quinta-feira, 23 de abril de 2009

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM

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Eduardo Luciano - Confiança

23-abr-2009
Esta deve ser a crónica mais difícil que o cronista terá que fazer. É uma crónica em que terá de falar de um acontecimento em que foi protagonista. Falo, obviamente, da apresentação da candidatura da CDU aos órgãos do município de Évora. O Teatro Garcia de Resende encheu para assistir ao anúncio público dos nomes escolhidos pelo PCP e seus aliados para irem a votos no próximo mês de Outubro. Foi uma sessão em que se marcaram algumas diferenças de estilo em relação à recandidatura anteriormente apresentada.
Desde logo porque uma foi realizada quase à porta fechada, no recato de uma unidade hoteleira, ao fim da manhã de um dia de semana, enquanto que a CDU arriscou um espaço público de grandes dimensões, abrindo as portas a todos os que tinham curiosidade em conhecer os rostos que se iam apresentar. Na unidade hoteleira apareceram dois homens sem equipa, rodeados de assessores e com a atenção de alguns jornalistas. No teatro foi apresentada uma equipa para assumir os destinos da Câmara e o primeiro da lista à Assembleia Municipal, enquadrados por cerca de três dezenas de militantes e activistas que, juntamente com muitos outros, têm vindo a preparar as batalhas eleitorais que se avizinham. No hotel, reinou a pompa e circunstância. No teatro foi a proximidade e a informalidade que se impuseram, terminando a sessão com toda a sala a entoar uma cantiga iniciada na voz de um dos candidatos. O rol de nomes apresentados reflecte uma lista abrangente e aberta em que nos quatro primeiros candidatos surgem três sem filiação partidária, mas solidários com um projecto de gestão autárquica em que a participação e envolvimento dos cidadãos é essencial. Foi de facto um momento muito especial, que emocionou muitos dos que quiseram estar presentes. O primeiro candidato da lista da Câmara não foi excepção e percebeu-se como se sentiu confortável no meio dos seus, sentindo, como não poderia deixar de ser, o peso da enorme responsabilidade que é contribuir para a mudança de rumo na gestão do concelho. Entende, o tal primeiro da lista, que esta batalha política não é um duelo de cowboys ao pôr-do-sol, para se perceber quem dispara mais rápido. É o exercício do contraditório, entre ideias e projectos, que permita aos eleitores uma escolha consciente. O tal primeiro da lista, sabe que os “cães de fila” irão fazer tudo para transformar as eleições autárquicas numa espécie de concurso de mister simpatia, tentando vender as vantagens da presumível experiência do seu candidato, atacando pessoalmente o opositor já anunciado, sublinhando que é um homem sem passado e inexperiente. Não deixa de ser engraçado que ao mesmo tempo que afirmam que o homem não tem passado, estão sempre a afirmar que a candidatura, de que é o primeiro da lista, é uma candidatura do passado. Terão de resolver esta contradição sob pena de ninguém os ouvir. Deixando as idiotices para os idiotas, o que assistimos no Teatro Garcia de Resende só pode dar uma enorme confiança ao grupo de homens e mulheres que, sem precisarem de nenhuma vaga de fundo ensaiada, assumiram ali uma candidatura que percorra o caminho da mudança. Como afirmou o tal primeiro da lista, é a confiança que advém da profunda convicção de estar do lado certo da vida.

Até para a semana

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