Nota previa:
Ao elaborar estes textos nunca foi intenção do autor denegrir ou vilipendiar a imagem das personagens. Antes pelo contrário apenas pretendeu prestar-lhes justa homenagem, como figuras de relevo no quotidiano da vida do Alandroal, onde granjearam nome pelos feitos cometidos e que hão-de perdurar na mente de todos aqueles que com os mesmos conviveram.
Aliás, orgulha-se o autor dos textos de com os mesmos ter compartilhado momentos de sã camaradagem, convívio e com os mesmos ter protagonizado certas “aventuras”.
Agora que muitos já nos deixaram é uma maneira sentida de lhes prestar homenagem e deixar para a história, peripécias das quais os mesmos se orgulhavam de, na roda de amigos, darem a conhecer. Estejam onde estiverem, tenho a certeza que não deixarão de sorrir e ficar gratos por serem relembrados.
Quem assim não o entender…paciência. Estarei sempre disposto a humildemente pedir desculpas.
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na História
da História da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir.
Chico Manuel
O NAI
Duvido que haja algum habitante do Alandroal, ou mesmo das terras limítrofes que tenha algo a dizer em desabono deste Alandroalense, que praticamente devotou toda a sua vida em prol do engrandecimento da sua terra natal.
Exerceu a sua profissão como aferidor municipal, mas grande parte da sua vida foi devotada a iniciativas para o progresso do Alandroal.
Aliava a boa disposição ao sentimento de bem-fazer e de bom conselheiro não só dos jovens como também dos idosos. Era certo e sabido que quando qualquer problema de difícil resolução surgisse, o passo aconselhado era “vai falar com o Juvenal”.Era o primeiro a dar a cara em qualquer nova iniciativa que surgisse. Não houve cargo que não desempenhasse em prol do progresso do Alandroal. Desde as mais humildes fogueiras, aos bailes de gala passando pelos cargos de direcção das Sociedades, da Santa Casa da Misericórdia, dos Bombeiros, do Futebol, da Banda de Musica, do Rancho Folclórico, das Festas de Setembro, em tudo o NAI estava disposto a dar os seus préstimos.
Não se fazia rogado a uma boa “petisqueira”, mas nunca se constou que tivesse “perdido as estribeiras”, sendo sempre o primeiro a aconselhar moderação quando as coisas se encaminhavam para o “torto”. E quando “a coisa” desandava para o cante, como ele gostava de entoar “São como as rosas de um dia os amores de um estudante, que o vento logo levou”.
E foi como o vento que o NAI nos deixou... Esse coração, que tão bondoso foi... pregou-lhe a partida e atraiçoou-o. Nas vésperas tinha estado comigo, aqui em Montemor...assistimos a um concerto pela Banda da Marinha e depois petiscamos uns passarinhos... quem me havia de dizer....
Xico Manel
6 comentários:
O Nai nunca o esquecerei. Além de ser mais velho que eu e outros amigos, era connosco que ele gostava de andar, tanto nas direcções das colectividades, nas bailaradas e nos pestiscos. Recordo certas frases dele que de vez em quando me vêm à memória e digo, já o Nai dizia isto ou aquilo. No dia em que faleceu eu não acretitava e quando tive a certeza chorei diante de toda a gente.Tenho boas recordações dele, pois foi um grande amigo.
Obrigado Arlindo pelo teu comentário. Podes crer que me tocou bem fundo e me deu alento para lutar pelo que considero justo
Chico
Saudoso Nai como lhe chamavam os amigos.Pudessem muitos jovens aprender algo com o seu exemplo e seria bem maior o nosso Alandroal.Posso dizer que foi um previlégio ser seu amigo e muito mais conhecer alguem assim...
Al
Ainda existia entre nós parentesco pelo lado da minha avó Antónia por isso sempre o chamava de parente e ele tinha o mesmo tratamento para comigo.
Bom homem, bom amigo e bom vizinho. Foram muitos os bons momentos que tivemos juntos e foi ele o padrinho do meu primeiro casamento. Recordo-o com muito carinho e saudade.
Obrigado Nai pelo que me ensinaste da vida!
Cabé
Sr. Francisco, nâo estou agora a ver quem era o Nai, mas estes palavras são para lhe dizer que é sempre bom recordares os amigos,é um forma de os manter vivos no nosso coração, bem aja por essa virtude de homenagiar os seus amigos, os que ainda estºao entre nós, mas tambem aqueles que só já vivem no nosso coração.
Não tenho palavras para descrever a personalidade do NAI,era na realidade um SER especial, sei acima de tudo, que era um extrovertido,um poço sem fundo de alegria,um coração nas mãos,um amigo de todos, daqueles que dáva sem pensar no retorno.enfim, era um "HOMEM" com letra grande.
Não fui da sua convivência, já que sou mais novo,mas eramos relativamente chegados e amigos.
Recorduo com saudade,ternura e amizade!!...
Obrigado CHICO, por te lembrares DELE.
Um abraço,
HOMERO
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