntava logo: “Há sessão nocturna?”. Resposta que só estava ao alcance de alguns privilegiados.
A sessão nocturna começou quando a TV começou a retirar espectadores ao Cinema e o mesmo começou a ter menos espectadores. Foi nessa altura que o Sr. Domingos numa 8mm nos proporcionava os agora chamados “VINTAGES”.
Para memória futura:
A sessão só começava após a chegada do Dr Xavier (que como sempre nunca faltava ao filme da noite com a Dona Maria Helena… e que havia de regressar a casa).
Havia que confirmar que a GNR já havia cumprindo o seu serviço ,pese embora regressasse à civil para ver o Fruto Proibido.
Havia espectadores que quando se fazia a “quete” (pagamento voluntário nunca superior a 25 tostões) se baldavam …mas que nunca deu motivo a que não visse o extasie final.
E agora…gente da minha idade digam lá se não ficámos a dever muito ao Peças?
Chico Manel
Adenda: Não posso deixar de colocar aqui o pimeiro comentário recebido a propósito deste post (até porque nem todos abrem os comentários e seria uma pena deixar passar sem lêr)
Houve uma fase anterior às " sessões nocturnas ". Se bem te lembras, uns anos antes dessas sessões, o Domingos Maria Peças, decerto com artes e truques só dele conhecidos, convencia os funcionários das empresas distribuidoras de filmes ( Castelo Lopes, Tobis Distribuição, Warner Portugal, etc, etc, ), a cederem-lhe, à socapa, os pedaços de fita que a censura cortava. Nada de especial : Um beijo mais atrevido, umas mamocas mais à vela, umas pernocas a dar a dar, e ele, com a arte que todos lhe conhecíamos para fazer colagens, lá ia colando tudo aquilo, metro a metro. O resultado era uma salada russa, composta de dezenas de filmes, uns a preto e branco, outros em tecnicolor. Um autêntico " mix " de surrealismo.
Para além de assistirmos a algumas cenas de " marmelada ", ao fim daqueles quinze minutos de exibição, saíamos com a sensação de termos enganado a censura.
A.S.
3 comentários:
Houve uma fase anterior às " sessões nocturnas ". Se bem te lembras, uns anos antes dessas sessões, o Domingos Maria Peças, decerto com artes e truques só dele conhecidos, convencia os funcionários das empresas distribuidoras de filmes ( Castelo Lopes, Tobis Distribuição, Warner Portugal, etc, etc, ), a cederem-lhe, à socapa, os pedaços de fita que a censura cortava. Nada de especial : Um beijo mais atrevido, umas mamocas mais à vela, umas pernocas a dar a dar, e ele, com a arte que todos lhe conhecíamos para fazer colagens, lá ia colando tudo aquilo, metro a metro. O resultado era uma salada russa, composta de dezenas de filmes, uns a preto e branco, outros em tecnicolor. Um autêntico " mix " de surrealismo.
Para além de assistirmos a algumas cenas de " marmelada ", ao fim daqueles quinze minutos de exibição, saíamos com a sensação de termos enganado a censura.
A.S.
admiro a forma como o responsável deste blog se esforça por transmitir às gerações mais novas desta terra a maneira como aqui se vivia há alguns anos atrás olha-se para os anos cinquenta ou sessenta do século vinte e parece que estão a olhar para um passado longínquo pura ilusão aqui há tempos até um maduro que aliás admiro se lembrou de explicar muito bem como se pedia às raparigas para dançar e outro também muito bem exemplificou como se podia dar uma lição a uma dessas raparigas fazendo os rapazes fila para dançar com ela até que o último salvo erro o oitavo se baldou mas meninos esta terra tem muito muito mais anos do que aqueles de que vocês se lembram e também muitos mais de que é possível fazer história isto já vem da pré-história calculem assim sendo só alguém com muitos séculos em cima do lombo lhes pode contar como foi verdadeiramente há uns tempos atrás aliás há muito tempo atrás e eu sou o indicado para o fazer pois já por aqui ando há mais de um milénio como já compreenderam por aquilo que até aqui disse não sou humano pela maneira de escrever isso se pode ver e também pelo gozo que estou a sentir por saber que alguns de vocês estarão a pensar que raio quer este gajo agora com esta conversa de merda pois bem há cerca de oitocentos anos mais século menos século o tempo para mim não tem importância decerto já repararam pois foi no tempo em que o landroal tanto era dos mouros como dos cristãos ora agora governas tu ora agora governo eu quase como nos tempos que correm hoje em dia com o psd e o ps e o resultado era o mesmo tudo falido pois bem havia um convento de freirinhas num sítio que agora se chama pipeira e quando eu e os outros membros da minha tribo quatro vampiros nos preparávamos para ir sugar umas goelas encontrámos o convento vazio as freiras tinham-se raspado por um túnel viemos a saber depois que tinha a saída na tapada das caraças aonde agora fica o centro médico e aquela magnífica rotunda de repuxo e isto também é um regresso ao passado do landroal se para tanto houver pachorra e guarida no blog ainda lhes contarei outras histórias histórias alternativas pois aquilo que os historiadores vos têm dito deixa muitas coisas de fora.
Orson W. Callabrese
Obs.
Pois é, também fui dos que assisti aquelas molhadas de lascivos devaneios e desmesurados,quentíssimos factos bastante próprios daquelas Nocturnas...
Mas a sensação (e a aprendizagem) com que fiquei, foi a de que mais tarde sempre me pareceu que, em matéria de corpos,o importante e o decisivo, seria sempre dar mais tempo ao tempo.Todo o tempo ao tempo.
Portanto, todas as nocturnas que vi,sinalizaram em mim,o que deve ser o sinal mais poderoso do amor:realizar através dele,tudo o que para nós é surpresa.É um dos eternos remédios para o corpo,para a alma e para o coração.Com ou sem viagra:o monstrinho é eterno e eterna enquanto dura!
Com as melhores saudações
António Neves Berbem
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