quarta-feira, 4 de março de 2009

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM



José Policarpo - Será que o circo dá pão?

04-mar-2009
O Congresso do partido socialista veio confirmar que, a política e o espectáculo, andam de mão dadas. As luzes, as cores e os sons que deram forma ao evento realizado num pavilhão desportivo da cidade de Espinho, para um espectador menos atento, concluirá, afinal, que o país vai no rumo certo, se aquelas pessoas conseguem fazer coisas que enchem os olhos, conseguirão, também, resolver os problemas do país e, consequentemente, zelarão pela vida dele e dos seus entes queridos.
Acontece, porém, que os congressos políticos devem ser muito mais do que a luz, a cor e o som. Os congressos foram criados, apesar de permitirem a convivência, o rever de correligionários, fortalecer laços através do contacto pessoal, para se fazer uma discussão séria e elevada dos problemas do partido e, sobretudo, para serem debatidas as soluções politicas para os problemas que num determinado momento o país atravessa. Os nossos ouvintes devem estar fartos do meu pessimismo, alguns até devem achar que só digo mal por ser militante do partido social democrata e, pelo facto do PSD estar na oposição. Não escondo de ninguém que, a partidarite tolhe a independência, mas posso assegurar-vos que procuro ser isento e, acima de tudo, honesto comigo mesmo. Com efeito, o partido socialista na sua reunião magna, aparentemente, não quis discutir os problemas que assolam o país. Centrou a discussão em ataques às outras forças partidárias, e sobretudo, na consagração do seu líder. É demasiado mau para ser verdade. Na verdade, a discussão e o debate de matérias como o encerramento de centenas de pequenas e médias empresas, sobre a justiça, sobre a corrupção, sobre as garantias dadas ao BPP e BPN e o favorecimento do empresário Manuel Fino não fora feito. E porquê? Meus caros ouvintes, sem rodeios e sem tibiezas, o partido socialista está, inelutalvemente, comprometido com as reformas que não levou cabo e com a omissão na fiscalização da actividade financeira do país. E, como alguém afirmara no editorial de segunda feira do jornal público, segundo o secretário geral PS, jornal que integra a campanha negra contra ele, o ano é de eleições, há muitos interesses em jogo e muitos cargos a distribuir, pela administração central e local do estado, por conseguinte, o interesse nacional, mais uma vez fora preterido, em favor da clientela partidária. Não me revejo nesta forma de fazer politica, de todo, porque não promove o mérito, não promove a equidade, não promove a justiça social, não promove o desenvolvimento das empresas, em suma, porá o país mais longe dos países desenvolvidos e, colocá-lo-á, sem dúvida alguma, junto dos menos desenvolvidos, cuja as assimetrias sociais são mais acentuadas, cuja criminalidade é elevada, cuja dependência do Estado atinge níveis incomportáveis, pois, é geradora de tráfico de influências, compadrios, corrupção, etc, etc, por último, o futuro será cada vez menos igual para os cidadãos e o bem estar social não passará de uma utopia. O partido social-democrata, quando for poder, tem de se afastar deste “modus operandi”. E digo afastar, porque o seu passado político não está imaculado.

Sem comentários: