CANTIGAS DO "MÊ" ALENTEJO ... "QUÊ" GRAMO!

"Preparação" para a Festa de Setembro

Ceifeira, Linda Ceifeira

O sol é que alegra o dia,
Pela manhã quando nasce.
Ai de nós o que seria
Se o sol um dia faltasse!

Ceifeira, linda ceifeira!
Eu hei-de casar contigo!
Lá nos campos, secos campos,
À calma ceifando o trigo

À calma ceifando o trigo
Pela força do calor!
Ceifeira, linda ceifeira
Hás-de ser o meu amor!

O tempo atrasado esquece...
E a mim ao pensar me vem..
Todo erro se conhece
Quando remédio não tem!


Aquela Linda Roseira

Ó rosa, tu não consintas
Que o cravo te ponha a mão;
Uma rosa desfolhada [bis]
Já não tem aceitação.

Tenho lá no meu quintal
Uma roseira enxertada
Que dá rosas tantas, tantas
E também dá rosas brancas
E dá rosas encarnadas
E dá rosas amarelas
Que são rosas de primeira
Ainda não vi outra igual
Tenho lá no meu quintal
Aquela linda roseira

Fui ao jardim passear
Para ver os meus amores;
Encontrei uma menina [bis]
Que andava a apanhar flores.

Com que letra se escreve Maria?

Maria, que lindo nome
Que te pôs a tua madrinha
Aquela santa mulher
Sabia o gosto que tinha

Com que letra se escreve Maria?
Com que letra se escreve gratidão?
Com que letra se escreve lealdade?
Com que letra se escreve coração?

Maria se escreve com M
Gratidão, gratidão com um G
Lealdade, lealdade com um L
Coração, coração com C

Gostas que eu bem sei que gostas. Olá...
De me veres acabar. Toma lá dá cá...
Eu sempre te hei-de amar amor. Olá...

Como está
Meu amor é brasileiro
Eu hei-de ir para o Brasil
Com ele ganhar dinheiro

Com ele ganhar dinheiro
Para dar a quem me ama
Olá, como está
Você a mim não me engana

Ao Passar a Ribeirinha

Ao passar a ribeirinha,
pus o pé, molhei a meia;
não casei na minha terra,
ó ai! Fui casar em terra alheia.

Fui casar em terra alheia
mui distante dos meus pais;
ao passar a ribeirinha,
ó ai! Minha vida são só ais!


Há Lobos Sem Ser na Serra

Ó patrão dê-me um cigarro
Acabou-se-me o tabaco
E o trigo que eu lanço à terra
Fumando dá mais um saco

Há lobos sem ser na serra
Eu ainda não sabia
Debaixo do arvoredo
Trabalham com valentia

Trabalham com valentia
Cada um na sua terra
Eu ainda não sabia
Que há lobos sem ser na serra

Nós somos trabalhadores
Da esquerda do Guadiana
Lavamos as nossas dores
No cantar à alentejana

Há lobos sem ser na serra
Eu ainda não sabia
Debaixo do arvoredo
Trabalham com valentia

Trabalham com valentia
Cada um na sua terra
Eu ainda não sabia
Que há lobos sem ser na serra.

Colaboração:lugar-ao-sul@grupos.com.br