terça-feira, 19 de maio de 2009

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM

http://www.dianafm.com/

Francisco Costa - Fazer-se ouvir

19-mai-2009
Estamos em ano de campanha eleitoral. Mais do que fazer promessas é preciso dizer a verdade. A frase anterior, mesmo sendo já um lugar comum e arma de arremesso entre candidatos, não deixa de fazer sentido. A propósito das recentes declarações do candidato do PCP à autarquia eborense. Num encontro com uma dezena de pessoas, que denota a falta de mobilização dos eborenses, porventura desinteressados de ouvir quem diz representar uma mudança, mas que governou a cidade durante 25 anos, o candidato do PCP falou em carências educativas no Concelho e num parque escolar degradado (sic).
Eu compreendo que o candidato do PCP esteja sob pressão e precise de afinar um discurso de mudança que crie uma onda de apoio à sua candidatura. Eu compreendo que o candidato tema que a sua candidatura seja para cumprir calendário e esteja a fazer um esforço para salvar a face. Eu compreendo que o candidato sinta dificuldades em gerir uma candidatura que pouco depende dele e mas mais da ala mais radical do PCP que detém o poder desde o afastamento de Andrade Santos, o que não compagina com discursos moderados. Eu até aceito que o candidato se debata com a circunstância de não ser conhecido das pessoas e sinta que tem de berrar para ser ouvido. Mas nenhuma das suas dificuldades justifica que o candidato diga uma enormidade como a que disse em relação ao parque escolar de Évora. Podia tê-lo feito em 2001. Não em 2009. O investimento feito em educação desde 2002 pelo executivo de José Ernesto d'Oliveira é de cerca de quatro milhões de euros. Nele se integram as obras de recuperação e modernização das escolas e cantinas escolares. Em rigor o actual executivo investiu em média anualmente três vezes mais do que o PCP nos seus dois últimos mandatos. Sem falar das verbas destinadas à construção do novo centro escolar do Bacelo, nas obras de requalificação da escola André de Resende e da escola dos Canaviais, que, apesar de vítima de um processo burocrático, apoiado pelo mesmo PCP, ainda não saiu do papel. Mas, estou convicto, há-de estar por dias. Por isso não me parece sério querer por força que uma fantasia repetida mil vezes se transforme em realidade. É preciso elevar o debate político.
Obrigado e até para a semana.

Sem comentários: