quinta-feira, 14 de maio de 2009

...NOS CORREDORES DA VILA - CRÓNICA SEMANAL DO TREVOR 12

…nos corredores da vila 14maio2009

A nossa vila com mais de quinhentos anos de história possui um vasto património material e imaterial. As pessoas da terra são caracterizadas pela bondade, honestidade, sinceridade e por serem acolhedoras. Em particular, era característica das mulheres terem uma cara rosada (talvez tal facto se devesse ao bom vinho que por aqui circulava). Teve e tem muitas histórias esta bonita vila. Algumas delas pela vicissitude do tempo perderam-se. Personagens históricas por aqui passaram e daqui levaram o bom nome do Alandroal pelo mundo fora.
Passaram os anos, o vento encarregou-se de levar os nossos, mas o Património ficou. Nem os terramotos deitaram por terra os monumentos. Nem as guerras destruíram o espólio. E nós identificamo-nos, precisamente, com isto. É toda uma cultura que foi passando de geração em geração, e que hoje ainda temos, já um pouco apagada.
Lamúrias à parte. Presenteamo-nos com todo o património deixado pelos nossos. E como está esse Património? Está cuidado e preservado? Quem no Alandroal é responsável pela conservação do Património? Ao falar do património refiro-me ao Património Cultural imaterial e material.
Do que ao Património Cultural imaterial diz respeito, tenho eu conhecimento de dois: um porque o aprendi e talvez de uma forma já deturpada que foi uma canção ensinada na escola primária «Vila do Alandroal/ que de pequena mete graça/ tens seis bicas na fonte/ dá de beber a quem passa…», composta por sete ou oito quadras; o outro porque de ano em ano oiço, que são as canções dos Reis que os cantadores dos reis, e muito bem, vão preservando. De resto não sei se há mais alguma coisa ou não. Se se perdeu no tempo.
No que concerne ao Património material, felizmente, na sua maior parte, está visível, é pena não estar recuperado e, portanto, preservado. Veja-se por exemplo uma capela situada no centro da vila – Capela de São Sebastião – que está degradada. A esta capela podem juntar-se todas as outras. Quem alguma vez se decidir visitar a capela de Nossa Senhora das Neves ou a capela de São Bento ficará vislumbrado pelas pinturas (património artístico) que ali encontra e, ao mesmo tempo absorto pela danificação existente nelas. Era muito bom que este património fosse restaurado pelo significado que tem para a nossa vila: «nessun maggior dolore che ricordarsi del tempo felice nella miséria».
Quanto aos heróis do Alandroal exaltados nos Lusíadas, poder-se-ia engrandecer mais estes nomes. Isto contribuiria fortemente para a nossa cultura. Será que os mais novos sabem quem foram Diogo Lopes de Sequeira e Pêro Rodrigues? Está bem, mas não vão eles dizer que Diogo Lopes Sequeira era o nome da escola onde estudaram e que Pêro Rodrigues foi a escola de condução. Seria o cúmulo.
Enfim, está na hora de lutar por todo este Património que nos identifica antes que seja tarde demais. É necessário não nos deixarmos abater pela máxima latina: «tempus edax rerum» (o tempo é o destruidor das coisas). Porque ao culparmos o tempo estamos a desculpar-nos daquilo que poderíamos ter feito em tempo útil.

Por: Trevor 12

1 comentário:

Anónimo disse...

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