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Francisco Costa - É ano de eleições
10-fev-2009
Em ano de eleições é mais exposta a acção dos partidos que passaram o anterior período na oposição. O que outrora eram ideias insuperáveis e vitais para a existência da humanidade vão esmorecendo, trémulas, até ficarem apenas em fumo. Durante três anos os partidos políticos que perderam eleições fazem uma espécie de jejum à aparição pública e pouco se sabe deles até que surge uma nova oportunidade de tentar chegar ao poder.
Com frequência e durante esse período, enquanto quem ganhou as eleições governa e se desdobra em iniciativas, tentando implementar os compromissos que assumiu e que mereceram a confiança das pessoas, a missão da oposição resume-se a atrapalhar. E não são precisos argumentos. Basta só atrapalhar e fica-se com a sensação que é esse o trabalho da oposição. Isso e confrontarem-se internamente quando alguém pensa de maneira diferente. Se uma única pessoa da oposição se levanta e diz, alto que fazer oposição não é boicotar, é apresentar alternativas e apoiar o que é bem feito, essa pessoa passa a ser traidora e traições tratam-se como sabemos, tudo porque a convicção da oposição é que ser razoável não faz ganhar eleições. É assim que se comporta o PCP. Depois de quase trinta anos a governar a cidade (sim, apenas ela continua a merecer-lhe referência, como se Évora não fosse também as freguesias rurais) o PCP esgotou-se sem que as suas promessas fossem cumpridas. O muro caiu, as pessoas cansaram-se e o PCP encolheu porque simplesmente muitos comunistas deixaram de acreditar. Hoje e após sete anos de mudanças e de um processo de modernização em que os eborenses continuam a acreditar inequivocamente (a acreditar na maioria das aprovações à actividade do executivo nas últimas sondagens), voltamos a ouvir de novo esta oposição, mesmo que não tenha nada de novo para dizer ou sequer gente nova que signifique sangue novo. E o seu comportamento é tão virulento e encolerizado que parece tratar-se de um caso de sobrevivência. Dizem querer ouvir as pessoas mas são incapazes de lidar com discordâncias internas. Veja-se o exemplo do afastamento dos vereadores comunistas Andrade Santos e José Barradas. Dizem que querem governar em nome das pessoas mas entendem o poder como propriedade do seu partido. Veja-se o caso do autarca de Sines e das perseguições retrógradas que lhe foram lançadas. Dizem estar preocupados com a desertificação do nosso Centro Histórico, que aliás começou há décadas sem que tenham feito alguma coisa para a conter, mas têm boicotado e tentado descredibilizar todas as estratégias e projectos que estão a ser implementados para resolver o problema. Dizem que estão preocupados com a situação financeira da Câmara mas o resultado da sua gestão em cerca de 30 anos foram dívidas mais de 70 milhões de euros sem que se visse a obra que tem agora andado a ser feita. Dizem-se a favor da recuperação do Salão Central, onde têm responsabilidades no actual estado de degradação, mas votaram contra o projecto de recuperação. Dizem estar a favor do desenvolvimento e do emprego mas resumem as duas fábricas de aviões da EMBRAER a uma serralharia de caudas de aviões. Enfim confundem oposição com guerrilha política e instabilidade. Uma boa oposição, construtiva e séria, credibiliza o sistema democrático e contribui para as soluções da governação. É isso que Évora precisa. Já lhe bastam as dificuldades dos tempos.
Obrigado e até para a semana.
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