Nunca o Alentejo foi tão falado e escrito nos órgãos da comunicação social.
Felizmente o Alqueva começa a dar os seus frutos e pese embora com certa mágoa, nota-se a entrega de mão beijada a grandes empresários estrangeiros. No entanto também os portugueses vão acreditando nas potencialidades desta terra, outrora sempre tão esquecida.
Quer se queira quer não, não podemos deixar de ter uma palavra de louvor para o governo actual, que no meu entender tem olhado o Alentejo da maneira que o mesmo há muito merecia.
Sem dúvida que a localização do aeroporto em Alcochete, vai ser uma mais valia para o Alentejo, assim como o traçado do TGV a irromper pela planície.
A remodelação do aeroporto de Beja, irá por certo trazer benefícios.
Mas o grande salto quantitativo e qualitativo, serão os novos empreendimentos que se anunciam para breve que por certo irão criar vários postos de trabalho, fixar a população e talvez até fazê-la aumentar.
Muitos são os projectos anunciados e raro é o dia em que não se declare um novo empreendimento turístico prevendo novos aldeamentos, onde o luxo e o bem-estar, com base na excelência dos nossos vinhos, o clima que cada vez se torna menos agreste e os indispensáveis campos de golfe, por certo irão atrair turistas endinheirados.
Vejamos:
José Roquette, anuncia-nos para muito breve o empreendimento do Alqueva, sito em Reguengos de Monsaraz que por certo irá contribuir para o progresso não só das localidades onde se insere mas também das limítrofes.
Em Évora vai fixar-se a Embraer, que promete um sem número de empregos, estando ainda em perspectiva uma nova fábrica para construção e aviões, a Skilander .
Em Montemor-o-novo, e é já visível, procede-se a um investimento de 40 milhões, num empreendimento de cinco estrelas designado LÁnd Vineyards, constituído por sete núcleos de moradias, uma zona de moradias em banda de um só piso e um edifício que integra todos os serviços turísticos, onde cada proprietário terá a possibilidade de ter vinha própria em sua casa e produzir o seu próprio vinho na adega do empreendimento, de um modo totalmente personalizado. (in: monte mor+ magazine)
Também Juromenha nos promete algo de grande, com a reabilitação do seu Castelo, a transfiguração dos seus espaços, a promessa de atrair muitos turistas. Potencialidades não lhe faltam.
Tenhamos confiança.
Xico Manuel
1 comentário:
Sou dos que acreditam e tenho confiança no Alentejo.Não há alternativa, se queremos fazer parte tanto do presente como do futuro.
Em termos globais,a situação já não pode vir a ser pior do que aquilo que tem sido historicamente.
De facto,o Alentejo já pagou demasiadas facturas de atraso e subdesenvolvimento que vêm da I Republica,e sobretudo do Estado salazista.
Ou, até mesmo da sesta da Democracia pós-74...de que só agora parece que estamos, efectivamente, a acordar.
Mas para que o Alentejo possa neste início de século, evoluir e afirmar-se em termos nacionais em ciclo de aberto e sustentado desenvolvimento,há que definitivamente cuidar do capital e potencial dos seus recursos humanos.Sem os quais não há verdadeiro e sustentável progresso social e económico.
O problema é que o Alentejo, ainda mais do que o próprio país,está desertificado e envelhecido e sem ter a massa critica e/ou jovens preparados de que tanto vai precisar.
Portanto, seria bom e necessário que as Autarquias ao apostarem nas políticas de desenvolvimento do Alentejo, tivessem em conta políticas decididas de fixação e atracção tanto dos seus migrantes alentejanos (os que não enjeitariam uma oportunidade de voltar às suas terras)como de outros portugueses que se dispussem a vir, atraidamente, para cá.
Caso assim não venha acontecer,todo o Alqueva e provavelmente todo o Alentejo, se transformará numa extensão de Espanha e em simples colónias de férias de turistas endinheirados. Somente à procura do lazer e de bons lucros e melhores campos de golfe.Com a inerente e posterior "expatriação" das mais valias do dito desenvolvimento...já que o capital financeiro,como é sabido, não brinca com os seus próprios e crescentes interesses.
O que estamos a dizer, não é nada que as Autarquias por certo não tenham já minimamente avaliado.
O problema está em que, sabendo as Autarquias o que pode vir a suceder-lhes,não devem demorar muito mais tempo a ensaiar e a adoptar políticas corajosas e arrojadas de criação,aumento e valorização do seu principal capital de desenvolvimento.
Precisamente as gentes que nos compõem. O nosso capital humano.O de hoje e o do (já) próximo amanhã.
Aqui chegados, impõe-se uma pergunta e um alerta:
o Concelho do Alandroal e a Autarquia,já pensaram e estão dispostos a debater e a enfrentar com a necessário corajem e visão de futuro esta "real problemática"?...
Ou vamos ficar a ver passar o comboio?
António Neves Berbém
Enviar um comentário