
O que me incomoda em joana... é o vasconcelos. Soa logo a ready made. E por aí vou pensando como é importante senão determinante o sobrenome ou apelido...vasconcelos é como que um objecto conceptual ‘vascovioloncelo’ vasco por parte do pai e violoncelo pela música da progenitora. O que acaba por ser o mote de toda a obra da noiva-artista. Ela trabalha o objecto porque o apelido dela é um ready-made de cordas...fossem os sapatinhos de cinderela, as garrafinhas de rabo ao laréu, os candelabros de tampões, e tudo o resto orbita senão ordena com imprecação o afastamento masculino, ou melhor tal qual Duchamp/ Rrose Sélavy reinterpreta o feminino. O magnificente e eterno feminino. A sua fonte, não é o urinol depois da sua morte, nem tão pouco o escondido nome em vida. São suas e devidamente publicitadas todas as letras do seu nome. Nem tão pouco se requer a leitura psicanalítica do comum e esmaltado branco, ela usa o negro do queixume português. O bordado é num lençol enorme de corpos destapados sem sono mas aparentemente exaustos de tanto fingirem a sonolência. Os seus rotoreliefs são ventilados por secadores coloridos estácticos e plásticos. As entorpecidas engrenagens mecânicas são agora desmesurados patchworks coloridos. Os corações filigranosos não são de Viana são de Belém e soam a pastéis. No fundo toda a diferença reside entre o que representa uma e outra obra e não há opiniões conflitantes. É uma biografia a render e ainda rende para algumas (in)decisões. Tudo no país das trutas e dos percebes.
Caparica.14Abr10
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1 comentário:
.... um " mix " Andy Warhol com Salvador Dali. Ou ainda pior.
E já agora que as trutas sejam do Rio Minho e os percebes de Aljezur....
Orson W. Callabrese
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