terça-feira, 21 de abril de 2009

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM

Transcrição da crónica diária transmitida aos microfones da :http://www.dianafm.com/

Francisco Costa - A Negação Colectiva

21-abr-2009
Estão apresentados os candidatos às eleições autárquicas para Évora. Com excepção do PSD, que parece ter um problema nacional com a apresentação dos seus candidatos, o PS apresentou os cabeças de lista à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal, seguido pelo PCP, que o fez este fim-de-semana. O Partido Socialista fê-lo em primeiro lugar, confortado pelo projecto que se encontra desde há sete anos em execução, reconduzindo José Ernesto d’Oliveira e Capoulas Santos como candidatos à autarquia.
O facto de estes políticos avançarem para um terceiro mandato simplifica uma estratégia de campanha, assente no trabalho autárquico que desempenharam nos últimos anos e que faz deles conhecidos de toda a gente. Ao PCP faltou a alternativa de apresentar um candidato eminente que, por muito esforço que este faça e sério que seja, estará sempre condicionado pela candidatura do seu parceiro Abílio Fernandes. Depois de ter afastado os seus rostos mais prestigiados, os ex-vereadores Andrade Santos e José Barradas, apenas porque apoiaram a intenção do PS da criação de uma empresa municipal de cultura, o PCP ficou limitado a figuras secundárias que agora apresenta como candidatos. Assim viu-se forçado a contrabalançar com a única figura que, com má ou boa memória, os eborenses conhecem. Abílio Fernandes. Após ter presidido à Câmara de Évora durante 25 anos, foi derrotado pelo agora presidente da Câmara em 2001 e voltou a perder em 2005, no confronto com o actual eurodeputado e presidente da assembleia municipal Capoulas Santos. E o discurso de mudança aproveitado pela CDU confunde com as declarações do ex-presidente da Câmara que diz que a sua candidatura é a continuação da mesma política realizada pelos comunistas durante todos os anos que estiveram à frente da autarquia. A falta de um projecto prega destas partidas. A tal mudança de que falam os comunistas é um regresso ao passado, aos tempos em que se governou a cidade (esquecendo as freguesias) por 25 anos, tempo que não parece ter sido suficiente por exemplo para dotá-la de um parque de feiras e exposições que agora tanto reclama, ou da reconstrução do salão central que deixou arruinar, ou ainda de tudo o resto que diz ter ficado encaminhado e que o actual executivo concretizou, apesar de insistirem na ideia que Évora parou. Não deixa de ser incoerente. A Évora parada que os comunistas falam só eles vêem. Através de um processo de negação colectiva, o PCP preferiu parar no tempo e agarrar-se a um passado que entendem como glorioso, mesmo após os eborenses terem decidido que não existia assim tanta glória na sua gestão autárquica e terem optado por uma verdadeira mudança, a quem já deram por duas vezes aval e que darão novamente. Para o PCP esta mudança foi uma interrupção da sua visão de cidade e por isso são as suas velhas glórias os rostos da mudança que novamente propõem. Pretensioso não é?
Obrigado e até para a semana.

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