...NOS CORREDORES DA VILA - CRÓNICA SEMANAL DO TREVOR 12

…nos corredores da vila 23/Setembro/2009

Foi a gota de água! Um caso aparentemente inútil, mas que dá muito que dizer. Em pleno banho de chuveiro, todo ensaboado, com champô na cabeça, cantarolando para afinar a voz, quase pronto para mais um dia de trabalho. Eis que subitamente acaba a água! “E agora? Qual a solução?” Tem-me acontecido de tudo! Já dei por mim em pleno banho e acabar-se o gás, e sujeitar-me a terminar o duche com água fria. Mas não esperava que, desta vez, se me acabasse a água. Dizem por aí que havia informações que iriam parar a água. Eu cá não vi nada, nem nos sítios que frequento. Vejam para a próxima se me avisam. Não vou querer ficar todo ensaboado outra vez.

Depois desta nota introdutória, é minha intenção tentar dar a minha opinião (desta vez não em tom de crónica) sobre as eleições de dia 27 e o acto de votar.
Quem se encontra por de fora da política (que é o meu caso) não é fácil dar opiniões e, sobretudo, opiniões sobre os grandes partidos políticos. Todavia, não é de todo difícil avaliar as campanhas partidárias que se têm realizado no país. Há uma notória fuga, por parte dos partidos, aos principais problemas que existem em Portugal. O director do jornal Público refere que, os temas mais abordados são apenas: “saúde, educação, e o sistema de pensões”. São estes os principais temas políticos que até agora têm inquietado os cidadãos ou são estes os temas manipulados pela comunicação social e por parte dos partidos para não dar a conhecer o resto. Da análise que José Manuel Fernandes faz, parece que os portugueses não se preocupam muito com a dívida externa, o desastre da justiça, os valores que devem reger a vida em sociedade, a defesa das liberdades individuais, etc.
Qual é então a política praticada em Portugal? O que pretendem os políticos com estas linhas de orientação? Que têm a dizer os cidadãos sobre isto? Baseados no quê, pretendem os cidadãos exercer o seu acto de voto?
Se realmente aqueles três temas são os mais preocupantes, os outros não deixam de ser menos preocupantes. E não deixam de ser menos preocupantes porque recaem sobre o governo e sobre nós. Ainda, e ao contrário do director do Público, não se pense – para quem leu – que isto é apenas uma esquizofrenia do maior partido da oposição, porque é um problema do PS, do CDS, BE e PCP. Ou, melhor dizendo, é um problema da população portuguesa em geral, na medida em que se deixa ir em cantigas, sem se preocupar com os demais problemas.
Resumindo, vivemos numa política cheia de truques, de ataques, muita animada pelos meios de comunicação, discutindo-se de tudo, menos o que parece essencial.
No concernente ao acto de votar consignado na Constituição da República Portuguesa, “o povo exerce o poder político através do sufrágio universal…”, todos os cidadãos maiores de 18 anos têm direito de sufrágio. Têm direito porque:
• É a hipótese de participar no futuro da sociedade em que estamos inseridos;
• É a oportunidade de termos voz;
• E, finalmente, é a vantagem de podermos lutar por aquilo em que acreditamos.

Arnold Toynbee, um historiador britânico, teve a ousadia de dizer um dia e muito bem: “O maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam”. Nesta perspectiva o acto de votar deve ser encarado como uma mais-valia que o cidadão tem. De modo algum se pretende que a pessoas seja obrigada a votar, como sendo um dever. Na verdade o sufrágio é um direito! E é um direito que o pagamos bem caro se não o exercermos.
Neste molde, faço um apelo aos meus concidadãos que no dia 27 se dirijam às mesas de voto e descarreguem o vosso voto.

Por: Trevor 12